Descendente dos Pais de Tiradentes

Sobrinha-neta do Barão de São Carlos, do Barão do Rio do Ouro e da Baronesa de Santo Antonio

Batizada em 18 de Outubro de 1876, na Paróquia de São Pedro de Alcântara, do Rolcharia, termo de Juiz de Fora. Falecida em 24 de Julho de 1977, no Largo dos Leões, no Humaitá, Rio de Janeiro.

Filha do Fazendeiro Affonso Júlio de Miranda e Innocência Pereira Nunes. Neta paterna de Antonio José de Miranda e Maria José de Cortona. Neta materna de Vitório Pereira Nunes e Maria Vitória da Rocha.

Bisneta paterna do Capitão José de Miranda Ramalho e Maria Rodrigues da Silva. De José Antonio de Magalhães e Maria Rita de Jesus Xavier. Bisneta materna de Inácio Pereira Nunes e de Dona Leocádia Vasconcellos de Araújo. Terceira neta paterna de João de Miranda Ramalho e Maria Teixeira de Carvalho. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De José Antonio de Andrade e Valentina Tereza de Jesus. De Joaquim Rodrigues Chaves e Rosa Maria de Jesus. Terceira neta materna de Antonio Nunes da Silva e Ana Pereira. De Bento Borges de Araújo e Maria Joaquina de Vasconcellos Quarta neta paterna de Manoel Antonio e Ana Gonçalves de Miranda. De Domingos Teixeira de Carvalho e Luiza Costa Ferreira. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De João Crisóstomo de Magalhães e Bárbara Maria Dias. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De Francisco Ferreira de Sousa e Antonia Rita de Jesus Xavier. Quinta neta paterna de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. De João Costa Ferreira e Domingas Teresa. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De João... De Magalhães e Ana Maria de Andrade. De Mathias Álvares Negrão e Maria de Marins do Prado. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De Carlos Ferreira de Sousa e Rosa de Azevedo. De Domingos da Silva dos Santos e Antonia da Encarnação Xavier. Sexta neta paterna de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manoel Mendes de Souza e Páscoa da Silva. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De Manuel Afonso de Sousa e Maria de Azevedo. De André da Silva e Mariana da Matta. De Domingos Xavier Fernandes e Maria de Oliveira Colaço. Sétima neta paterna de Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. De Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manuel Mendes de Sousa e Páscoa da Silva. De Domingos Rodrigues e Catarina Fernandes. De Antonio de Oliveira Setubal e Isabel de Oliveira Colaço. Oitava neta paterna de Manoel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Correa. De João Fernandes e Esperança Fernam. De Hieronimo Setubal e Brazia de Oliveira. De Antonio de Oliveira Gago e Ana da Cunha. Nona neta paterna de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Manuel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Martinho de Oliveira Gago e Catarina Pereira Sardinha. De Antonio da Cunha e Paula Gonçalves. Décima neta paterna de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Pedro Colaço e Juliana de Oliveira. De Manuel da Cunha e Catarina Pinto. Décima primeira neta paterna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Salvador Teixeira da Cunha e Maria Mendes. De Pedro Colaço, o Velho, e Brígida Machado, a Velha. De Manuel de Oliveira Gago, o Velho, e Felipa da Mota. Décima segunda neta paterna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Fuão Albernaz e... Faria. De Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Rui Dias Machado e Cecília Rodrigues. De Antonio de Oliveira e Genebra Gago. De Vasco Pires de Mota e Felipa Gomes da Costa. Décima terceira neta paterna de Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Fuão Albernaz e... Faria. De Aniceto Vaz da Mota e Felipa de Sá. De Estevão da Costa e Isabel Lopes de Sousa. Décima quarta neta paterna de Martim Afonso de Sousa.

O ROMANCE
Ele era Promotor de Justiça em Itaperuna, para onde Honorina viajava de tempos em tempos pra ficar com a madrinha.

“Ele passava a cavalo e via vovó na janela. Apaixonaram-se”. (Antonieta Inocência Vieira Ferreira Morpurgo)

Quando Honorina voltou para casa, em Paraíba do Sul, Fernando Luis lhe dedicou esses versos:

PRECE
A Mlle...

Partes... Não sabes que saudade immensa
Vem augmentar o meu isolamento:
É noite, minha amiga, e a treva é densa
Sem um astro siquer no firmamento.

Surge, meu sol, surge outra vez e pensa
Que si tiveres um regresso lento,
Breve sentindo o vácuo da descrença,
Minha alma tombará no desalento.

Não voltas mais... Oh dor, oh desespero!
Porque se eclypsa a luz de teu semblante
Subitamente assim?

O meu destino é mais feroz que Nero,
Estou cego, meu Deus! Sem norte, errante,
O que será de mim?

Fernando Ferreira
Itaperuna, 16 de Agosto de 1894.

A poesia, por certo, comoveu Honorina que aceitou o seu pedido de casamento:

“O noivado não durou muito. Eles se conheceram e se casaram em dois meses”. (Lilia Barcellos)

O que se confirma pelo confronto das datas da poesia e do casamento: 16 de Agosto e 8 de Novembro... Exatos 2 meses e 22 dias!

VIDA EM FAMÍLIA
Pelas fotos dos passeios, acreditamos que tenham tido uma vida feliz e cheia de emoções. Paixão que se prolongou por toda a vida, considerando-se as cartas desesperadas de Honorina quando, já casada, foi obrigada a viver longe dele, então Juiz no Acre.

AS BODAS DE OURO
Em 8 de Novembro de 1944 comemoram as Bodas de Ouro, reunindo a família na Moreira César.

CARTA DA MADRINHA
Era afilhada de Dona Eliza Dutra de Rezende, mulher de Jayme Vieira de Rezende.

Pequena Biografia
Jayme Vieira de Rezende. Nasceu na Fazenda do Rochedo, município de Cataguazes, em 30 de abril de 1886; casou-se em 13 de fevereiro de 1885, com sua prima D. Elisa Dutra de Rezende, filha de seus tios Antonio Vieira da Silva Rezende e de D. Carlota Dutra de Rezende, então proprietários da Fazenda Itaguassu, no actual município de Mirahy. Educado no tradicional “Colégio do Caraça”, foi fazendeiro nos Estados de Minas e Rio de Janeiro e comerciante no Espírito Santo. Jayme Vieira de Rezende é nome de Rua e Avenida no Espírito Santo. Faleceu em Vitória, em 15 de Setembro de 1913, deixando viúva e os seguintes filhos: 1- Mercedes Rezende, nascida em 16 de Março de 1891. Casada com Paulo Pacheco, em 15 de fevereiro de 1912. 2- Hermano Vieira de Rezende, nascido em 17 de Abril de 1894. Casado com Dona Leonarda Moreira, em 27 de maio de 1919. 3- Osmane Vieira de Rezende, nascido em 27 de dezembro de 1900. 4- Flora Rezende de Oliveira, nascida em 26 de Maio de 1902. Casada com Hostilio Ximenes de Oliveira, no dia 22 de fevereiro de 1922 (Família Rezende)

Honorina
Recebi tua carta e fiquei muito satisfeita pela a tua chegada mas recebi hoje a tua carta e infelizmente não posso te fazer uma vizita, porque a Mercedes está passando mal com dor de Olhos, e estou com viagem marcada para Cataguazes, tem já condução lá me esperando. Segunda feira vou muito aborrecida se não puder estar contigo e te dar um apertado abraço, peço-te para vir e a Dr. Fernando para virem cá antes de eu seguir para Cataguazes, manda-me um telegrama para eu mandar te esperar na Estação. Traga a Guiomar, venha sesta ou sabbado sem falta que estou ancioza para ver-te. No mais, eu Jaime e Meninos muito te recommendamos a Dr. Fernando, teus Pais e Guiomar. Sou tua Madrinha e Amiga que muito te estima.

Elisa Dutra de Rezende
17 de Abril de 1893

NB Se tivesse recebido a tua carta logo que chegou ahi já tinha ido te vizitar, venha te pesso mais uma vez.

Foram Pais de:

1. JOAQUIM VIEIRA FERREIRA NETTO
(V. Meus Avós – Dra. Alzira Nogueira Reis)

2. ELISA ATLÂNTICA VIEIRA FERREIRA. Nascida em 2 de Maio de 1897. Falecida menina.

3. FERNANDO LÍVIO VIEIRA FERREIRA. Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Paraíba do Sul, em 26 de Agosto de 1898. Falecido nos anos 80, solteiro, com mais de 80 anos. Sem Geração.

4. JOÃO BATISTA VIEIRA FERREIRA. De apelido Ivan. Nascido em Barra Mansa, em 21 de Maio de 1900. Falecido em 8 de Abril de 1966. Casado com a Professora Márcia da Costa Santos. Com Geração.

5. THEREZA DE JESUS MARIA VIEIRA FEREIRA. Nascida em 22 de Julho de 1901, em Barra Mansa. Falecida em 2 de Fevereiro de 1966, em Niterói. Casada, em 1919, em Nova Friburgo, com o Coronel Médico Dr. Admar Morpurgo. Com Geração.

Pequena Biografia: Dr. Admar Morpurgo nasceu em 16 de Julho de 1897, no Rio de Janeiro. Faleceu em 16 de Dezembro de 1969, filho único de Dona Antonieta César Dias e do Dr. Eduardo Morpurgo.

6. MARCO TÚLIO VIEIRA FERREIRA. Nascido em Paraíba do Sul, em 25 de Outubro de 1905. Falecido em 17 de Abril de 1939.

7. MARIA DAS DORES VIEIRA FERREIRA. Tia Mary. Nascida em Paraíba do Sul, em 10 de Novembro de 1906. Falecida no Rio de Janeiro, nos anos 80. Faleceu solteira. Sem Geração.

8. BEATRIZ VIEIRA FERREIRA. De apelido Tia Ba. Nascida em 16 de Julho de 1910, na Rua Bonfim, no Rio de Janeiro. Falecida em 1999, em Curitiba. Casada, em 1931, com o Engenheiro Fernando Nascimento Silva, nascido em 10 de Janeiro de 1905 e falecido em 13 de Julho de 1967, filho do Dr. Ernesto Nascimento Silva e de Dona Alda Campos, portuguesa do Porto. Com Geração.

Pequena Biografia: Fernando era Engenheiro, nasceu em 10 de Janeiro de 1906 e faleceu em 13 de Julho de 1967, no Rio de Janeiro. Passou a infância na Rua Afonso Pena, na Tijuca. Estudou no Colégio Pedro II e cursou Engenharia na Escola Politécnica, formando-se em 1929. Dedicou-se ao magistério em diversas instituições de ensino sendo docente da cadeira de Geologia da Escola Nacional de Engenharia. Ingressou a seguir no quadro técnico do antigo Distrito Federal, tendo a oportunidade de pesquisar a formação geológica da terra da Guanabara, sua grande paixão! Responsável pela reedição do livro “Rio de Janeiro em seus 400 Anos”. Deixou numerosos trabalhos de natureza científica e literária em folhetos, revistas técnicas e periódicos diversos. Autor do Romance Histórico “O Homem que queria Matar o Vice-Rei”. Deu nome à Rua Engenheiro Fernando Nascimento Silva, em Laranjeiras. (Fernando Ernesto Nascimento Silva)

9. AFONSO JÚLIO VIEIRA FERREIRA, Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Nova Friburgo, em 12 de Março de 1913. Falecido no final dos anos 90, com mais de 80 anos. Casado com Mair Beque, funcionária dos Correios. Sem Geração.


Pesquisa
Anamaria Nunes

Fotos Antigas:
Acervo Nieta Morpurgo




sábado, 1 de janeiro de 2011

PINHEIRO

DESCENDÊNCIA
Pais de Isabel Pinheiro
Avós de Dona Maria Pinheiro
Bisavós de Lopo de Sousa
Terceiros Avós de Martim Afonso de Sousa
Quartos Avós de Izabel Lopes de Sousa
Quintos Avós de Filipa Gomes da Costa
Sextos Avós de Filipa da Mota
Sétimos Avós de Juliana de Oliveira
Oitavos Avós de Martinho de Oliveira Gago
Nonos Avós de Antonio de Oliveira Gago
Décimos Avós de Isabel de Oliveira Colaço
Décimos Primeiros Avós de Maria de Oliveira Colaço
Décimos Segundos Avós de Antonia da Encarnação Xavier
Décimos Terceiros Avós de Antonia de Jesus Xavier
Décimos Quartos Avós de Rosa Maria de Jesus
Décimos Quintos Avós de Maria Rita de Jesus
Décimos Sextos Avós de Maria José de Cortona
Décimos Sétimos Avós de Afonso Júlio de Miranda
Décimos Oitavos Avós de Honorina Pereira Nunes de Miranda
Décimos Nonos Avós de Joaquim Vieira Ferreira Neto
Vigésimos Avós de José Bento Vieira Ferreira
Vigésimos Primeiros Avós de Anamaria Nunes Vieira Ferreira

1. MOR ESTEVES PINHEIRO. Nascida por volta de 1378.

Filha de Estevão Gomes de Outiz. Neta paterna de Gomes Nunes de Outiz e Milia Fernandes Camelo. Bisneta paterna de Fernão Gonçalves Camelo e Constança Peres de Arganil.

A mulher de Martim Gomes (Lobo), Mor Esteves Pinheiro, que terá nascido cerca de 1378/80, dizem as genealogias que era irmã de João Esteves Pinheiro e de Gil Esteves de Outiz, senhor do Prado, todos filhos de Estêvão Gomes de Outiz e netos de Gomes Nunes de Outiz e sua mulher Milia Fernandes Camelo, filha esta de Fernão Gonçalves Camelo e sua mulher Constança Peres de Arganil, que em 1326 fizeram escambo com Mem Rodrigues de Vasconcellos, entregando o que tinham na quintã da Torre de Regalados e na quintã de Cervos pela metade da honra de Revereda, em Stª Mª de Salto.

Não pode ser mera coincidência o doutor Pedro Esteves e sua mulher terem tido, segundo Gaio, o prazo da quintã de Revereda, em Stª Mª do Salto. Pelo que é bem provável que a dita metade da quintã de Revereda tenha passado para a referida Milia Fernandes Camelo (aliás a mais velha das duas filhas do casal), e desta para seu filho Estêvão Gomes de Outiz, deste para a filha Mor Esteves Pinheiro, e desta para a filha Isabel Pinheiro, que com seu marido terá tido o conveniente prazo da outra metade da quintã. Mor Esteves Pinheiro era muito mais mais nova do que seus alegados irmãos Gil Esteves de Outiz e João Esteves Pinheiro, que terão nascido o 1º cerca de 1340 e o segundo cerca de 1345. Com efeito, Gil Esteves de Outiz já aparece na lista dos padroeiros do mosteiro de Grijó de 1365, como uma filha que não é nomeada, pelo que seria criança. O direito de padroado vinha-lhe certamente por sua desconhecida mulher (pois o irmão não aparece), que não é referida na antedita lista, pelo que já teria falecido. Isto, apesar de se não dizer aí que o direito lhe vinha da mulher, como acontece noutros casos da mesma lista. Mas também acontece que, noutros casos em que o direito vem claramente pela mãe ou pela mulher, isso não é referido na antedita lista. A filha seria Guiomar Gil de Outiz, de facto a única que se documenta. Gil Esteves de Outiz já no reinado de D. Fernando teve mercê da terra da Cunha. E a 9.9.1384 D. João I confirmou a «gil stz doutiz» a honra da quintã «d ulueira», no julgado do Prado, que ele comprara a Rui Vasques Pereira e Rui Vasques Ribeiro, por ele ser «fidalgo sta em nosso sujço», mercê que lhe confirmou a 2.5.1385, tendo-lhe na mesma data confirmado a doação da terra do Prado, com suas rendas, frutos e novos, que lhe tinha doado enquanto regente. E a 26 de Maio do mesmo ano volta a confirmar a «gil stez d outiz nosso scudeiro» a terra do Prado a par de Braga, referindo desta feita que a doação incluía a jurisdição alto, baixo e mero misto império, com a condição de que, se ele morresse sem descendente legítimo, o senhorio voltaria para a coroa. Gil Esteves de Outiz, que deixou viúva Joana Paes, morreu cerca de 12.4.1415, data em que D. João I fez mercê do senhorio do Prado a seu neto Diogo Gil de Outiz, filho de Guiomar Gil de Outiz, viúva de João Gil do Porto, seu vassalo, sendo aqui de realçar um caso bem documentado de sucessão no nome da família materna. Este Diogo Gil viria a falecer sem geração, voltando o senhorio do Prado para a coroa, que o deu a Fernão Soares de Albergaria. Voltando a, João Esteves Pinheiro, por seu lado, verifica-se que tem uma neta paterna que foi ama de leite da infanta D.Isabel, futura rainha de Castela, nascida em 1428, pelo que não podia ter nascido depois de 1410 e certamente nasceu cerca de 1408. A diferença de idades entre os irmãos Gil Esteves de Outiz e João Esteves Pinheiro e sua alegada irmã Mor Esteves Pinheiro só se pode aceitar se eles foram filhos de um 1º casamento do pai e ela de um 2º casamento. Estêvão Gomes de Outiz terá, assim, nascido cerca de 1319, casado a 1ª vez cerca de 1340, com 21 anos, e a 2ª vez cerca de 1377, com mais ou menos 58 anos de idade.

Casada com MARTIM GOMES (LOBO), Ouvidor e Conselheiro do Duque de Bragança. Alcaide Mor de Barcelos. Ouvidor do Conde Dom Afonso. Nascido por volta de 1370.

Descendente de Carlos Magno.

Geneall. Net

As genealogias não sabem ao certo de quem era filho este Martim Gomes (Lobo), e portanto seu irmão Frei Gil Lobo, dizendo apenas que era parente dos barões de Alvito e deitando-se depois a adivinhar o nome dos pais. Pelo patronímico (e até pelo patronímico usado pela filha Beatriz Anes), e pelo prenome do irmão, devia ser filho de Gomes Anes Lobo e sobrinho de Gil Anes Lobo, ambos filhos de João Peres Lobo, escudeiro, alcaide-mor de Castelo de Vide (15.6.1337) - que era primo-direito do 1º senhor de Alvito Diogo Lopes Lobo -, e de sua mulher Beatriz Gil, que era tia de D. Gil Fernandes de Elvas, alcaide-mor de Elvas, famoso capitão de D. João I, muito referido na sua crónica, que lhe deu o nome de Elvas e o tratamento de Dom. Ainda apenas como Gil Fernandes, escudeiro, morador em Elvas, teve a 29.3.1384 mercê dos direitos da alcaidaria de Elvas e do serviço dos judeus desta vila. A 23.9.1384 D.João I doou a Gil Fernandes, seu escudeiro e criado de D. Fernando I, para si e seus sucessores, os bens móveis e de raiz que Dom Abraão tinha em Santarém e seu termo e noutros lugares, que perdera por «deserujços». A 20.12.1384 D. João I doou a Gil Fernandes, seu vassalo, morador em Elvas, todas as rendas, direitos e reguengos da vila de Arronches e seu termo.

Filho de Rui Dias Lobo, 2º Senhor de Alvito, e Maria Vasques.

Isabel Pinheiro e suas referidas irmãs eram filhas de Martim Gomes (Lobo), ouvidor de todas as terras do 1º duque de Bragança (1419), e de sua mulher Mor Esteves Pinheiro. Este Martim Gomes (sem Lobo), que no epitáfio vem como conselheiro do duque de Bragança, documento-o a 25.3.1435 como ouvidor do conde D. Afonso, quando D. Duarte confirmou um seu criado, João Fraco ou Franco, como escrivão das sisas de Vermoim. E a 7.11.1439 D. Afonso V confirmou o privilégio a Martim Gomes, morador em Estremoz, irmão de Gil Lobo, confessor do rei D. Duarte, que sendo escrivão das obras desse concelho, ficou autorizado a escrever os recibos de todas as despesas relativas às obras, recebendo para seu mantimento o mesmo que recebem os escrivães das outras obras. Mais tarde, a 20.12.1450, o mesmo rei doou a Martim Gomes, irmão de Frei Gil Lobo, uma tença de 1.200 reais de prata. Era portanto Lobo, embora não se documente com este nome. Martim Gomes (Lobo) era portanto irmão do célebre Frei Gil Lobo, franciscano, confessor do rei D. Duarte, que escreveu parte do «Leal Conselheiro», a mando do rei, como ele próprio diz («uu conselho apropriado a duas barcas que frei Gil Lobo, meu confessor, que Deos perdoe, screveo per minha envençom»). Alguns autores modernos, que defendem uma autoria póstuma, argumentam que a fórmula «que Deus perdoe» não significa necessariamente que Frei Gil Lobo morreu em vida de D. Duarte, dizendo que ele foi depois confessor do infante D. Pedro, durante a regência, e ainda de Afonso V, sustentando-se num documento do Archivio Segreto Vaticano (Reg. Suppl. 448, 266rv) datado de 23.2.1451, que contém uma súplica de um frei Gil de Tavira. Sobre o qual D. Afonso V diz numa sua carta (Além Douro, 4, 184): «A quamtos esta carta virem fazemos saber que por os muytos serviços que frey gill de tavira abade do mosteiro de sam Joham dalpemdorada tem fectos a elRey meu senhor e padre cuja alma deus aja e a nos em seendo nosso pregador e confessor e meestre». Mas estes autores desconhecem as cartas de D. Afonso V, referidas acima, onde Frei Gil Lobo é referido assim (não como Frei Gil de Tavira) e como confessor de D. Duarte, o que significa que não era seu. Mas tudo indica que de facto ainda estava vivo em 1450, pois dificilmente Martim Gomes seria ainda referido como irmão de Frei Gil Lobo nesta data se este tivesse morrido antes de D. Duarte.

Foram Pais de:

1.1 Lourenço Martins Pinheiro. Escudeiro da Casa de Bragança.

1) Lourenço Martins Pinheiro, nascido cerca de 1399, escudeiro da Casa de Bragança. A 25.1.1440 D.Afonso V doou vitaliciamente a Lourenço Martins Pinheiro, escudeiro da Casa do conde de Ourém, todos os bens que pertenceram a Gonçalo Martins, clérigo de missa, abade de S. Salvador de Silveira da terra de Fortão, morador em Vila do Conde, que os perdeu por os ter comprado sem licença régia, podendo vender, escambar, trocar, contanto que não faça avença entre as partes (CAV, 20, 46). Alão refere-o sem mais notícia. Gaio diz que viveu em Barcelos, onde casou com Beatriz Anes, de Cavaleiros, também sem mais notícia.

1.2 Gil Pinheiro.

2) Gil Pinheiro, nascido cerca de 1401, que Alão refere sem mais notícia. Gaio chama-lhe Gil Pinheiro de Outiz, diz que viveu no Alentejo casado com Isabel de Sequeira e foi fidalgo da Casa de D. Fernando, 2º duque de Bragança, a quem serviu em Ceuta, sendo testemunha do casamento de seu filho com a filha do 1º conde de Vila Real, realizado em Ceuta por escritura de 19.8.1447. Não o consegui documentar.

1.3 Branca Pinheiro. Casada com Diogo Afonso de Carvalho.

3) Branca Pinheiro, a primogénita das irmãs, nascida cerca de 1403, que Gaio diz «sepultada na vila de Barcelos em sepultura alta junto da sacristia que hoje não existe, e tinha um letreiro que dizia = Aqui jaz Branca Pinheiro filha de Martim Gomes Lobo do Conselho do Duque de Bragança fº. do virtuoso D. João, e ouvidor em todas as suas terras e sua m.er Mor Esteves aqui jaz». Casou com Diogo Afonso Carvalho, fal. em 1463, senhor do prazo de Souto de El-Rei (11.3.1440), vassalo e ouvidor da corte em 1438 e 9, corregedor de Trás-os-Montes e desembargador Casa do Cível de Lisboa pelo menos desde 1444, etc. A 13.1.1444 D. Afonso V escambou a Diogo Afonso Carvalho, desembargador régio, a sua quinta de S. Vicente, no termo da vila de Guimarães, pelo reguengo de Monte Bravo, o qual estava aforado a Gonçalo Gonçalves, morador no dito lugar, por cinco libras e meia da moeda antiga, e que por sua morte estava na posse de sua mulher Branca Vieira (CAV, 24, 4). Em 1439 o mesmo rei confirmou a nomeação de Nicolau Rodrigues, criado do conde de Barcelos, a pedido de Diogo Afonso Carvalho, ouvidor da corte, no cargo de inqueridor do número na vila de Guimarães e seu termo, em substituição de Fernão de Carvalhais, que morrera (ib, 19, 39). A 18.1.1440 nomeou Diogo Afonso Carvalho, a pedido do infante D.João, para o cargo de desembargador da Casa do Cível, em substituição de Lopo Martins Carvalhal, sobrinho do condestável, com todos os privilégios e liberdades dos desembargadores da Casa do Cível. E a 1.3.1463 nomeou o Dr. Lopo Gonçalves para o cargo que exercia na Casa do Cível de Lisboa, em substituição de Diogo Afonso Carvalho, desembargador régio, que morrera, com todas as liberdades, privilégios e prerrogativas (ib, 9, 33). C.g. nos morgados de Cepões

1.4 Brites Gomes Pinheiro. Casada com Lopo Rodrigues Cerveira, Alcaide Mor de Vila Nova de Cerveira.

4) Beatriz Anes Lobo, que vivia viúva em Évora em 1450 (casada com Lopo Rodrigues Cerveira, almoxarife de Ponte de Lima, os quais trato no meu livro «Ascendências Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu. Séculos XIV a XVII», Porto 2004);

1.5 Leonor Gomes Pinheiro. Casada com Martim de Castro, Alcaide Mor de Melgaço e Castro Laboreiro.

5) Leonor Gomes (Pinheiro), que casou com Martim de Crasto. A 27.6.1450, quando três dos seus filhos (Gil Martins, Álvaro Martins e Pedro Martins de «Clasto», ou seja, Crasto) tiraram ordens especiais em Braga, são referidos como «Martim de Clasto cavallero da cassa do Senhor Duque de Bragança e de Lianor Gomez sua mulher moradores na frreguesia de Sam Giãao de Çeraffãao» (hoje S. Julião de Serafão, freguesia do concelho de Fafe). Gaio dá este Martim de Crasto como filho de Diogo Gonçalves de Castro («do Crasto») e de sua mulher D. Aldonça Coelho, fazendo depois, inexplicavelmente, Diogo Gonçalves filho de um Afonso Pires de Castro, o que é erro crasso. Para ser filho de Diogo Gonçalves «do Crasto», Martim de Crasto não podia ter nascido depois de 1380/2, tendo provavelmente nascido cerca de 1378, pelo que teria cerca de 72 anos de idade quando seus filhos mais novos tiraram ordens em Braga, ou seja, o mais novo destes filhos terá nascido cerca de 1436, tendo ele cerca de 58 anos. Pelo que, de facto, Martim de Crasto podia e devia ser o irmão mais novo de Lopo Dias de Azevedo, senhor de S. João de Rei.

1.6 Isabel Pinheiro, que segue.

2. ISABEL PINHEIRO. Nascida por volta de 1411. Falecida depois de 1469.

Casada, por volta de 1430, com DR. PEDRO ESTEVES. Cavaleiro do Conselho de Dom Afonso V. Tronco dos Pinheiro de Barcelos.

O doutor Pedro Esteves, como vimos, casou cerca 1430 com Isabel Pinheiro, nascida cerca de 1411 e falecida depois de 24.6.1469.

Filho de Estevão Anes e Grácia Martins, ama de leite de Dom Fernando, futuro Duque de Bragança. Neto paterno de João Esteves e Maria Domingues. Bisneto paterno de Pedro Esteves e Aldonça Álvares. Bisneto materno de Afonso Chamorro e Leonor Rodrigues.

Gaio cita um instrumento de habilitação de 1403, passado em pública forma por João Martins, tabelião do público da vila de Barcelos, por mandado do doutor Antão Lima, ouvidor das terras do duque de Bragança D. Afonso, no qual se declarariam os pais e avós de Estêvão Anes e se diz que sua mulher era então ama de leite de D. Fernando, filho do conde D. Afonso, que de facto nasceu nesse ano.

E nesta habilitação se diria que Estêvão Anes era filho de João Esteves e sua mulher Maria Domingues; neto paterno de Pedro Esteves e sua mulher Aldonça Álvares; e neto materno de Afonso Chamorro e sua mulher Leonor Rodrigues.

As Armas
Mas o certo é que D. Diogo Pinheiro tem, no seu túmulo na igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, túmulo renascentista hiper-decorado, saído da oficina de João de Ruão, um escudo sem Pereira, ou seja, o mesmo escudo que deixou noutros monumentos: Esteves, Pinheiro (um pinheiro e um leão, à esquerda, rompante contra o tronco da árvore) e Lobo. O escudo esquartelado da Torre dos Sinos (Pinheiro, Pereira, Lacerda? (flores de lis) e Lobo, que também está na matriz de Barcelos, é muito posterior e foi colocado por Henrique Pinheiro, neto do doutor Pedro Esteves, que, ele sim, era Pereira e Lacerda por sua mãe.

E, de facto, o doutor Pedro Esteves documenta-se como cavaleiro do Conselho de D. Afonso V quando este rei, a 24.6.1469 dá a sua viúva, Isabel Pinheiro, enquanto for viúva e mantiver a sua honra, carta de privilégio para os seus amos, mordomos, apaniguados, criados, lavradores e caseiros, para a comarca de Entre-Douro-e-Minho.

Tudo indica, ainda, que seja o Pedro Esteves que a 26.1.1439 foi nomeado para os cargos de tabelião das audiências e escrivão público, a pedido de Diogo Fernandes de Almeida, do Conselho e vedor da fazenda, em substituição de Estêvão Anes, seu pai, por ser velho e não poder exercer esse oficio. Sendo certo que é o doutor Pedro Esteves, criado do duque de Bragança, a quem D. Afonso V a 10.6.1450 doou uma tença anual de 10.000 reais prata. E igualmente certo é que morreu antes de 15.8.1463, data em que o mesmo rei nomeou Fernão Pereira, fidalgo da Casa do conde de Guimarães, para o cargo de vedor das obras nas comarcas de Entre-o-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes, em substituição do doutor Pedro Esteves, que morrera.

Foram Pais de:

2.1 Catarina Pinheiro. Nascida cerca de 1431, que foi a 1ª mulher de Álvaro Anes de Cernache, também nascido cerca de 1431 e falecido antes de 13.8.1518, com testamento de 9.12.1512, senhor de Gaia-a-Maior (30.5.1496), fidalgo da Casa Real, que pediu o ofício de anadel-mor de besteiros a cavalo que seu pai tinha, mas recusou-lho D. João II a 25.1.1484, dando-lhe por ele uma tença de 10.000 reais, recusa que D. Manuel I confirmou a 29.2.1496, extinguindo depois o cargo. Álvaro Anes foi depois dizimeiro da alfândega da cidade do Porto e juiz do mar dessa cidade (confirmação de 1496, como era com D. João II), ouvidor de todos os feitos dos mercadores e marinheiros do Porto (26.5.1486, confirmado a 29.2.1496), e a 29.2.1496 teve carta de privilégio de fidalgo. A 30.5.1496 Álvaro Anes Cernache, cavaleiro da Casa d'el rei, teve confirmação da doação da terra da Gaia, a Maior, com todos os direitos, tal como tinha seu pai, Fernando Álvares de Cernache, cavaleiro da Casa d'el rei, morador no Porto, pela apresentação de uma carta feita em Samora a 20.10.1475. 26 dias antes tivera confirmação da doação das terras pesqueiras no rio Douro, na terra de Gaia, termo do Porto, tal como os tinha Fernando Álvares Vieira, pela apresentação de uma carta feita em Samora a 21.10.1475. Este Álvaro Anes de Cernache era filho do já referido Fernando Álvares Vieira, filho legitimado de Álvaro Anes de Cernache, também já referido, tio (por afinidade) do doutor Pedro Esteves, e de Clana Anes (Vieira). C.g. conhecida.

2.2 Beatriz Pinheiro. Nascida cerca de 1432, que se documenta com seu marido entre 1470 e 1496 no fundo do convento de Nª Sª da Rosa da Caparica (informação que agradeço ao Dr. José Augusto Oliveira). Gaio diz que foi dama da infanta D. Beatriz, mulher do infante D. Fernando, duque de Viseu, o qual lhe deu uma tença anual por seu casamento, que D. Manuel confirmou a 15.5.1501. Casou antes de 1470 com Pedro Vaz da Veiga, filho de Tristão Vaz da Veiga. É o Pedro Vaz da Veiga, cavaleiro fidalgo da Casa do infante D. Fernando, que se documenta a 24.1.1459 e 28.3.1468. E o homónimo, fidalgo da Casa do infante D. Fernando, a quem este deu a 28.7.1465 uma tença de 15.000 reais, confirmada por D. João II a 24.2.1485 e por D. Manuel a 13.2.1497. Gaio dá ao casal vários filhos, entre os quais uma D. Isabel Pinheiro casada com Fernão Martins de Almada, o que se confirma, pois a 9.5.1502 Fernão Martins de Almada, fidalgo da Casa Real, nomeou procurador para cobrar 50.000 reais da sua tença e da de D. Isabel Pinheiro, sua mulher. Pedro Vaz da Veiga era irmão de Diogo Vaz da Veiga, cavaleiro fidalgo da Casa de D. Afonso V, escrivão do corregedor de Lisboa, etc., casado na Madeira com Beatriz Cabral. A 16.11.1471 D. Afonso V doou a Diogo Vasques da Veiga, cavaleiro da sua Casa, enquanto sua mercê for, uma tença anual de 8.000 reais de prata, a partir de 1 de Janeiro de 1472. E a 19.7.1481 o mesmo rei nomeou Diogo Vaz da Veiga, cavaleiro e fidalgo da sua Casa, para o cargo de escrivão do corregedor de Lisboa, em substituição de Álvaro Rodrigues. Pedro e Diogo Vaz da Veiga eram filhos de Tristão Vaz da Veiga (a 4.11.1454 D. Afonso V privilegiou André da Veiga, sobrinho de Tristão Vasques da Veiga, concedendo-lhe licença para andar em besta muar de sela e freio) e de sua mulher Leonor Taveira; e netos paternos, segundo Alão, de Vasco Lourenço de Abreu e sua mulher Maria Anes da Veiga. Esta Maria Anes era, segundo Alão, irmã de João da Veiga, o Moço, e de Fernão da Veiga (que deve ser o Fernão da Veiga que a 27.8.1437 se documenta com herdades no termo de Arruda, dando origem aos Veiga de Montemor-o-Novo), todos filhos de João da Veiga, o Velho, e sua mulher Inez Pires. Alão diz que este João da Veiga, o Velho, foi «muito honrado homem» nos reinados de D. Fernando I e D. João I, cidadão de Lisboa e um dos procuradores desta cidade às Cortes de Coimbra, estando sepultado com sua mulher no mosteiro de S. Francisco de Lisboa, na capela do Salvador, onde tinham missa quotidiana (que ela instituiu um morgadio). É, portanto, o João da Veiga, cavaleiro, que a 24.5.1399 se documenta com casas em Lisboa, o João da Veiga, o Velho, que a 6.6.1399 se documenta com casas na Rua Nova, nesta cidade, e ainda o João da Veiga, mercador, a quem o mestre de Avis doou a 7.9.1384 o foro (de 100 libras anuais) de umas casas que tinha na Rua Nova, em Lisboa, para si e para duas vidas após a sua morte. Já tinha falecido a 2.4.1436 quando D. Duarte emprazou por três vidas a João Vasques de Almada umas casas na Rua Nova, em Lisboa, contíguas às «casas que forom de joham da ueiga o uelho». A 2.5.1436 o mesmo rei doou um chão em Lisboa na Judiaria Velha, na rua que chamam do Picoto, a Samuel Romão, que confinava com uns «sobrados dos herdey(ros) de Joham da ueiga que traz Jsaque francez».

2.3 Doutor Martim Pinheiro. Nascido cerca de 1433, que primeiro usou Martim Gomes, o nome do avô materno. Foi cavaleiro do Concelho e corregedor da corte (20.4.1509). Como Martim Gomes tirou ordens menores em Braga a 4.3.1452, como filho do doutor Pedro Esteves e de sua mulher Isabel Pinheiro, então moradores em Santa Maria de Barcelos. A 18.4.1453 D. Afonso V doou a Martim Gomes, filho do doutor Pedro Esteves, enquanto sua mercê for, uma tença anual, para os seus estudos, de 4.800 reais de prata, a partir de 1.1.1453. A 13.2.1466 o mesmo rei doou a Martim Gomes, filho do doutor Pedro Esteves, enquanto sua mercê for, uma tença anual de 6.000 reais de prata, a partir de1.1.1466. Já usava o nome Martim Pinheiro quando a 3.9.1487 teve carta de ordenado. A 12.2.1490 teve uma tença de 4.000 reais. A 8.6.1500 o doutor Martim Pinheiro passou recibo de uma arroba de pólvora para despesa da caravela Santa Maria da Graça, que tinha recebido de Martim Anes, almoxarife de Alcácer. A 17.4.1501 o doutor Martinho Pinheiro, do Concelho do rei e corregedor da corte, passou recibo a João Rodrigues Mascarenhas, pagador dos desembargadores, de 15.000 reais de seu primeiro quartel. E a 6 de Julho do mesmo ano passou ao mesmo recibo de 15.000 reais de seu mantimento, voltando a fazê-lo a 13 de Novembro, relativo ao 3º quartel, e a 13.1.1502, relativo ao último quartel do ano de 1501, pelo que recebia então 60.000 reais de ordenado anual. Já tinha falecido a 24.6.1511 quando sua viúva, D. Catarina Pinto, fez procuração a Diogo Borges, fidalgo da Casa Real e morador em Viseu, para em seu nome cobrar 15.000 reais da sua tença que tem naquele almoxarifado. A 2.5.1515 sua viúva D. Catarina Pinto teve provisão para receber 15.000 reais de tença, e sua filha D. Simoa para receber 24.000 reais de tença. D. Catarina já tinha falecido a 11.8.1525, quando seus herdeiros tiveram provisão para receber a sua tença 15.000 reais. Gaio diz que a si e sua mulher, sendo ele já corregedor da Corte, o convento de Corpus Christi (Gaia) lhe renovou a 5.10.1491 o prazo da já referida quintã de Revereda, em Stª Mª do Salto, com todos os seus casais, pertenças e direito, na forma que o doutor Pedro Esteves e sua mulher a tiveram e onde fizeram muitos acrescentamentos e benfeitorias, pelo foro de 2.400 reais, a 6 seitis cada real, tudo feito por escritura de João Barbosa, tabelião do Porto, em pergaminho que estava no Arquivo da Casa de Bragança. A confirmar-se o que deixei dito sobre esta quintã, o doutor Martim Pinheiro terá herdado a outra metade, que lhe viria dos seu 4º avô Fernão Gonçalves Camelo. O doutor Martim Pinheiro casou, portanto antes de 1491, com D. Catarina Pinto, filha de Gonçalo Vaz Pinto, 1º senhor de juro e herdade de Ferreiros e Tendais (14.8.1484), fidalgo do Conselho de D.Afonso V, seu vedor da fazenda de «Além Mar em África» (1472) e corregedor das justiças de Trás-os-Montes (8.7.1476), etc., e de sua 2ª mulher Inez Rodrigues de Góis, que no seu testamento aparece referida como mulher de Gonçalo Vaz Pinto, do Concelho, e pede para ser sepultada em Mesão Frio e depois trasladada para Santarém «a dicta minha carne for gastada que levem minha ossada a Santarém e que me lancem na capela de meu padre (…) e ponham um muimento sobre a dita cova e seja muito bem lavrado» (ANTT; Santa Clara de Santarém, 6, 15v - 17v). A 1.4.1453 o mesmo rei doou a Gonçalo Vasques Pinto, cavaleiro da sua Casa, uma parte da tença anual de 4.770 reais de prata, até perfazer a quantia de 57.143 reais que lhe era devida pelo seu casamento (o 1º, com Leonor Gil, que ele matou). A 31.12.1457 perdoou a justiça régia a Gonçalo Vasques Pinto, cavaleiro da sua Casa, culpado da morte de sua mulher, Leonor Gil, contanto que sirva 3 anos na cidade de Ceuta. A 19.5.1472 doou a Gonçalo Vasques Pinto, do seu Conselho, vedor da fazenda dos lugares de Além-Mar em África, uma tença anual de 8.000 reais de prata, a serem pagos dos tributos régios que se arrecadem em África, aos mouros tributários. A 11.10.1476 doou a Gonçalo Vasques Pinto, regedor das justiças reais na comarca de Trás-os-Montes, a quantia anual de mantimento de seu ofício de 18.000 reais de prata. E depois doou-lhe uma tença anual de 6.000 reais de prata a partir de 1.1.1481, a juntar à quantia que já lhe fora doada, o que perfaz a soma total de 24.000 reais. A 6.9.1484 deu-lhe outra tença de 18.000 reais. O doutor Martim Pinheiro e sua mulher tiveram dois filhos: Francisco Pinheiro, que morreu solteiro na Índia, e D. Simoa Pinheiro, que se documenta em 1515, como ficou dito, e que casou com D. Manuel Rolim, senhor de Azambuja, c.g. O filho deve ser o Francisco Pinheiro que morreu antes de 30.6.1529, data em que seus herdeiros tiveram provisão para receber no almoxarifado de Ponte de Lima 10.610 reais à conta de maior quantia.

2.4 Álvaro Pinheiro. Nascido cerca de 1435 e falecido depois de 24.5.1511, que também aparece como Álvaro Pires e Álvaro Pinheiro Lobo. Como Álvaro Pires tirou ordens menores em Braga a 20.12.1455, como filho do doutor Pedro Esteves e de sua mulher Isabel Pinheiro, então moradores em Santa Maria de Barcelos. Era escudeiro fidalgo da Casa Real com 1.000 reais de moradia em 1469, acrescentado cavaleiro fidalgo com 1.200 reais em 1474 (confirmado em 1477). D. Afonso V a 20.4.1473 perdoou a justiça régia a João de França, criado de Álvaro Pinheiro, pela fuga da prisão e por querela que dele deu Álvaro Vasques, morador em Barcelos, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e conquista da vila de Arzila e cidade de Tânger, bem como mediante o perdão das partes. Foi alcaide-mor (interino) de Barcelos e ainda vivia a 5.8.1484, quando teve uma tença de 15.000 reais. Teve carta de perdão a 22.8.1491 e deve ainda ser o Álvaro Pinheiro que 17.3.1508 passou recibo dos 15.000 reais de tença que lhe pagou Lopo Pereira, almoxarife de Ponte de Lima; o Álvaro Pinheiro, fidalgo da Casa Real, que a 28.4.1509, 26.51510 e 24.5.1511 teve provisão para receber em Ponte de Lima 15.000 reais de tença, e o Álvaro Pinheiro, escudeiro do duque de Bragança e ouvidor de Ormuz, que a 12.5.1519 escreveu um carta ao rei, expondo os serviços que tinha feito e algumas coisas pertencentes ao governo da Índia. Gaio diz que teve o padroado da igreja de Cristelo e a administração da capela da Torre dos Sinos, um vínculo instituído por seu avô Estêvão Anes e o morgadio de Pouve, instituído por seu tio João Esteves. Isto indicaria que era o irmão mais velho, mas não creio, pois seu irmão Martim tirou ordens menores três anos antes do que ele. Por outro lado, o doutor Martim Pinheiro terá herdado a quintã de Revereda, quer a metade de raiz quer a sucessão no prazo da outra metade, conforme a hipótese que ficou referida acima. Álvaro Pinheiro casou com D. Joana (Pereira ou de Lacerda), que se documenta bem apenas como D. Joana, que faleceu depois de 19.6.1485, data da partilha dos bens de sua mãe, e antes de 10.5.1509, data da partilha dos bens de seu pai. Era filha Nuno Pereira e de sua mulher D. Guiomar da Silva, cujos bens, por escritura lavrada em Serpa na data referida, foram partilhados pelo marido e pelos seus 13 filhos, a saber: Reimão Pereira (casado com D. Isabel), Álvaro Pereira (casado com D. Filipa), D.Joana (mulher de Álvaro Pinheiro, que levou procuração da mulher, passada em Barcelos a 11.2.1484), Diogo Nunes Pereira (casado com D. Filipa), D. Isabel (mulher de João de Faria) e os menores Rui Dias, Garcia Pereira, D. Maria, Henrique Pereira, D. Catarina, D. Margarida, Duarte Pereira e João Rodrigues, todos representados pelo pai. Por morte de Nuno Pereira fizeram-se partilhas na data referida, mas D. Joana já tinha falecido, comparecendo à escritura seu filho Henrique Pinheiro, com procurações de suas irmãs D. Filipa Pereira, D. Isabel Pereira, D. Maria Pereira, «dona» de Santos, e D. Helena, menores que estavam sob o poder de seu pai. A esta partilha compareceram também Diogo Nunes Pereira, Duarte Pereira, Rui Dias Pereira, João Rodrigues Pereira, D. Margarida, freira no mosteiro de Nª Sª da Conceição de Beja, os filhos (entre eles Manuel de Lacerda) e viúva de Reimão Pereira, João de Faria, viúvo de D. Isabel Pereira, Martim Quaresma, viúvo de D. Maria e curador dos filhos de ambos, e os filhos menores de Álvaro Pereira, tutelados pela mãe. Nuno Pereira foi alcaide-mor da Vidigueira e Vila Nova de Frades (30.9.1483). A 16.9.1483 D. João II doou a Nuno Pereira os direitos reais da Vidigueira e Vila Nova de Frades e a 30.9.1483 as respectivas alcaidarias-mores. Parece que foi também alcaide-mor de Portel. Em 1455 documenta-se apenas como Nuno Pereira, morador em Serpa, quando, com seu irmão Rui Dias de Serpa, foram perdoados um ano do seu degredo, a que tinham sido condenados por umas mortes que tinham feito em Serpa, numa contenda com João de Mello. Em 1480 vivia em Portel com sua mulher D. Guiomar, quando tiram ordens menores em Évora os filhos de ambos Álvaro Pereira, Rui Dias, Garcia Pereira, Henrique Pereira, Duarte Pereira, Henrique Pereira e João. De Álvaro Pinheiro e sua mulher nasceram vários filhos, sendo o sucessor Henrique Pinheiro, que em 1512 e 1513 se documenta como fidalgo da casa do duque de Bragança e capitão da gente de Barcelos, e em 1515 já como alcaide-mor de Barcelos. A 25.9.1523, ainda como alcaide-mor de Barcelos, teve uma tença de 15.000 reais. Deste Henrique foi irmã D. Isabel Pereira, menor em 1509, que veio a casar com Diogo Correa, senhor de Fralães, com geração nesta Casa, como refiro no meu Ensaio sobre a origem dos Correa, senhores de Fralães.

2.5 D. Diogo Pinheiro. Nascido cerca de 1437 e falecido em Tomar em Julho de 1526, 1º bispo do Funchal (1514-1526), primaz das Índias, desembargador do Paço e petições, Dom prior da Colegiada de Guimarães (6.1.1503-1513), vigário geral da Ordem de Cristo, em Tomar, doutor in utroque jure, comendatário de Carvoeiro, S. Simão da Junqueira e Castro de Avelãs, capelão e fidalgo da casa do duque de Bragança D. Jaime e depois de D. Manuel I e seu conselheiro, etc. Foi advogado do duque de Bragança D. Fernando, quando D. João II o condenou à morte. Escreveu um manifesto em que pretendia mostrar a inocência do duque de Bragança, e protestou energicamente contra as monstruosidades do processo, o que fez com que perdesse as boas graças de D. João II. Jaz em Tomar, como já ficou dito. Teve filhos bastardos, nomeadamente D. Rodrigo Pinheiro, que foi bispo de Angra (1540-1552) e do Porto (1552-1572).

2.6 Doutor João Pinheiro. Nascido cerca de 1439 e falecido em 1507. Foi abade de Stª Catarina da Anobra (5.12.1488), doutor em Direito Canónico e Teologia e deão da Capela Real de D. Manuel I. Teve duas cartas de perdão, de 7.2.1491 e 17.7.1492.

2.7 D. Maria Pinheiro. Nascida cerca de 1441, que estava viúva a 7.8.1512, data em que D. Maria Pinheiro, viúva de Pedro de Souza, passou recibo dos 20.000 reais que recebeu da sua tença anual, assente no almoxarifado de Ponte de Lima. Volta a passar recibo desta tença a 6.4.1514 e 15.4.1515, passando a 24.7.1515 procuração a João Afonso, abade de S. Fins, para a receber. Casou com Pedro de Souza, nascido cerca 1435, que tirou ordens menores em Braga a 17.2.1448, foi alcaide-mor de Outeiro de Miranda (antes de 30.10.1458, data em que D. Afonso V nomeou João Afonso, escudeiro, criado de Pedro de Sousa, morador no Outeiro de Miranda, para o cargo de juiz das sisas régias do dito lugar) e depois alcaide-mor de Seabra (Sanábria, Galiza). A 29.4.1491 teve de D. João II uma tença de 15.000 reais. Gaio diz que foi meirinho-mor das terras do duque de Bragança D. Fernando. Era filho de Martim Afonso de Souza e sua mulher Violante Lopes de Távora (vide o meu estudo sobre a Origem dos Souza ditos do Prado). C.g.

2.8 Leonor Pinheiro. Nascida cerca de 1443. Casou com Martim Ferreira, 7º morgado de Cavaleiros e de Cete, 6º morgado de Fajozes, etc., c.g. (vide o meu Ensaio sobre a origem dos Ferreira).

Reflexões sobre a Origem dos Pinheiros, de Barcelos.
Manuel Abranches de Soveral
2007

3. DONA MARIA PINHEIRO casada com PEDRO DE SOUSA, 1º Senhor de Prado, Patriarcas da 4ª Geração da Família de Sousa.

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