Descendente dos Pais de Tiradentes

Sobrinha-neta do Barão de São Carlos, do Barão do Rio do Ouro e da Baronesa de Santo Antonio

Batizada em 18 de Outubro de 1876, na Paróquia de São Pedro de Alcântara, do Rolcharia, termo de Juiz de Fora. Falecida em 24 de Julho de 1977, no Largo dos Leões, no Humaitá, Rio de Janeiro.

Filha do Fazendeiro Affonso Júlio de Miranda e Innocência Pereira Nunes. Neta paterna de Antonio José de Miranda e Maria José de Cortona. Neta materna de Vitório Pereira Nunes e Maria Vitória da Rocha.

Bisneta paterna do Capitão José de Miranda Ramalho e Maria Rodrigues da Silva. De José Antonio de Magalhães e Maria Rita de Jesus Xavier. Bisneta materna de Inácio Pereira Nunes e de Dona Leocádia Vasconcellos de Araújo. Terceira neta paterna de João de Miranda Ramalho e Maria Teixeira de Carvalho. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De José Antonio de Andrade e Valentina Tereza de Jesus. De Joaquim Rodrigues Chaves e Rosa Maria de Jesus. Terceira neta materna de Antonio Nunes da Silva e Ana Pereira. De Bento Borges de Araújo e Maria Joaquina de Vasconcellos Quarta neta paterna de Manoel Antonio e Ana Gonçalves de Miranda. De Domingos Teixeira de Carvalho e Luiza Costa Ferreira. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De João Crisóstomo de Magalhães e Bárbara Maria Dias. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De Francisco Ferreira de Sousa e Antonia Rita de Jesus Xavier. Quinta neta paterna de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. De João Costa Ferreira e Domingas Teresa. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De João... De Magalhães e Ana Maria de Andrade. De Mathias Álvares Negrão e Maria de Marins do Prado. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De Carlos Ferreira de Sousa e Rosa de Azevedo. De Domingos da Silva dos Santos e Antonia da Encarnação Xavier. Sexta neta paterna de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manoel Mendes de Souza e Páscoa da Silva. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De Manuel Afonso de Sousa e Maria de Azevedo. De André da Silva e Mariana da Matta. De Domingos Xavier Fernandes e Maria de Oliveira Colaço. Sétima neta paterna de Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. De Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manuel Mendes de Sousa e Páscoa da Silva. De Domingos Rodrigues e Catarina Fernandes. De Antonio de Oliveira Setubal e Isabel de Oliveira Colaço. Oitava neta paterna de Manoel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Correa. De João Fernandes e Esperança Fernam. De Hieronimo Setubal e Brazia de Oliveira. De Antonio de Oliveira Gago e Ana da Cunha. Nona neta paterna de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Manuel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Martinho de Oliveira Gago e Catarina Pereira Sardinha. De Antonio da Cunha e Paula Gonçalves. Décima neta paterna de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Pedro Colaço e Juliana de Oliveira. De Manuel da Cunha e Catarina Pinto. Décima primeira neta paterna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Salvador Teixeira da Cunha e Maria Mendes. De Pedro Colaço, o Velho, e Brígida Machado, a Velha. De Manuel de Oliveira Gago, o Velho, e Felipa da Mota. Décima segunda neta paterna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Fuão Albernaz e... Faria. De Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Rui Dias Machado e Cecília Rodrigues. De Antonio de Oliveira e Genebra Gago. De Vasco Pires de Mota e Felipa Gomes da Costa. Décima terceira neta paterna de Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Fuão Albernaz e... Faria. De Aniceto Vaz da Mota e Felipa de Sá. De Estevão da Costa e Isabel Lopes de Sousa. Décima quarta neta paterna de Martim Afonso de Sousa.

O ROMANCE
Ele era Promotor de Justiça em Itaperuna, para onde Honorina viajava de tempos em tempos pra ficar com a madrinha.

“Ele passava a cavalo e via vovó na janela. Apaixonaram-se”. (Antonieta Inocência Vieira Ferreira Morpurgo)

Quando Honorina voltou para casa, em Paraíba do Sul, Fernando Luis lhe dedicou esses versos:

PRECE
A Mlle...

Partes... Não sabes que saudade immensa
Vem augmentar o meu isolamento:
É noite, minha amiga, e a treva é densa
Sem um astro siquer no firmamento.

Surge, meu sol, surge outra vez e pensa
Que si tiveres um regresso lento,
Breve sentindo o vácuo da descrença,
Minha alma tombará no desalento.

Não voltas mais... Oh dor, oh desespero!
Porque se eclypsa a luz de teu semblante
Subitamente assim?

O meu destino é mais feroz que Nero,
Estou cego, meu Deus! Sem norte, errante,
O que será de mim?

Fernando Ferreira
Itaperuna, 16 de Agosto de 1894.

A poesia, por certo, comoveu Honorina que aceitou o seu pedido de casamento:

“O noivado não durou muito. Eles se conheceram e se casaram em dois meses”. (Lilia Barcellos)

O que se confirma pelo confronto das datas da poesia e do casamento: 16 de Agosto e 8 de Novembro... Exatos 2 meses e 22 dias!

VIDA EM FAMÍLIA
Pelas fotos dos passeios, acreditamos que tenham tido uma vida feliz e cheia de emoções. Paixão que se prolongou por toda a vida, considerando-se as cartas desesperadas de Honorina quando, já casada, foi obrigada a viver longe dele, então Juiz no Acre.

AS BODAS DE OURO
Em 8 de Novembro de 1944 comemoram as Bodas de Ouro, reunindo a família na Moreira César.

CARTA DA MADRINHA
Era afilhada de Dona Eliza Dutra de Rezende, mulher de Jayme Vieira de Rezende.

Pequena Biografia
Jayme Vieira de Rezende. Nasceu na Fazenda do Rochedo, município de Cataguazes, em 30 de abril de 1886; casou-se em 13 de fevereiro de 1885, com sua prima D. Elisa Dutra de Rezende, filha de seus tios Antonio Vieira da Silva Rezende e de D. Carlota Dutra de Rezende, então proprietários da Fazenda Itaguassu, no actual município de Mirahy. Educado no tradicional “Colégio do Caraça”, foi fazendeiro nos Estados de Minas e Rio de Janeiro e comerciante no Espírito Santo. Jayme Vieira de Rezende é nome de Rua e Avenida no Espírito Santo. Faleceu em Vitória, em 15 de Setembro de 1913, deixando viúva e os seguintes filhos: 1- Mercedes Rezende, nascida em 16 de Março de 1891. Casada com Paulo Pacheco, em 15 de fevereiro de 1912. 2- Hermano Vieira de Rezende, nascido em 17 de Abril de 1894. Casado com Dona Leonarda Moreira, em 27 de maio de 1919. 3- Osmane Vieira de Rezende, nascido em 27 de dezembro de 1900. 4- Flora Rezende de Oliveira, nascida em 26 de Maio de 1902. Casada com Hostilio Ximenes de Oliveira, no dia 22 de fevereiro de 1922 (Família Rezende)

Honorina
Recebi tua carta e fiquei muito satisfeita pela a tua chegada mas recebi hoje a tua carta e infelizmente não posso te fazer uma vizita, porque a Mercedes está passando mal com dor de Olhos, e estou com viagem marcada para Cataguazes, tem já condução lá me esperando. Segunda feira vou muito aborrecida se não puder estar contigo e te dar um apertado abraço, peço-te para vir e a Dr. Fernando para virem cá antes de eu seguir para Cataguazes, manda-me um telegrama para eu mandar te esperar na Estação. Traga a Guiomar, venha sesta ou sabbado sem falta que estou ancioza para ver-te. No mais, eu Jaime e Meninos muito te recommendamos a Dr. Fernando, teus Pais e Guiomar. Sou tua Madrinha e Amiga que muito te estima.

Elisa Dutra de Rezende
17 de Abril de 1893

NB Se tivesse recebido a tua carta logo que chegou ahi já tinha ido te vizitar, venha te pesso mais uma vez.

Foram Pais de:

1. JOAQUIM VIEIRA FERREIRA NETTO
(V. Meus Avós – Dra. Alzira Nogueira Reis)

2. ELISA ATLÂNTICA VIEIRA FERREIRA. Nascida em 2 de Maio de 1897. Falecida menina.

3. FERNANDO LÍVIO VIEIRA FERREIRA. Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Paraíba do Sul, em 26 de Agosto de 1898. Falecido nos anos 80, solteiro, com mais de 80 anos. Sem Geração.

4. JOÃO BATISTA VIEIRA FERREIRA. De apelido Ivan. Nascido em Barra Mansa, em 21 de Maio de 1900. Falecido em 8 de Abril de 1966. Casado com a Professora Márcia da Costa Santos. Com Geração.

5. THEREZA DE JESUS MARIA VIEIRA FEREIRA. Nascida em 22 de Julho de 1901, em Barra Mansa. Falecida em 2 de Fevereiro de 1966, em Niterói. Casada, em 1919, em Nova Friburgo, com o Coronel Médico Dr. Admar Morpurgo. Com Geração.

Pequena Biografia: Dr. Admar Morpurgo nasceu em 16 de Julho de 1897, no Rio de Janeiro. Faleceu em 16 de Dezembro de 1969, filho único de Dona Antonieta César Dias e do Dr. Eduardo Morpurgo.

6. MARCO TÚLIO VIEIRA FERREIRA. Nascido em Paraíba do Sul, em 25 de Outubro de 1905. Falecido em 17 de Abril de 1939.

7. MARIA DAS DORES VIEIRA FERREIRA. Tia Mary. Nascida em Paraíba do Sul, em 10 de Novembro de 1906. Falecida no Rio de Janeiro, nos anos 80. Faleceu solteira. Sem Geração.

8. BEATRIZ VIEIRA FERREIRA. De apelido Tia Ba. Nascida em 16 de Julho de 1910, na Rua Bonfim, no Rio de Janeiro. Falecida em 1999, em Curitiba. Casada, em 1931, com o Engenheiro Fernando Nascimento Silva, nascido em 10 de Janeiro de 1905 e falecido em 13 de Julho de 1967, filho do Dr. Ernesto Nascimento Silva e de Dona Alda Campos, portuguesa do Porto. Com Geração.

Pequena Biografia: Fernando era Engenheiro, nasceu em 10 de Janeiro de 1906 e faleceu em 13 de Julho de 1967, no Rio de Janeiro. Passou a infância na Rua Afonso Pena, na Tijuca. Estudou no Colégio Pedro II e cursou Engenharia na Escola Politécnica, formando-se em 1929. Dedicou-se ao magistério em diversas instituições de ensino sendo docente da cadeira de Geologia da Escola Nacional de Engenharia. Ingressou a seguir no quadro técnico do antigo Distrito Federal, tendo a oportunidade de pesquisar a formação geológica da terra da Guanabara, sua grande paixão! Responsável pela reedição do livro “Rio de Janeiro em seus 400 Anos”. Deixou numerosos trabalhos de natureza científica e literária em folhetos, revistas técnicas e periódicos diversos. Autor do Romance Histórico “O Homem que queria Matar o Vice-Rei”. Deu nome à Rua Engenheiro Fernando Nascimento Silva, em Laranjeiras. (Fernando Ernesto Nascimento Silva)

9. AFONSO JÚLIO VIEIRA FERREIRA, Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Nova Friburgo, em 12 de Março de 1913. Falecido no final dos anos 90, com mais de 80 anos. Casado com Mair Beque, funcionária dos Correios. Sem Geração.


Pesquisa
Anamaria Nunes

Fotos Antigas:
Acervo Nieta Morpurgo




sábado, 1 de janeiro de 2011

VASCONCELLOS DE ARAÚJO

DESCENDÊNCIA
Pais de Vitório Pereira Nunes
Avós de Inocência Pereira Nunes
Bisavós de Honorina Pereira Nunes de Miranda
Terceiros Avós de Joaquim Vieira Ferreira Netto
Quartos Avós de José Bento Vieira Ferreira
Quintos Avós de Anamaria Nunes Vieira Ferreira

1. LEOCÁDIA VASCONCELLOS DE ARAÚJO. Nascida por volta de 1810.

Filha de Bento Borges de Araújo e de Dona Maria Joaquina Vasconcellos.

Casada, em 1817, com INÁCIO PEREIRA NUNES, em 2ª Núpcias dele. Comendador da Imperial Ordem de Cristo. Rico Fazendeiro. Natural do Rio de Janeiro. Nascido por volta de 1770. Batizado na Freguesia de Inhaúma. Falecido em 28 de Março de 1857, em Paraíba do Sul.

Filho de Antônio Nunes da Silva e de Dona Ana Pereira.

Os Pereira Nunes
Inácio Pereira Nunes, filho de Antônio Nunes da Silva e Ana Pereira Nunes, natural do Rio de Janeiro e batizado na freguesia de lnhaúma, instalou-se no Inema, onde se tornou fazendeiro e proprietário de uma fábrica de tijolos para construção. Aos poucos foi adquirindo terras na serra das Abóboras. Comprou primeiro à viúva de José Fernandes dos Santos os sítios Água-Limpa e Serra. Obteve outras propriedades naquela serra por execução hipotecária pois tendo emprestado muito dinheiro e não podendo os devedores efetuar o pagamento nos prazos estabelecidos, se indenizou ocupando as terras dadas em garantia.

Tornou-se senhor de vasta zona. lnácio Pereira Nunes nas suas terras da serra das Abóboras, vertentes do rio Paraíba do Sul, instalou as seguintes fazendas: Cachoeira, Caxambu, Santa Teresa, Sossego, Retiro, Fortaleza, Independência, Água-Limpa, Santo André, Serra, Santo Elias, Santa Vitória, Bonsucesso, Santa Clara e Barreira.

Dentro do patrimônio territorial de Inácio ficavam os dois pontos mais elevados da serra, as pedras Menina e Monte-Cristo. O dr. Metizinger, engenheiro alemão, calculou ser de mil metros a altitude da Menina, e de 850 Monte-Cristo.

Na primeira existe na base uma depressão retangular, exatamente como se fosse praticada por um bom canteiro, e que se parece com o vão de grande porta. Isso excitou a imaginação popular, surgindo entre os escravos das fazendas locais a lenda da porta de entrada de um templo subterrâneo, em que os índios de outrora adoravam seus ídolos e guardavam fabuloso tesouro.

Inácio Pereira Nunes tornou-se homem de vastíssimos recursos, possuidor de extensa área de matas virgens e mais de mil escravos. Tinha quase 300 bestas de carga, que faziam o percurso de suas fazendas ao porto da Estrela levando gêneros de toda espécie, toucinho e café. Na volta vinham com sal, sabão e petrechos necessários à lavoura. Ele reservou para tratamento dos animais de carga uma fazenda inteira, a do Sossego, nas imediações do Monte-Cristo.

Quando da revolução em Minas Gerais no ano de 1842 prestou em sua fazenda da Cachoeira grande auxílio à tropa legal de Caxias, ali baseada antes da tomada de Paraibuna, sendo por esse motivo condecorado pelo imperador Pedro II com a Comenda da Ordem de Cristo. Dessa data em diante passou a ser conhecido por Comendador Inácio Pereira Nunes.

Foi casado duas vezes. A primeira com Luísa, que faleceu em 1816 deixando vivos os seguintes filhos: Reginaldo, Ana, Maria, José Inácio, Balbina, Carlos e Antônio Luís. Em segundas núpcias com Leocádia, filha de Bento Borges de Araújo, com a qual teve os filhos Mariana, Jacinto, Brás, Vitório, Teresa, Clara, Emídio e Inocência.
Em sua história, essa grande relação é básica, pois a cada um dos filhos deixou uma fazenda. E as fazendas Pereira Nunes eram todas a vertente do Paraíba na serra das Abóboras a oeste do caminho de Minas, isto é, de uma linha norte-sul entre Paraíba e Paraibuna. A cada um dos 15 herdeiros coube uma fazenda com 100 alqueires de matas e lavoura de café, gado e escravos.

Dentre os filhos do comendador Inácio aquele que mais se distinguiu nos estudos foi Brás Pereira Nunes, que se formou em Ciências Políticas em São Paulo e inventariou os bens do pai. Brás herdou a fazenda Bonsucesso e foi mais tarde agraciado com o título de barão pelo estadista José Antônio Saraiva. O barão do Rio do Ouro gostava imensamente de caçadas e teve a vida divertida. Exerceu diversos cargos públicos em Paraíba do Sul, mas sem muita convicção. Morreu solteiro de febre amarela, deixando filhos.

Balbina Pereira Nunes herdou a fazenda de Santo Elías. Casou-se com Antônio Pinto de Oliveira, homem trabalhador e amador da medicina homeopática, que exercia nos arredores de sua propriedade. Foi agraciado por decreto de 15 de abril de 1882 com o título de barão de Santo Antônio. Fez doações importantes à Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro. Esteve em Paris, onde se submeteu a operação de catarata proveniente de diabetes; operação, aliás, inútil, continuando seu sofrimento até a morte, em 1884. No testamento, juntamente com a mulher, fez doações a seus escravos.

Maria Pereira Nunes herdou a fazenda da Serra, de onde tirou excelente pecúlio, o qual desapareceu com sua morte. Foi muito esmoler. Ofereceu elevada quantia à Santa Casa de Misericórdia de São João d’El-Rei, dez contos-de-réis à Casa de Caridade de Paraíba do Sul. Fez importantes doações ao Asilo de Nossa Senhora do Amparo, em Petrópolis, e ao Colégio dos Padres de Dom Bosco, em Niterói.

Carlos Pereira Nunes, deixando a fazenda do Inema na margem direita do Paraíba e que o pai guardara dos seus começos — o velho lnácio não vendia palmo de terra —, abriu uma grande lavoura na fazenda de Santo André. Aí se casou com Florinda do Couto em 1842, nascendo deles dez filhos. Carlos Pereira Nunes e sua mulher, com o auxílio do braço escravo, conseguiram grande pecúlio. Não se distinguiram em artes ou ciências, mas sobrelevaram com financistas. Foi agra¬ciado com o título de barão de São Carlos em 28 de agosto de 1877, e fez doações à Casa de Caridade de Paraíba do Sul e à Sociedade de Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, custeando as despesas do hospital dois meses. Sua sepultura, em frente à capela, é a mais suntuosa do cemitério de Paraíba. Faleceu em março de 1894. Por morte do barão de São Carlos a fazenda passou à baronesa, que a legou ao filho Cristóvão Pereira Nunes, médico e vereador em nossa Câmara. A fazenda de Santo André possuía ótima casa de residência, extensos terreiros de pedra para a secagem de café e maquinismo completo de seu beneficiamento. Da qualidade do café que produzia tirou o barão de São Carlos a fortuna que acumulou.

Ana Pereira Nunes herdou a fazenda do Sossego. Por sua morte libertou todos os escravos, deixando a fazenda ao barão de Santo Antônio, seu cunhado. Este passou a propriedade a Francisco Ferreira Ribeiro, o Chico do Sossego, seu exce¬lente capataz, mas por dez anos, findos os quais passaria a fazenda aos ex-escravos que ficassem com ele no trato da terra. A fazenda do Sossego pertenceu posteriormente a Antônio da Silva Tamanqueira, depois a Agostinho Médici, e ainda a Virgílio Augusto Fortes. Também coube a Ana Pereira Nunes a propriedade Recreio de Santo Elías, hoje denominada Colônia.

Francisco Ferreira Ribeiro, nasceu no Sossego. Quando veio morar na cidade, em chácara nas Palhas, a habilidade e expediente fizeram dele pau-para-toda-obra. Foi quem construiu o coreto do Jardim Velho, com ferragem do Augusto Batista Fer¬reira, assim como o da praça de Entre-Rios. Passou ao filho Lucas Fer¬reira Ribeiro muito do seu tirocínio em obras, que ele aproveitou como empreiteiro da Prefeitura em vários governos (anos 20 e 30]; deste é o mais rico depoimento pessoal que já colhi em Paraíba (1971), aos 90 anos.

Clara Pereira Nunes herdou as fazendas Santa Clara e Barreira. Casou-se com o coronel João José Vieira, que adquiriu grande riqueza no cultivo de suas terras. Entre os filhos destacou-se João José Vieira Filho, juiz municipal em Juiz de Fora.
Emídío Pereira Nunes foi o herdeiro da fazenda Caxambu. Em 1868 possuía máquina a vapor para fabricação de açúcar. Adoeceu pouco depois e não mais se restabeleceu. Caxambu era famosa pelos seus candomblés e pelos jongos e cateretês. Há quem afirme ter existido em suas imediações um quilombo numeroso, chefiado por genuíno príncipe africano, de indumentária e jóias faustosas.

Fica registrado aqui o folclore negro em nossa terra. O nome da fa¬zenda é naturalmente inspirador e cenário adequado aos ritos africanos. Até os anos 30, o caxambu era de tradição no encerramento de toda festa de igreja, junto à fogueira e tarde da noite. Talvez dos últimos, se não o último, foi o grande caxambu comemorativo do cinqüentenário da Abolição, a 13 de maio de 1938, no largo de Santana (Lavapés).

Inocência Pereira Nunes, herdeira da fazenda do Retiro, casou-se com Gomides Xavier Rebelo, que faleceu em 8 de dezembro de 1867 em sua fazenda vítima de apoplexia fulminante. O dr. Gomides, que estabelecera de início clínica na vila, granjeou simpatia geral pelos sentimentos de caridade de que sempre deu provas. Embora deixando a medicina para dedicar-se à lavoura do café, utilizava seus conhecimentos médicos em benefício de escravos e pobres. Faleceu moço.

Antônio Luís Nunes herdou a fazenda Santa Vitória. Era um gigante fisicamente. Quase não podia andar, de tão gordo, e para fazer uma viagem de dois quilômetros eram necessários dois cavalos para revezamento no caminho. Na fazenda já existiam maquinismos para café e aguardente. Legou sua fa¬zenda aos filhos Elias e Inocência.

Mais tarde Santa Vitória passou a propriedade do dr. Bernardo Alves Pereira, médico casado com Inocência. O depois popular dr. Bernardo em moço se aperfeiçoou na Europa e foi professor na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Vendendo a fazenda, veio residir em Paraíba, onde clinicava, lecionando também francês e piano. Era médico da Casa de Caridade. Faleceu em 1925.

Famosos na Paraíba da virada do século eram os saraus que o doutor Bernardo regularmente promovia em seu grande salão da casa da beira-rio — quarteirão Rosário — Jardim Ve¬lho —‘ quando reunia amigos e suas senhoras, e ainda músicos da cidade: para apresentações de piano, canto e solos instru¬mentais. Casara-se pela segunda vez em Viena e sua esposa, prendada em arte como ele próprio, se apresentava também. Madama Bernardes, ou depois simplesmente Madama, como era conhecida, sobreviveu ao marido cerca de 20 anos e faleceu bem idosa. E vivia de livro na mão.

“A História de Três Rios e seus Vultos Importantes”
Marciano Bonifácio Pinto Filho

Deixou Testamento com data de 22 de Julho de 1852: Certifico que revendo o livro de registro de Testamentos, folha 78 (...) Filho legítimo de Antonio Nunes da Silva e Ana Pereira Nunes, já falecidos, nascido em cidade do Rio de Janeiro e batizado na Freguesia de Inhaúma (...). Data: 22 de Julho de 1852. Local: Fazenda Santa Teresa. Eu Ignácio Pereira Nunes achando em perfeito juízo e no gozo de minhas faculdades, entendo a morte que a todos he natural e querendo fazer meu testamento para discargo de minha consciência e salvação de minha alma e faço pela forma suscinta. Declaro que sou Catholico e Apostólico Romano em cuja crença tenho vivido e pretendo morrer e que sou filho legítimo de Antonio Nunes da Silva e Anna Pereira Nunes já falecidos; nascido na cidade do Rio de Janeiro e batizado na freguesia de Inhaúma. Declaro que fui casado em primeiras núpcias com Dona Maria Luisa filha legítima de Manoel Gomes da silva e Amália Maria, dela tive onze filhos. Declaro que esta minha primeira mulher faleceu no de 1816 idem hora de seu falecimento mais (tião) vivos sete filhos dos onze que dela tive que são = Reginaldo, Anna, Maria, Jon, Bárbara, Carlos e Antonio. Declaro que nesta ocasião fiz o inventário de todos os meus bens então existentes, o qual se acha no Rio de Janeiro no Cartório do Escrivão de Orphãos. Declaro que como as dívidas excediam nessa data própria, por este motivo, e pelo bem querer para com os meus filhos não procedi a conclusão do dito Inventário para evitar maiores (depuras) judiciaes, visto o debito ser maior que o crédito, e nunca se foi por eles requerido. Declaro que tendo adquirido mais bens da fortuna, e pago o que devia quando inventariei e sendo os meus filhos maiores. Dei a Reginaldo, Carlos e Antonio, 5 escravos a cada um no valor de réis três contos, e a cada uma de minhas filhas Anna, Maria e Bárbara uma escrava no valore de seiscentos mil réis, cujos nomes são bem conhecidos de todos da família. (...) Declaro que passei as segundas núpcias no ano seguinte ao falecimento da minha primeira contraente com Dona Leocádia filha legítima de Bento Borges de Araújo e de Dona Maria Joaquina de Vasconcellos e dela tenho vivos a hora presente oito filhos Mariana, Jacinto, Braz, Victorio, Thereza, Clara, Emigdio e Innocencia, a todos estes tanto do primeiro quanto do segundo matrimonio são meus únicos e universais herdeiros. Deixo porém minha tença concluídos os legados e mais disposições a minha mulher Dona Leocádia, pela sua provada lealdade no governo de nossa casa, e pela nunca interrompida amizade e concórdia em que sempre temos vivido. Tirando a já dita tença a quantia de cinco contos de réis que deixo a minha filha Bárbara. Declaro que pelo falecimento do meu filho Jon Ignácio Nunes seus bens passarão para o meu poder como seu legítimo herdeiro este bens contião vinte escravos que ficarão pelas dívidas que pelo meu dito filho paguei a minha filha Anna, a Joaquim Ferreira Alves, a Manoel Gomes Ferreira, a Bento (Vinicius) Xavier, e ao escravo Clemente, e mais oito a dez mil pés de café (dando), e (?). Nomeio para meus testamenteiros em primeiro a minha mulher Dona Leocádia, em segundo a meu filho Braz Pereira Nunes e em terceiro Carlos Pereira Nunes os quais servirão pela ordem (...) aos outros pela mesma forma e o que for meu testamenteiro terá a vintena da minha tença. (...). Deixo a minha cunhada e comadre Rita duzentos mil réis (?) e meo escravo Clemente em troca de 100 contos de réis que lhe deixou meu filho Jon Ignácio Nunes. Deixo forra a minha escrava parda (Vaticitina) e se lhe (dará) 200 mil réis. Declaro que não devo coisa alguma a qualquer pessoa. Declaro que nesta data faço 2 testamentos em tudo iguaes, e que só hum valerá... Fazenda de Santa Tereza 22/07/1852 Ignácio Pereira Nunes. Testemunhas presentes: Januário Jorge Machado, Vicente Porfírio de Almeida, Antonio Rebelo Carvalho, Manoel Antonio da Costa, Antonio Martins de Lima Junior, todos maiores de 14 anos e pessoas livres. Pedro Monteiro Torres segundo tabelião que o escrevi e assinei em público.

Inventariado em data de 27 de Agosto de 1857: Caixa: 933 - Ano: 1857. Termo de lavração: Aos 27 de agosto de 1857 nesta fazenda de Santa Tereza (...) sendo presentes os herdeiros Dona Anna Pereira Nunes, Reginaldo Pereira Nunes, Carlos Pereira Nunes, Antonio Luiz Nunes, Dona Marianna Pereira Nunes, Victorio Pereira Nunes, Emigdio Pereira Nunes e Antonio Pinto de Oliveira por cabeça de sua mulher Dona Barbara Pereira Nunes, João José Vieira por cabeça de sua mulher Dona Clara Pereira Nunes, Doutor Gomides Xavier Rebello por cabeça de sua mulher Dona Innocencia Pereira Nunes, Jacintho Pereira Nunes, por elles foi desta que aprovarão os partidores nomeados, digo lavradores nomeados, e com esta querem que proceda as avaliações assim como também aprovação do partidor proposto para com o do juizo ficando a partilha, o que tudo acuido pelo juiz honrou a louvação por feita e aprovada a ser lida do herdeiro Albino Lúcio de Figueiredo Lima por cabeça de sua mulher Dona Thereza Pereira Nunes que não se achava presente e foi citada para os termos de louvação. E para constar lavrei o presente termo que vai pelo juiz assinada ao com inventariante e herdeiros, e por não saber ler as herdeiras Dona Anna Pereira Nunes, Dona Maria Pereira Nunes, e Dona Marianna Pereira Nunes assina a seos rogos Antonio Afonso de Miranda. Eu José da Costa Ferreira escrivão que escrevi. Braz Pereira Nunes. Antonio Afonso de Miranda. Antonio Luiz Nunes. João José Vieira. Antonio Pinto de Oliveira. Reginaldo Pereira Nunes. Victorio Pereira Nunes. Carlos Pereira Nunes. Gomides Xavier Rebello. Jacintho Pereira Nunes. Emigdio Pereira Nunes. Móveis: Fazenda Santa Tereza - Treze mil noventa e cinco oitavas de prata á duzentos e oitenta e oito contos sessenta e seis mil e seis contos de réis - Doze apólices da dívida pública no valor de hum conto de réis cada huma sendo seis números = 38.136; 38.138; 38.139; 38.140; 38.14; 38.142 e seis de números 38.143; 38.144; 38.137; 38.135; 28.137; 29.638 de hum conto de réis cada huma. Transporte (...) Forno de torrar farinha (...). Fazenda do Retiro - Feijão, Milho, arroz.... (...). Fazenda da Fortaleza - Hum forno... (...). Fazenda Água Limpa: Dois caldeirões de cobre a 20 mil réis e 40 mil réis (...) 300 alqueires de milho...340 alqueires de feijão... 7 bois de carro da Fazenda da Água Limpa - 3 vacas, 4 bezerros,... 80 cabeças de (porcas) a 14 mil réis cada, 30 cabeças de porcos a 14 mil réis cada. Fazenda Santa Tereza: 6 lotes de besta... Escravos: Cerca de 410 escravos de valores entre 100 mil réis e 4.500 contos de réis. (...) Muitos bens: Descrições dos bens em poder de diversos herdeiros como abaixo declaro - a saber: 1- Dona Anna Pereira Nunes (7 escravos); 2- Reginaldo Pereira Nunes (3 escravos); 3- Dona Maria Pereira Nunes (...); 4- Carlos Pereira Nunes (...); 5- Antonio Pinto de Oliveira por cabeça de sua mulher Barbara Pereira Nunes (...); 6- Antonio Luiz Nunes (...); 7- Dona Marianna Pereira Nunes (...); 8- Dr. Braz Pereira Nunes 750 braços de terra com 1500 de fundo da Fazenda de Bom Sucesso a 18 mil réis cada braço (...); 9- Victório Pereira Nunes (Fazenda da Liberdade, ...); 10- Gomides Xavier Rebello por cabeça de sua mulher Innocencia Pereira Nunes (4 escravos); 11- Emigdio Pereira Nunes (Fazenda do Cachambú, ... 865 braços 7 palmos e 7 polegadas com 1500 de fundo,...); 12- João José Vieira por cabeça de sua mulher Dona Clara Pereira Nunes (Fazenda Santa Clara, ...45 mil pés de café, ...); 13- Albino Lúcio de Figueiredo Lima por cabeça de sua mulher Thereza Pereira Nunes (...). Termo de declaração dos louvados ao 28/08/1857, nesta Fazenda de Santa Tereza onde se procedeo o inventário dos bens do finado Comendador Ignácio Pereira Nunes. Concluídas as avaliações, declararão os louvados abaixo assinados em presença do juiz e de mim o escrivão. (...) José Costa Gomes escrivão que escrevi. Jacinto Alves Barbosa. Manoel José da Silva Maciel. Dívida Passiva: (...) A Dona Anna Pereira Nunes dinheiro particular que herdou de seu irmão José Ignácio Nunes, e recebeo o falecido, e existia sem seo poder seiscentos réis. (...). Recompensar os serviços prestados por Vicente Porfírio de Almeida (...) fazer doação do sítio da Bica, e de fato todos os herdeiros a excepção de Carlos Pereira Nunes, Antonio Bento de Oliveira por cabeça de sua mulher Dona Bárbara, e Dona Maria Pereira Nunes, todos os demais (coiuvem) na mesma doação como mostra pelo documento junto (...) 14/9/1857. Braz Pereira Nunes. Diz Albino Lucio de Figueiredo Lima por cabeça de sua mulher Dona Teresa, no inventário de seu sogro o Comendador Ignácio Pereira Nunes e sua mulher, que tendo recebido alguns de seus bens em dotes e estando-se a proceder se inventário dos bens do casal, quer (entrar) com o que recebeu a (comação): para que. P. a V. Sa. Lhe mande tomar por termo. Albino Lucio de Figueiredo Lima. Diz o Dr. Braz Pereira Nunes inventariante e testamenteiro dos bens de seos pais, que dando começo ao inventário pelo cartório do segundo tabelião a quem foi distribuído, acontece de falecer Dona Rita mulher do herdeiro Antonio Luis Nunes deixando filhos orphãos que hoje tem também interesse neste inventário e por este motivo. P. a. se nomear um curador que prestando juramento disse (servido) para todos os termos no Inventário e sacrificar tudo e (processado) a mandar tomar por termo as declarações precisas. (Filhos: Elias de idade de 13 anos, Innocencia 3 anos e recém-nascido). Diz Braz Pereira Nunes, herdeiro e Testamenteiro de seu finado pai, Comendador Ignácio Pereira Nunes, que para poder prestar contas em juízo precisa promover os termos de Inventário e Partilha dos bens da casa e por isso requer a V. Sa. haja por bem nomear Inventariante para dar os bens a descrição do Inventário e designar dia em que deve ter princípio o mesmo Inventário. O suplicante, na qualidade de herdeiro e testamenteiro, já oferece e propõe à aprovação dos demais interessados para servirem de louvados a Jacinto Alves Barbosa e Manoel José da Silva Maciel, lavradores probos, inteligentes e conhecedores tanto de terras como de escravos, que são os bens que mais avultam na herança, e igualmente propõe para partidor do juízo o Dr. Honório Roiz de Faria e Castro, e requer a V. Sa. se digne mandar responder os interessados visto que são todos maiores, aceitando e aprovando eles os louvados e partidor propostos, requer se mande intimar os louvados para prestarem juramento e para se dirigirem com V.S. à casa do mesmo finado no dia designado a fim de se dar o começo ao Inventário, procedendo à intimação de todos os interessados. P.A. V. S. seja servido deferir na forma requerida, sendo esta para E.R. Mercê. Braz Pereira Nunes. Aos 26 de Agosto de 1857, nesta fazenda de Santa Teresa, da freguesia e termo da Vila de Paraíba do Sul (...) que seu pai havia falecido no dia 28 de Maio do corrente ano com Testamento solenemente aprovado (...) Braz Pereira Nunes. Declara o Inventariante Dr. Braz Pereira Nunes que os herdeiros deste Inventário são os seguintes: 1º Matrimônio: 1. Reginaldo Pereira Nunes, casado, 60 anos; 2. Dona Ana Pereira Nunes, solteira, 58 anos; 3. Dona Maria Pereira Nunes, solteira, 57 anos; 4. Carlos Pereira Nunes, casado, 43 anos; 5. Bárbara Pereira Nunes, casada, com Antonio Pinto de Oliveira; 6. Antonio Luiz Nunes, casado, 42 anos. 2º Matrimônio: 7. Mariana Pereira Nunes, solteira, 39 anos; 8. Jacinto Pereira Nunes, casado, 38 anos; 9. Braz Pereira Nunes, casado, 37 anos; 10. Victorio Pereira Nunes, casado, 35 anos; 11. Thereza Pereira Nunes, casada com Albino Luiz Figueiredo Lima; 12. Clara Pereira Nunes Vieira, casada com João José Vieira; 13. Emygdio Pereira Nunes, casado, 27 anos; 14. Inocência Pereira Nunes, casada com Dr. Gomides Xavier Rebello. E para constar fiz este termo no qual me assino com o Inventariante, eu José da Costa Ferreira, Escrivão, que o escrevi. Braz Pereira Nunes. 21 de Agosto de 1857, nesta vila de Paraíba do Sul, em meu Cartório, lavrou a petição junta ao Dr. Braz Pereira Nunes, que pelo mesmo me foi entregue para efeito de proceder-se ao Inventário dos bens do finado Comendador Ignácio Pereira Nunes, a qual vai adiante e para constar fora este termo, eu, José da Costa Ferreira, que o escrevi e assinei. Diz o Capitão Antonio Luiz Nunes que no Inventário que por esse juízo se procedeu, nos bens do seu falecido pai, o Comendador Ignácio Pereira Nunes, tocou a seus filhos menores, Elias, Inocência e um recém-nascido que foi batizado com o nome de Victorio, além de outros bens, a quantia de 9:173$893, e como a administração das mesmas compete ao suplicante, na qualidade de pai, e como se recebesse uma e outra coisa, do Inventariante Dr. Braz Pereira Nunes (...), passar quitação por seus filhos em juízo de pago e satisfeito para que. Autorizo 6 de Abril de 1857. Requer tomar devido (...) Antonio Luiz Nunes. Antonio Elísio da Cunha Reis assina com Mariana Pereira Nunes. (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro - Pesquisa de Ana Carolina Nunes)

Quando da revolução em Minas Gerais no ano de 1842 prestou em sua fazenda da Cachoeira grande auxílio à tropa legal de Caxias, ali baseada antes da tomada de Paraibuna, sendo por esse motivo condecorado pelo imperador Pedro II com a Comenda da Ordem de Cristo. Dessa data em diante passou a ser conhecido por comendador Inácio Pereira Nunes.

Segundo seu Inventário seus escravos eram em número de 418.

Exemplo também importante nos é dado pelo inventário do Comendador Ignácio Pereira Nunes, de 1857. Dos 418 escravos que deveriam ser repartidos entre 14 herdeiros, 100 (23,9%) se encontravam organizados em 37 famílias. Destas, 21 (63,6%) foram preservadas e reuniam 56 indivíduos, 4 famílias foram certamente desmembradas e conformavam 11 pessoas, não havendo informações sobre o destino das 13 famílias restantes.

A Família Escrava e a Partilha de Bens: um estudo de caso
José Flávio Motta - USP/FEA/IPE – USP/FFLCH
Agnaldo Valentin - USP/FFLCH

Inácio Pereira Nunes tornou-se homem de vastíssimos recursos, possuidor de extensa área de matas virgens e mais de mil escravos. Tinha quase 300 bestas-de-carga, que faziam o percurso de suas fazendas ao porto da Estrela levando gêneros de toda espécie, toucinho e café. Na volta vinham com sal, sabão e petrechos necessários à lavoura. Ele reservou para tratamento dos animais-de-carga uma fazenda inteira, a do Sossego, nas imediações do Monte-Cristo.

Inácio Pereira Nunes (filho de Antônio Nunes da Silva e Ana Pereira Nunes) egresso do Rio de Janeiro, nos primeiros anos do séc. XIX - instalou-se no Inema onde se tornou fazendeiro e proprietário de uma olaria. Ao que parece foi um grande agiota, pois a maioria das suas fazendas foi adquirida por execução hipotecária.

Foi dono das fazendas Cachoeira, Caxambu, Santa Teresa, Sossego, Retiro, Fortaleza, Independência, Água-Limpa, Santo André, Serra, Santo, Elias, Santa Vitória, Bonsucesso, Santa Clara e Barreira.

Professora Ezilma Teixeira
Historiadora em Três Rios

Fazendeiro de Café e Dono de Olaria: Segundo o Almanak, de 1846, Província, à Página 44, e de 1847, Província, à Página 77, é citado como Fazendeiro de Café e Dono de Olaria, assim como no de 1848, Província, à Página 153.

As 15 Fazendas: Em sua história, essa grande relação de bens é básica, pois a cada um dos filhos deixou uma fazenda. E as fazendas Pereira Nunes eram todas na vertente do Paraíba na serra das Abóboras a oeste do caminho de Minas, isto é, de uma linha norte-sul entre Paraíba e Paraibuna.

O Comendador Ignácio Pereira Nunes foi casado, em 1ª Núpcias, com Dona Maria Luiza da Silva, natural e batizada na Freguesia de Engenho do Mato, Bispado de Mariana, e falecida em 1816, filha de Manoel Gomes da Silva e de Dona Anália Maria.

Foram Pais de:

Todas as pesquisas nos assentos paroquiais foram feitas pela querida Cinara Jorge, moradora em Três Rios, devotada aos amigos e à Genealogia, faz trabalho precioso de coração, sem nada cobrar.

1.1 Reginaldo Pereira Nunes. Fazendeiro de Café. Nascido em 1796. Falecido antes de 1861. Herdou uma fazenda do Comendador, mas não sabemos qual. Segundo o Almanak de 1857, Província, à Página 202, era Fazendeiro de Café. Casado com Dona Carolina Pereira Nunes Felgas, filha de Firmino Felício da Silveira e de Dona Benedicta Pereira Nunes. Falecidos antes de 1902. Com Geração.

1.2 Ana Pereira Nunes. Fazendeira de Café. Nascida em 1798. Era viva em 1865. Faleceu solteira. Segundo o Almanak, de 1865, Província, à Página 315, era Fazendeira de Café em Paraíba do Sul. Fazenda Sossego: Ana Pereira Nunes herdou a fazenda do Sossego. Por sua morte libertou todos os escravos, deixando a fazenda ao barão de Santo Antônio, seu cunhado. Este passou a propriedade a Francisco Ferreira Ribeiro, o Chico do Sossego, seu excelente capataz, mas por dez anos, findos os quais passaria a fazenda aos ex-escravos que ficassem com ele no trato da terra. A fazenda do Sossego pertenceu posteriormente a Antônio da Silva Tamanqueira, depois a Agostinho Médici, e ainda a Virgílio Augusto Fortes. Também coube a Ana Pereira Nunes a propriedade Recreio de Santo Elías, hoje denominada Colônia. ( A historia de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho)

1.3 Maria Pereira Nunes. Nascida em 27 de Dezembro de 1804. Batizada em 20 de Janeiro de 1805. Falecida em 1890, em São João Del Rei. Solteira. Registro de Batismo: Filmes 1284833 livro 2 de batizados de Paraiba do Sul: fls 56v - 20.01.1805 - Maria, filha de Ignacio Pereira Nunes, batizado e natural da freguesia de Inhomerim e sua mulher Maria Luiza Delfina, batizada e natural da freg de Engenho do Mato, Bispado de Marianna. Nota de Falecimento: É possível que tenha vivido em São João Del Rei, onde faleceu: Efemérides de São João del-Rei - Página 72 - de Sebastião de Oliveira Cintra – 1963. (...) 1890. Faleceu em São João Del Rei, com testamento, a rica proprietária Maria Pereira Nunes, solteira, natural e batizada na Freguesia de Encruzilhada, município de Paraíba do Sul, a 27 de Dezembro de 1804, filha de Inácio Pereira Nunes e de Maria Luísa Delfina. Era irmã do Barão de São Carlos. Deixou Testamento, em São João Del Rei, talvez. Fazenda da Serra: Maria Pereira Nunes herdou a fazenda da Serra, de onde tirou excelente pecúlio, o qual desapareceu com sua morte. Foi muito esmoler. Ofereceu elevada quantia à Santa Casa de Misericórdia de São João d’El-Rei, dez contos-de-réis à Casa de Caridade de Paraíba do Sul. Fez importantes doações ao Asilo de Nossa Senhora do Amparo, em Petrópolis, e ao Colégio dos Padres de Dom Bosco, em Niterói. ( A historia de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho - Pesquisa de Cinara Maria Bastos). Doações: Numa dificuldade da Casa de Caridade - após o falecimento da Condessa do Rio Novo - doou 10 ou 12 contos de réis para a instituição. Também fez doações à Santa Casa de Misericórdia de São João del Rey, ao Asilo Nossa Senhora do Amparo ( em Petrópolis) e ao Colégio dos Padres de Dom Bosco (Niterói). É nome de Rua em Paraíba do Sul. (Professora Ezilma Teixeira - Historiadora de Três Rios). A Homenagem: Rua Maria Pereira Nunes: Assisti hoje a uma palestra na Casa de Cultura daqui da minha cidade e fiquei sabendo uma coisa interessante: na primeira planta para urbanização da Vila de Entre Rios (hoje Três Rios), feita no final do século XIX, constava uma Rua que hoje é a Rua Dr. Walmir Peçanha. Mas naquela época se chamava Rua Maria Pereira Nunes. Olha que estranho... Vou ver se consigo saber quem foi Maria Pereira Nunes e se alguém souber conto para você. (Cinara Jorge) Foi ilustre senhora - aparentada do barão de São Carlos - doadora de quantias para a construção da Casa de Caridade. A Instituição tratou de homenagear grande parte dos colaboradores. A 1ª planta topográfica procurou homenagear os que colaboraram com empenhos à obra assistencial. A rua era enorme: ia da esquina da Rua Rita Cerqueira, estendendo-se até o final da hoje rua Barão de Entre Rios. Obrigada pelo interesse, palavras de incentivo e presença. Abraços. Ezilma. Agora, Anamaria, vou procurar na Lista de Benfeitores da Casa de Caridade, pelo nome de dona Maria Pereira Nunes e depois lhe escrevo. Cinara Jorge.

1.4 José Inácio Nunes. Já falecido em 1816. Casado com Dona Maria Luiza do Nascimento. Com Geração.

1.5 Bárbara Pereira Nunes. Baronesa de Santo Antonio. Receberam, ela e o marido, o Título Nobiliárquico em 15 de Agosto de 1882. Fazenda Santo Elias: Balbina Pereira Nunes herdou a fazenda de Santo Elías. No testamento, juntamente com a mulher, fez doações a seus escravos. Nome de Casada: Bárbara Pereira Nunes d´Oliveira. Madrinha: Em 1856, foi madrinha de batismo de Antonio: Fls. 63v – 31.05.1856 – Antônio, nascido em 05.02.1856 , filho de Francisco Gonçalves Portugal e Inocencia Julia dos Santos. Padrinhos, Antônio Pinto de Oliveira e Bárbara Pereira Nunes D’Oliveira. Casada com Antonio Pinto de Oliveira, Barão de Santo Antonio, falecido em 28 de Janeiro de 1884. Pequena Biografia: Homem trabalhador e amador da medicina homeopática, que exercia nos arredores de sua propriedade. Foi agraciado por decreto de 15 de abril de 1882 com o título de barão de Santo Antônio. Fez doações importantes à Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro. Es¬teve em Paris, onde se submeteu a operação de catarata proveniente de diabetes; operação aliás inútil, continuando seu so¬frimento até a morte, em 1884. ( A historia de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho). No Almanak de 1857, Província, à Página 137, Antonio Pinto de Oliveira é citado como Negociante e Fazendeiro de Café, em 1857, em Paraíba do Sul. Sem Geração.

1.6 Carlos Pereira Nunes. Barão de São Carlos. Fazendeiro e Político. Nascido em 1805. Falecido em 6 de Fevereiro de 1894, em Paraíba do Sul. Registro de Óbito: Filme 1615312 - Óbitos de Paraíba do Sul - Livro 1 - fls 110 - termo 983 - 07.02.1894 - Carlos Pereira Nunes, Barão de São Carlos, falecido em 06.02, aos 80 anos, na Fazenda Santo André. Causa: sincope cardíaca. Casado com Dona Florinda do Couto Nunes, Baroneza de São Carlos, deixou os seguintes filhos, todos maiores: Doutor Christiano Pereira Nunes, José Carlos Pereira Nunes, Olympia Nunes Rabello, Antônio Carlos Pereira Nunes, Joaquim Carlos Pereira Nunes, João Carlos Pereira Nunes, Izabel Pereira de Lima, Balbina Nunes Costinha (Castinha?), Cornélio Pereira Nunes e Carlos Pereira Nunes. Deixou testamento. Foi declarante, Christiano Pereira Nunes, 35 anos, médico, residente na Fazenda Monte Christo. Comendador da Imperial Ordem da Rosa: Carlos Pereira Nunes, Oficial da Imperial Ordem da Rosa por decreto de 27 de Março de 1867. Recebeu seu procurador Carlos Victor Peixoto em 11 de Abril. (Arquivo Nacional - Regina Cascão). Título nobiliárquico passado, a 28 de Agosto de 1877, para Carlos Pereira Nunes. Fazendeiro no Rio de Janeiro: Título de origem religiosa, por formação antroponímica, tomado do Santo que homenageia o primeiro nome do titular - Carlos (do germânico e significando de modo geral homem). (Dicionário das Famílias Brasileiras - Barata e Cunha Bueno). Pequena Biografia: Carlos Pereira Nunes, Barão e Titular do Império brasileiro, era um fazendeiro ilustre e um político de renome. Adquiriu o título de Barão por carta régia, assinada por S.M., o Sr. D.Pedro II em 28 de agosto de 1887. Casado com Florinda do Couto com quem teve dez filhos. Na época da construção da Casa de Caridade de Paraíba do Sul, fez uma doação de 12;000$000 contos de réis, divididos em duas parcelas. A primeira no ato da assinatura e a segunda metade, um pouco mais tarde, de acordo com o andamento da obra. Doou também dinheiro a Sociedade de Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, custeando as despesas do hospital por dois meses. A fazenda de Santo André, do Barão de São Carlos era grande produtora de café, milho, arroz, feijão e cana de açúcar; possuía ótima casa de residência, extensos terreiros de pedras para secagem de café e maquinismo completo de beneficiamento. Coroa: a de Barão. Título: Cavalheiro da Ordem de Cristo. (A historia de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho) Outra Biografia: Carlos Pereira Nunes, deixando a fazenda do Inema na margem direita do Paraíba e que o pai guardara dos seus co¬meços — o velho lnácio não vendia palmo de terra —, abriu uma grande lavoura na fazenda de Santo André. Aí se casou com Florinda do Couto em 1842, nascendo deles dez filhos. Carlos Pereira Nunes e sua mulher, com o auxílio do braço escravo, conseguiram grande pecúlio. Não se distinguiram em artes ou ciências, mas sobrelevaram com financistas. Foi agra¬ciado com o título de barão de São Carlos em 28 de agosto de 1877, e fez doações à Casa de Caridade de Paraíba do Sul e àSociedade de Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, cus¬teando as despesas do hospital dois meses. Sua sepultura, em frente à capela, é a mais suntuosa do cemitério de Paraíba. Faleceu em março de 1894. Por morte do barão de São Carlos a fazenda passou à ba¬ronesa, que a legou ao filho Cristóvão Pereira Nunes, médico e vereador em nossa Câmara. A fazenda de Santo André pos¬suía ótima casa de residência, extensos terreiros de pedra para a secagem de café e maquinismo completo de seu bene¬ficiamento. Da qualidade do café que produzia tirou o barão de São Carlos a fortuna que acumulou. Fazenda de Santo André: A fazenda de Santo André era grande produtora de café, milho, arroz, feijão e cana de açúcar; possuía ótima casa de residência, extensos terreiros de pedras para secagem de café e maquinismo completo de beneficiamento. Fazendeiro de Café segundo o Almanak, de 1857, Província, à Página 202. Segundo o Almanak de 1865, à Página 315, e de 1870, Província, à Página 130, era Capitalista e Fazendeiro de Café em Paraíba do Sul. Homem Abastado: Citado em artigo abaixo referido: O Homem e a Serra - Página 360 - de Alberto Ribeiro Lamego - 1963 - 454 páginas: Não menos opulentos em Paraíba do Sul eram o Barão de São Roque, Antonio Moreira de Castilho, o Barão de Ribeiro de Sá, Miguel Ribeiro de Sá, que mandou projetar a futura cidade de Três Rios, o Barão de São Carlos, Carlos Pereira Nunes, o barão do Rio do Ouro, Brás Pereira Nunes, o barão de Santo
António. António Pinto de Oliveira, o visconde de Ibituruna, com grandeza... Juiz Municipal e dos Órfãos: Segundo o Almanak, 1870, Província, Página 129, era Juiz substituto. Citado como Comendador da Imperial Ordem da Rosa. Eleitor: No Almanak de 1873, Província, Pág. 33 era Eleitor na Freguesia de São Pedro e São Paulo. Os Verbetes: É do Genealogista Pedro Auler a preciosa contribuição: Esse barões - de São Carlos e de São Geraldo - praticamente não têm notícias biográficas nas obras genealógicas, desde o pioneiro "Arquivo Nobiliárquico Brasileiro", passando pelo "Anuário Genealógico Brasileiro" e no "Dicionário das Famílias Brasileiras". O Coronel Laurênio Lago apresenta os seguintes verbetes: São Carlos (Barão de) - Faleceu a 6 de fevereiro de 1894, no município de Paraíba do Sul. A baronesa faleceu a 30 de maio de 1910, em sua fazenda Monte Cristo, no referido município. O vespertino 'Diário da Noite', do Rio de Janeiro, em sua edição de 28 de outubro de 1949, publicou a seguinte notícia: “Receberão quinze milhões os herdeiros da baronesa.” O Supremo T. Federal julgou improcedente a ação rescisória. Em sua última sessão, o Supremo Tribunal Federal julgou improcedente a ação rescisória nº 230, proposta por Cristóvão Chalier Nunes contra os herdeiros de D. Eufrásia Pereira Nunes, baronesa de São Carlos, falecida em 1913, em Paraíba do Sul. O autor da rescisória recusou-se a entregar aos herdeiros da baronesa as fazendas de Santo André, Monte Cristo, Serra, Bocaina, Santa Isabel, gado, jóias e alfaias avaliados em Cr$15.000.000,00. Os bens da baronesa estavam em poder do Dr. Cristóvão Pereira Nunes, pai do autor que durante vinte e cinco anos lutou com os herdeiros. Falecendo o filho continuou a demanda que começou em 1913 e terminou em 1949 com a notável decisão do Supremo. Os herdeiros da baronesa de São Carlos são: Balbina Pereira Nunes, única filha viva e filhos. Adélia Pereira Nunes, nora e filhos, Ari, Heitor, Elza, Oscar e Maria José Sofia Pereira de Lima e filhos, dr. Albino Lima, Sílvia e Diva de Lima, Hilda Pereira e Lima, Glorinha Pereira de Lima e filhas Eni, Iza e Gessi. Foram advogados dos herdeiros os professores Luís Carlos da Costa Carvalho e Alaim de Almeida Carneiro. O Dr. Cristóvão Chalier Nunes entregará as fazendas aos herdeiros, pagará juros de mora de 1913 a 1949, rendas das fazendas, honorários dos advogados dos herdeiros calculados em 20% e demais cominações legais.” Em seguida é citada a biografia do Barão de São Geraldo que não é pertinente à nossa consulta (Acréscimos e Retificações ao “Arquivo Nobiliárquico”, Coronel Laurênio Lago, in "Anuário do Museu Imperial". V. XV - Petrópolis, 1954. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1957). E em relação ao texto de "Titulares do Império", de Carlos G. Rheingantz, a divergência quanto à naturalidade do Barão de São Carlos, que se declarou natural de Minas Gerais, enquanto Rheingantz o cita como natural do Estado do Rio de Janeiro. (Pedro Auler - Santa Teresa, Rio de Janeiro). Benemerências: Na época da construção da Casa de Caridade de Paraíba do Sul, fez uma doação de 12.000$000 contos de réis, divididos em duas parcelas. A primeira no ato da assinatura e a segunda metade, um pouco mais tarde, de acordo com o andamento da obra. Doou também dinheiro a Sociedade de Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, custeando as despesas do hospital por dois meses. Padrinho: Foi padrinho de Antonio D´Avellar Campos, em 8 de Janeiro de 1892. Contribuição de Cinara Jorge: Não me lembro de quem é a pesquisa, mas anotei, e aí vai: Filme 1615313 - Livro 1 de nascimentos do Cartório de Cebolas - Paraíba do Sul - Termo 75 - 08.01.1892 - Em 1º do corrente, nasceu Antônio D'Avellar Campos, no Distrito de Sertões, no local Fazenda Mathozinhos, filho do Dr. Martinho Alvares da Silva Campos Filhos e Dona Rita Avellar da Silva Campos, casados no 2º Distrito de Paty do Alferes. Avós paternos, Doutor Martinho Alvares da Silva Campos e Felisberta Balbina de Avellar Campos, já falecidos. Avós Maternos, Comendador José Gomes Ribeiro de Avellar, falecido e Dona Maria Francisca de Avellar, residente no 2º Distrito de Paty do Alferes. Serão padrinhos, o Barão de São Carlos natural de Minas Gerais e a Baroneza de São Geraldo, natural deste Estado e residente no Estado de Minas Gerais. A Doação aos Escravos: A Professora Ezilma Teixeira, Historiadora em Três Rios nos informa: Esses barões em testamento, fizeram doações aos seus escravos.- Sem dúvida alguma foram bons partidários do "passaporte para o céu". Peça de Leilão: Três suportes para ovos do Serviço do Barão de São Carlos, de porcelana francesa. Policromada e dourada, fino barrado rosa e filetes dourados. Apresentam no flanco monograma BSC sob coroa de barão. Marca da manufatura Haviland. 6 cm de altura cada. Carlos Pereira Nunes (?-1894), Cavaleiro da Ordem da Rosa e Agricultor na província do Rio de Janeiro (Leilão Duarte) Cachaça Casa do Barão: Bem no Vale do Paraíba, região montanhosa da Mata Atlântica, com rios límpidos e árvores majestosas, nasce a cachaça Casa do Barão. Graças às suas condições climáticas e de relevo da natureza, aliada a variedades selecionadas de cana-de-açúcar próprias para a produção de cachaça, é possível tirar um produto de tão alta qualidade. Em terras do Barão de São Carlos, foi construída uma bela casa, com um majestoso porão, criando ambientes adequados para o envelhecimento deste produto tão nobre. A soma desses fatores é responsável pelo surgimento da cachaça Casa do Barão, e com grande satisfação colocamos a disposição este produto produzido com tanto carinho. Casado com Dona Florinda do Couto, com quem teve dez filhos, informação confirmada pelo Registro de Óbito acima mostrado (A historia de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho). Registro de Óbito: Registro copiado do filme 1615228 de Afonso Arinos e Monte Serrat - livro 3 de óbitos, fls. 139v, termo 26 de 30.05.1910 - Faleceu a Baronesa de São Carlos, Dona Florinda do Couto Nunes, na Fazenda Monte Christo, com 84 anos, brasileira, viúva, proprietária e capitalista. Causa: enfisema pulmonar. Foi enterrada no Cemitério da cidade de Paraíba do Sul (Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento - Três Rios – RJ) Baronesa de São Carlos: Título nobiliárquico em uso por casamento. Eufrásia Pereira Nunes (- 30.05.1910, fazenda Monte Cristo, Paraíba do Sul, RJ), por seu casamento com Carlos Pereira Nunes, tornou-se a baronesa de São Carlos (Dicionário das Famílias Brasileiras - Barata e Cunha Bueno) O Nome da Baronesa de São Carlos: Há engano no nome da Baronesa citado no Dicionário das Famílias Brasileiras. O certo seria Florinda do Couto, contudo na Sentença proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em ação proposta por Cristóvão Chalier Nunes, o mesmo nome Eufrásia Pereira Nunes é citado como Baronesa de São Carlos. Com Geração.

1.7 Antonio Luís Nunes. Coronel. Nascido em 1815. O Retrato: Era um gigante fisicamente. Quase não podia andar, de tão gordo, e para fazer uma viagem de dois quilômetros eram necessários dois cavalos para revezamento no caminho. A Herança: Legou sua fazenda aos filhos Elias e Inocência. Fazenda Santa Vitória: Antônio Luís Nunes herdou a fazenda Santa Vitória. Na fazenda já existiam maquinismos para café e aguardente. Liberdade para o Escravo: Em 1856, libertou Justo, filho de sua escrava Joaquina. Fls. 63 – 31.05.1856 – Justo, nascido em 19.04.1856 , filho de Joaquina, escrava do Capitão Antônio Luiz Nunes. Foi liberto na Pia, pelo senhor Capitão Antônio Luis Nunes que o libertou gratuitamente. Inventário do Pai: Diz o Dr. Braz Pereira Nunes inventariante e testamenteiro dos bens de seos pais, que dando começo ao inventário pelo cartório do segundo tabelião a quem foi distribuído, acontece de falecer Dona Rita mulher do herdeiro Antonio Luis Nunes deixando filhos orphãos que hoje tem também interesse neste inventário e por este motivo. P. a. se nomear um curador que prestando juramento disse (servido) para todos os termos no Inventário e sacrificar tudo e (processado) a mandar tomar por termo as declarações precisas. (filhos: Elias de idade de 13 anos, Innocencia 3 anos e recém-nascido). Casado com Dona Rita Maria de Jesus. Com Geração.

Dona LEOCÁDIA VASCONCELOS DE ARAÚJO e o Comendador INÁCIO PEREIRA NUNES foram Pais de:

1.8 Mariana Pereira Nunes. Fazendeira de Café. Nascida em 1817. Segundo o Almanak de 1865, Província, à Página 316, era Fazendeira de Café em Paraíba do Sul. Casada com Dr. Martinho Xavier Rebello. Pequena Biografia: Médico e Fazendeiro de Café em Paraíba do Sul. Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo. Falecido em 10 de Junho de 1868, sem Testamento. Natural de Pitangui, membro da Ilustre Família Xavier Rebello. Cirurgião Alferes, Estado Maior da Guarda Nacional - 7ª Seção de Batalhão de Infantaria da Reserva da Província, em Paraíba do Sul (Almanak, 1868, Província, Página45). Verbete do Sacramento Blake: Martinho Xavier Rebelo, Medico pela Faculdade do Rio de Janeiro, terminado o Curso em 1849, Etc. Escreveu: Breves Reflexões Higienicas sobre o Uso do Tabaco. Tese Apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e sustentada perante a mesma no dia 5 de Dezembro de 1849. Rio de Janeiro, Typ. Universal De Laemmert, 1849. Inventário: Com data de 30 de Junho de1881. Caixa 944. Dr. Martinho Xavier Rebello e Mariana Pereira Nunes Rebello. ... Dr. Martinho Xavier Rebello morreo em 10 de junho de 1868, sem testamento e deixou os filhos seguintes: 1- Adolpho 6 anos. 2- Eulina 5 anos. Nada mais declarou... pelo que assinei. Bras Pereira Nunes. (...) Nomeio tutor dos menores ao dr. Bras Pereira Nunes que prestará juramento e entrará seo exercício de suas funções. (...) O Bras Pereira Nunes tutor dos menores seos sobrinhos, Adolpho e Eulina, filhos de seu finado cunhado Dr. Martinho Xavier Rebello. (...) Tendo o falecido Barão do Rio do Ouro, tutor dos menores neste inventário, informo a V. Sa. Que o Cel. João José Vieira tio dos ditos menores está... de tomar o encargo desta tutela. (...) Sa. Dará a que for de justiça. Paraíba do Sul 30 de junho de 1881. José M. Castilho. Dono de Escravos: Foram encontrados alguns batizados de escravos seus: Filme 1284834 – batismos de escravos – Paraíba do Sul – Fls 34 – 16.08.1862 – Polydoro, de 8 meses, filho de Symplicio da Nação casado com Florianna, crioula, escravos do Dr. Martinho Xavier Rabello. Padrinhos Dr. Braz Pereira Nunes e Innocencia Pereira Nunes. Fls 101v – 12.01.1889 – Napoleão Alves de Souza, pardo, filho natural de Cândida Maria da Conceição (está escrito Cão), 25 anos, com Martiniana Xavier Rabello, preta, 21 anos, filha natural de Militana Xavier, nascidos, batizados e moradores nesta freguesia. Fls 92v, 03.11.1888 – Elizio Xavier Rebello, filho natural de Ambrozia, crioula, nascido e batizado na freguesia de São Pedro e São Paulo, preto, roceiro, 45 anos, e Joanna Maria das Neves, preta, 48 anos, roceira, filha natural de Marianna, crioula. Com Geração.

1.9 Jacinto Pereira Nunes. Fazendeiro de Café. Nascido em 1819. Segundo o Almanak de 1857, Província, à Página 202, e no de 1865, à Página 315. Fazendas: Salgado e Barreira (Almanak, 1868, Província, Valença, Página 116). Casado com Perpétua Pereira Nunes. Com Geração.

1.10 Brás Pereira Nunes. Barão do Rio do Ouro. Nascido em 1820. Falecido em 3 de Outubro de 1881. Seu irmão Brás, foi feito barão do Rio do Ouro, em1881. Falecido no mesmo ano deixou alforriados e com terras todos os seus escravos. Esses barões em testamento, fizeram doações aos escravos. Sem dúvida, foram bons partidários do "passaporte para o céu". (Ezilma Teixeira). Título Nobiliárquico: De origem toponímica, passado em 24 de Março de 1881 (Dicionário das Famílias Brasileiras - Barata e Cunha Bueno) Carta Régia assinada por S. M. o Sr. D. Pedro II, em 24 de Março de 1881, por interferência do seu colega na academia de São Paulo, o então estadista, José Antonio Saraiva, o Conselheiro. (Pesquisa de Cinara Jorge). Formação Intelectual: Formado em Ciências Políticas, em São Paulo. Fazenda do Bonsucesso: Seu filho o Barão do Rio do Ouro, o inventariante, coube-lhe a fazenda de Bonsucesso. Coroa: a de Barão. Fazendeiro de Café: segundo o Almanak de 1857, Província, às Páginas 137 e 202, e de 1865, à Página 315. Inventário do Comendador Inácio Pereira Nunes: Inventariante do pai. Pequena Biografia do Barão do Rio do Ouro: Barão do Rio do Ouro - Braz Pereira Nunes, Barão do Rio do Ouro, teve sua carta régia assinada por S.M. o Sr. D.Pedro II em 24 de março de 1881, por interferência de seu colega na academia de São Paulo, o então estadista, José Antônio Saraiva, o conselheiro. Formado em Ciências Políticas, porém não exercia a profissão, tornando-se proprietário e fazendeiro rico em Paraíba do Sul, onde produzia café em grande quantidade, além de arroz, milho, feijão e cana de açúcar. Gostava de caçadas e levava a vida em divertimento. Morreu solteiro de febre amarela em 8 de junho de 1881, deixando filhos. Foi inventariante do pai Ignácio Pereira Nunes, filho de Antônio Nunes da Silva e Ana Pereira. O pai casou-se duas vezes e teve um total de 15 filhos. Deixou 15 fazendas: Cachoeira, Caxambu, Santa Teresa, Sossego, Retiro, Fortaleza, Independência, Água Limpa, Santo André, Santa Vitória, Santo Elias, Bonsucesso, Santa Clara e Barreira. (A história de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho - Pesquisa de Cinara Jorge). Outra Biografia: Dentre os filhos do comendador lnácio aquele que mais se distinguiu nos estudos foi Brás Pereira Nunes, que se formou em Ciências Políticas em São Paulo e inventariou os bens do pai. A cada um dos 15 herdeiros coube uma fazenda com 100 alqueires de matas e lavoura de café, gado e escravos. Brás herdou a fazenda Bonsucesso e foi mais tarde agraciado com o título de barão pelo estadista José Antônio Saraiva. O barão do Rio-do-Ouro gostava imensamente de caçadas e teve a vida divertida. Exerceu diversos cargos públicos em Paraíba do Sul, mas sem muita convicção. Morreu solteiro de febre amarela, deixando filhos164. (A história de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho - Pesquisa de Cinara Jorge). Juiz Municipal: Substituto de Juiz Municipal segundo o Almanak de 1857, às Páginas 136 e 201. Eleitor: Na Freguesia de São Pedro e São Paulo, em Paraíba do Sul, segundo o Almanak de 1865, à Página 59, de 1877, à Página 366, de 1873, segundo o Almanak, de 1873, Província, Pág. 33. Capitalista: Capitalista em Paraíba do Sul segundo o Almanak de 1865, à Página 315 e de 1870, Província, à Página 130. Tutor dos Sobrinhos: Foi Tutor dos sobrinhos, filhos de sua irmã Mariana Pereira Nunes e Dr. Martinho Xavier Rebello e dos filhos de sua irmã Inocência Pereira Nunes e Dr. Gomide Xavier Rebello (Meus 4º Avós). A Descendência: Segundo a sua biografia, o Barão teria morrido solteiro de febre amarela em 8 de Junho de 1881, deixando filhos, mas não temos notícias de sua descendência, senão a neta Ricarda. O Barão não se casou, mas é provável que tenha tido relação marital com Anna (ou Áurea) Gomes Nunes, falecida antes de 1918, com a filha natural: Sebastiana Pereira da Cruz. Na dúvida. Falecida antes de 1918, casada com Ovídio Alves da Cruz, pais de Ricarda, nascida em 3 de Abril de 1902. Registro de Nascimento: Filme 1615213 - nascimentos de Três Rios ( antiga Villa Entre Rios). Fls. 129 v, termo 272 - 23.09.1918 - Ricarda, nascida em 03.04.1902, filha de Ovídio Alves da Cruz e Sebastiana Pereira da Cruz, já falecida. Avós paternos Alexandrina da Cruz Alves. Avós maternos Braz Pereira Nunes e Anna (Áurea?) Gomes Nunes, falecidos.

1.11 Vitório Pereira Nunes, que segue.

1.12 Teresa Pereira Nunes. Nascida em 15 de Outubro de 1827, em Paraíba do Sul. Registro de Batismo: Filme 1284834 – Matriz de São Pedro e São Paulo – Paraíba do Sul. Fls. 79, 18.11.1827 – Thereza, nascida em 15.10.1827 – filha de Ignácio Pereira Nunes e Leocádia Pereira Nunes. Casada com Albino Luiz de Figueiredo Lima. Nome de Casada: Tereza Pereira de Lima.

1.13 Clara Pereira Nunes. Herdou as fazendas Santa Clara e Barreira. Casada com o Coronel João José Vieira. Pequena Biografia: O coronel João José Vieira adquiriu grande riqueza no cultivo de suas terras. Entre os filhos, destacou-se João José Vieira Filho, juiz municipal em Juiz de Fora. Foi tutor dos filhos menores de sua cunhada, Dona Mariana Pereira Nunes quando da morte do Dr. Martinho Xavier Rebello. Fez parte da 1ª Diretoria do Banco Popular de Minas, fundado em 1891, em Juiz de Fora.É citado como Coronel na obra “História de Juiz de Fora”, de Paulino de Oliveira, à Página 123. Capitão da 3ª Companhia da Guarda Nacional, estacionada em Santa Teresa. Estado Maior – 22º Batalhão de Infantaria do Serviço Ativo da Província, em Valença (Almanak, Província, 1868, Página 31) Capitão. Suplente de Vereador (Almanak, Província, 1868, Página 109) Capitão. Fazendeiro. Santa Clara e Bela Floresta. Correio de Paraíba do Sul (Almanak, 1868, Província, Valença, Página 116) Com Geração.

1.14 Emigdio Pereira Nunes. Tenente. Nascido em 1829. Fazendeiro de Café. “Emídio Pereira Nunes foi o herdeiro da fazenda Caxambu. Em 1868 possuía máquina a vapor para fabricação de açúcar. Adoeceu pouco depois e não mais se restabeleceu.” “Caxambu era famosa pelos seus candomblés e pelos jongos e cateretês. Há quem afirme ter existido em suas imediações um quilombo numeroso, chefiado por genuíno príncipe africano, de indumentária e jóias faustosas”. (A história de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho - Pesquisa de Cinara Jorge) Fazendeiro de Café em Paraíba do Sul, segundo o Almanak de 1857, Província, à Página 202, e de 1865, à Pagina 315. Segundo o Almanak de 1857, à Página 34, era Tenente da 1ª Companhia do 4º Corpo de Cavalaria da Província da Guarda Nacional. Segundo o Almanak de 1873, Província, à Página 74, era Capitão da 1ª Companhia do 4º Corpo da Cavalaria da Província, em Paraíba do Sul. Casado com Dona Guilhermina Bernardes Dias, segundo o Registro de Batismo dos netos. Família Bernardes Dias: É possível que Dona Guilhermina Bernardes Dias fosse filha de Dona Porcina de Paula do Amor Divino, filha do 2º Casamento de Bento Borges de Araújo e de Dona Maria Joaquina de Vasconcellos. Com Geração.

1.15 Inocência Pereira Nunes. Nascida por volta de 1832. Em 1857, no Inventário de seu pai estava por volta dos 25 anos. Falecida em 19 de Junho de 1880, em Paraíba do Sul.Dona Inocência Pereira Nunes herdou de seu pai, a Fazenda do Retiro, em Paraíba do Sul: Inocência Pereira Nunes, herdeira da fazenda do Retiro, casou-se com Gomides Xavier Rebelo, que faleceu em 8 de dezembro de 1867 em sua fazenda vítima de apoplexia fulminante. Casada, por volta de 1847, com Dr. Gomides Xavier Rebello. Nascido por volta de 1825, em Pitangui. Falecido em 8 de Dezembro de 1867, em Paraíba do Sul."Inocência Pereira Nunes, herdeira da fazenda do Retiro, casou-se com Gomides Xavier Rebelo, que faleceu em 8 de dezembro de 1867 em sua fazenda vítima de apoplexia fulmi¬nante. O dr. Gomides, que estabelecera de início clínica na vila, granjeou simpatia geral pelos sentimentos de caridade de que sempre deu provas. Embora deixando a medicina para dedicar-se à lavoura do café, utilizava seus conhecimentos mé¬dicos em benefício de escravos e pobres. Faleceu moço" (A história de Três Rios e seus vultos importantes - Marciano Bonifácio Pinto Filho)Filho do Comendador Bernardo Xavier Rebello Jr. e de Dona Joana Luísa da Silva. Neto paterno do Comandante Bernardo Xavier Rebello. Dr. Gomides é citado como Médico e Fazendeiro de Café em Paraíba do Sul, no Almanak, 1857, Província, Paraíba do Sul, Páginas 137 e 190. E é citado como Fazendeiro de Café, em Paraíba do Sul, Freguesia de São Pedro e São Paulo, segundo o Almanak de 1867, Província, Paraíba do Sul, Página 184." Gomides Xavier Rebelo, Doutor em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, natural de Pitangui, na Província de Minas Gerais. Escreveu: - Algumas Considerações sobre a Maneira que se deve Proceder a uma Autopsia Jurídica. Sobre o Ferro e suas principais preparações. - Algumas Proposições determinando as Vantagens da Talha sobre a Lithotricia, ou vice-versa. Tese apresentada à Faculdade de Medicina, Etc." (Sacramento Blake - Rio de Janeiro - Typ. Brasiliense 1850)Com Geração.

2.VITÓRIO PEREIRA NUNES. Fazendeiro de Café. Nascido em 1822. (Ou 1820) Falecido em 1 de Outubro de 1904, aos 85 anos conforme Registro de Óbito abaixo. Registro de Óbito: Filme 1615312 - Óbitos de Paraíba do Sul. Livro 4 - fls 140v - termo 364 - 01.10.1904 - Victorio Pereira Nunes, casado, 85 anos, na Fazenda Santa Victoria. Processo senil. Herdou a Fazenda da Liberdade. Fazendeiro de Café: Segundo o Almanak, 1857, Província, à Página 202, e Almanak, 1865, Página 316. Procuração: Em 1856, representou sua mulher no batizado de sua sobrinha Olava, filha do Dr. Gomide Xavier Rebello e de Dona Inocência Pereira Nunes (Meus 4º Avós): Padrinho: Martinho Xavier Rabello e Maria José da Rocha Nunes, assistindo ao acto com procuração da mesma, Victorio Pereira Nunes. Casado, por volta de 1855, com Dona MARIA VITÓRIA DA ROCHA. Com Geração.

Foram Pais de:

2.1 Inocência Pereira Nunes, que segue.

2.2 Perpétua Pereira Nunes. Nascida em 7 de Setembro de 1854. Registro de Batismo: Filme 1284834 – Matriz de São Pedro e São Paulo – Paraíba do Sul. Fls. 85v, 08.09.1855 – Perpétua, nascida em 07.09.1854 – filha de Victorio Pereira Nunes e Maria Victoria da Rocha. Casada, em 1ª Núpcias, em 8 de Novembro de 1885, com Francisco Antonio do Nascimento.(Registro de Casamento: Livro 5 de matrimônios de Paraíba do Sul, RJ – Igreja Matriz de São Pedro e São Paulo. Fls. 75v – 8.11.1885 – Francisco Antônio do Nascimento e Perpétua Pereira Nunes – Ele, natural de Portugal, ela, filha de Victorio Pereira Nunes e Maria Victorio da Rocha.(não tem a filiação do noivo)(
Cinara Jorge - Três Rios - RJ). Casada, em 2ª Núpcias, em 5 de Agosto de 1893, com Flamínio José da Silva Soutinho, Ferroviário, nascido em 1870, filho legítimo de Joaquim José da Silva Soutinho e Amélia Cândida Lima da Silva, natural de S. Sacramento de Cantagalo, filha do Capitão Francisco Alves Lima da Silva e Joaquina Isabel de Melo. Com Geração.

2.3 Vitório Pereira Nunes Filho. Nascido em 27 de Novembro de 1855, em Paraíba do Sul.Registro de Batismo: Fls. 62v, 10.05.1856 – Victorio, nascido em 27.11.1855, filho legítimo de Victorio Pereira Nunes e Maria José da Rocha. Padrinhos, Doutor Martinho Xavier Rabello e José Joaquim Alves da Silva. Fiança: De prestação de fiança - Do agente do Correio na cidade da Pitottvailyba, Estado do Rio do Janeiro, Affonso Julio de Miranda, do 3:000$, em apólices da divida publica, pertencentes a Victorio Pereira Nunes Filho (Diário Oficial - 6 de Setembro de 1903) Casado com Rita da Silva Borges. Com Geração.

2.4 Mariano. Nascido em 15 de Março de 1858.Registro de Batismo: Filme 1284836 - Paraíba do Sul -Matriz de São Pedro e São Paulo - Livro 3 – Batismos – Fls. 35v - 11.07.1876 - Marianno, nascido em 15.03.1858, filho de Victorio Pereira Nunes e de Maria Victoria da Rocha. Padrinho: Jerônimo Macário Figueira de Mello e Marianna Pereira Nunes Rebello (o termo foi transcrito em 11.07.1876 mas é de 25.04.1858)

2.5 Felipe Pereira Nunes. Batizado em 25 de Maio de 1861. Registro de Batismo: Fls. 23v, 25.05.1861 – no oratório da Fazenda de Victorio Pereira Nunes, foi batizado, Felippe, filho de Victorio Pereira Nunes e Maria José da Rocha. Casado com sua prima Isabel Pereira Nunes, filha de Capitão Antonio Carlos Pereira Nunes e Joanna do Canto Bruno (ou do Couto Nunes como aparece em dois registros de casamento de filhos). Com Geração.

2.6 Gasparina. Nascida em 20 de Fevereiro de 1863. Registro de Batismo: Filme 1284834 – Batizados – Paraíba do Sul – Livro 1. Fls 71v, 25.06.1863 – Gasparina, nascida em 20.02.1863, filha de Victorio Pereira Nunes e de Maria Victoria.

2.7 Altivo Pereira Nunes. Nascido em 24 de Janeiro de 1865.Registro de Batismo: Filme 1284834 – Batismos – Paraíba do Sul – livro 1. Fls. 111v – 19.04.1865 – Altivo, nascido em 24.01, filho de Victorio Pereira Nunes e Maria Victoria da Rocha. "Altivo estava sempre em casa de minha bisavó, sendo lembrado até hoje por meus tios Nieta e Vicente" (Anamaria). Casado com a prima Lavínia Pereira Nunes, nascida em 1875 e falecida em 18 de Março de 1910, filha do Dr. Bernardo Alves Pereira e Inocência Pereira Nunes (Descendência em § 7 § 2.2 § 3.1 retro)Registro de Casamento: Paraíba do Sul – Matrimônios – Igreja Matriz de São Pedro e São Paulo – novembro de 1882 a junho de 1919. Fls. 65 – 29.06.1898 – Altivo Pereira Nunes e Lavínia Alves Pereira. Ele, filho de Victorio Pereira Nunes e Maria Victoria. Ela, filha do Dr. Bernardo Alves Pereira e Innocencia Nunes Pereira. Testemunhas, Pedro Antônio de Araújo Silva e Gasparina Pereira Nunes de M.....(?), e Victorio Pereira Nunes Filho.(Pedro Antônio, era filho de Maria Trindade, que viúva, se casou com Miguel Ribeiro de Sá, o Barão de Ribeiro de Sá - Cinara Jorge - Três Rios)

2.8 Jacinta Pereira Nunes. Falecida em 31 de Janeiro de 1904. Registro de Óbito: Filme 1615312 - Óbitos de Paraíba do Sul. Livro 4 - fls 115v - termo 273. 31.01.1904 - Jacintha Pereira Nunes, casada com João Carlos Pereira Nunes. Morte natural em sua Fazenda Fortaleza em 27.01, deixou 12 filhos maiores e menores. Casada, em 29 de Novembro de 1872, com seu primo irmão João Carlos Pereira Nunes, filho do Barão de São Carlos e de Dona Florinda Couto (Descendência § 6 § 2.6 retro), nascido em 1854, falecido em 8 de Março de 1905, aos 48 anos, no estado de viúvo. João Carlos era proprietário da Fazenda Fortaleza. Registro de Casamento: Filme 1284840 – Paraíba do Sul – Matrimônios – livro 2. Fls. 80 – 29.11.1872 – João Carlos Pereira Nunes e Jacintha Pereira Nunes. Ele, filho de Carlos Pereira Nunes e Florinda do Couto Nunes. Ela, filha de Victorio Pereira Nunes e Maria Victoria da Rocha Nunes. Com Geração.

3. INOCÊNCIA PEREIRA NUNES casada com AFONSO JÚLIO DE MIRANDA, Patriarcas da Família Pereira Nunes de Miranda.




Fontes:

Marciano Bonifácio Pinto Filho
A história de Três Rios e seus vultos importantes
Gentilmente cedido José Roberto de Vasconcellos
Gen-Minas

Professora Ezilma Teixeira
Historiadora em Três Rios

Barata e Cunha Bueno
Dicionário de Famílias Brasileiras

Depoimentos de:
Eunice Pereira Nunes
Ceres Pereira Nunes
Antonieta Augusta Vieira Ferreira Morpurgo
Vicente Fernando Vieira Ferreira
Fernando Lívio Vieira Ferreira

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