Descendente dos Pais de Tiradentes

Sobrinha-neta do Barão de São Carlos, do Barão do Rio do Ouro e da Baronesa de Santo Antonio

Batizada em 18 de Outubro de 1876, na Paróquia de São Pedro de Alcântara, do Rolcharia, termo de Juiz de Fora. Falecida em 24 de Julho de 1977, no Largo dos Leões, no Humaitá, Rio de Janeiro.

Filha do Fazendeiro Affonso Júlio de Miranda e Innocência Pereira Nunes. Neta paterna de Antonio José de Miranda e Maria José de Cortona. Neta materna de Vitório Pereira Nunes e Maria Vitória da Rocha.

Bisneta paterna do Capitão José de Miranda Ramalho e Maria Rodrigues da Silva. De José Antonio de Magalhães e Maria Rita de Jesus Xavier. Bisneta materna de Inácio Pereira Nunes e de Dona Leocádia Vasconcellos de Araújo. Terceira neta paterna de João de Miranda Ramalho e Maria Teixeira de Carvalho. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De José Antonio de Andrade e Valentina Tereza de Jesus. De Joaquim Rodrigues Chaves e Rosa Maria de Jesus. Terceira neta materna de Antonio Nunes da Silva e Ana Pereira. De Bento Borges de Araújo e Maria Joaquina de Vasconcellos Quarta neta paterna de Manoel Antonio e Ana Gonçalves de Miranda. De Domingos Teixeira de Carvalho e Luiza Costa Ferreira. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De João Crisóstomo de Magalhães e Bárbara Maria Dias. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De Francisco Ferreira de Sousa e Antonia Rita de Jesus Xavier. Quinta neta paterna de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. De João Costa Ferreira e Domingas Teresa. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De João... De Magalhães e Ana Maria de Andrade. De Mathias Álvares Negrão e Maria de Marins do Prado. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De Carlos Ferreira de Sousa e Rosa de Azevedo. De Domingos da Silva dos Santos e Antonia da Encarnação Xavier. Sexta neta paterna de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manoel Mendes de Souza e Páscoa da Silva. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De Manuel Afonso de Sousa e Maria de Azevedo. De André da Silva e Mariana da Matta. De Domingos Xavier Fernandes e Maria de Oliveira Colaço. Sétima neta paterna de Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. De Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manuel Mendes de Sousa e Páscoa da Silva. De Domingos Rodrigues e Catarina Fernandes. De Antonio de Oliveira Setubal e Isabel de Oliveira Colaço. Oitava neta paterna de Manoel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Correa. De João Fernandes e Esperança Fernam. De Hieronimo Setubal e Brazia de Oliveira. De Antonio de Oliveira Gago e Ana da Cunha. Nona neta paterna de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Manuel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Martinho de Oliveira Gago e Catarina Pereira Sardinha. De Antonio da Cunha e Paula Gonçalves. Décima neta paterna de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Pedro Colaço e Juliana de Oliveira. De Manuel da Cunha e Catarina Pinto. Décima primeira neta paterna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Salvador Teixeira da Cunha e Maria Mendes. De Pedro Colaço, o Velho, e Brígida Machado, a Velha. De Manuel de Oliveira Gago, o Velho, e Felipa da Mota. Décima segunda neta paterna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Fuão Albernaz e... Faria. De Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Rui Dias Machado e Cecília Rodrigues. De Antonio de Oliveira e Genebra Gago. De Vasco Pires de Mota e Felipa Gomes da Costa. Décima terceira neta paterna de Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Fuão Albernaz e... Faria. De Aniceto Vaz da Mota e Felipa de Sá. De Estevão da Costa e Isabel Lopes de Sousa. Décima quarta neta paterna de Martim Afonso de Sousa.

O ROMANCE
Ele era Promotor de Justiça em Itaperuna, para onde Honorina viajava de tempos em tempos pra ficar com a madrinha.

“Ele passava a cavalo e via vovó na janela. Apaixonaram-se”. (Antonieta Inocência Vieira Ferreira Morpurgo)

Quando Honorina voltou para casa, em Paraíba do Sul, Fernando Luis lhe dedicou esses versos:

PRECE
A Mlle...

Partes... Não sabes que saudade immensa
Vem augmentar o meu isolamento:
É noite, minha amiga, e a treva é densa
Sem um astro siquer no firmamento.

Surge, meu sol, surge outra vez e pensa
Que si tiveres um regresso lento,
Breve sentindo o vácuo da descrença,
Minha alma tombará no desalento.

Não voltas mais... Oh dor, oh desespero!
Porque se eclypsa a luz de teu semblante
Subitamente assim?

O meu destino é mais feroz que Nero,
Estou cego, meu Deus! Sem norte, errante,
O que será de mim?

Fernando Ferreira
Itaperuna, 16 de Agosto de 1894.

A poesia, por certo, comoveu Honorina que aceitou o seu pedido de casamento:

“O noivado não durou muito. Eles se conheceram e se casaram em dois meses”. (Lilia Barcellos)

O que se confirma pelo confronto das datas da poesia e do casamento: 16 de Agosto e 8 de Novembro... Exatos 2 meses e 22 dias!

VIDA EM FAMÍLIA
Pelas fotos dos passeios, acreditamos que tenham tido uma vida feliz e cheia de emoções. Paixão que se prolongou por toda a vida, considerando-se as cartas desesperadas de Honorina quando, já casada, foi obrigada a viver longe dele, então Juiz no Acre.

AS BODAS DE OURO
Em 8 de Novembro de 1944 comemoram as Bodas de Ouro, reunindo a família na Moreira César.

CARTA DA MADRINHA
Era afilhada de Dona Eliza Dutra de Rezende, mulher de Jayme Vieira de Rezende.

Pequena Biografia
Jayme Vieira de Rezende. Nasceu na Fazenda do Rochedo, município de Cataguazes, em 30 de abril de 1886; casou-se em 13 de fevereiro de 1885, com sua prima D. Elisa Dutra de Rezende, filha de seus tios Antonio Vieira da Silva Rezende e de D. Carlota Dutra de Rezende, então proprietários da Fazenda Itaguassu, no actual município de Mirahy. Educado no tradicional “Colégio do Caraça”, foi fazendeiro nos Estados de Minas e Rio de Janeiro e comerciante no Espírito Santo. Jayme Vieira de Rezende é nome de Rua e Avenida no Espírito Santo. Faleceu em Vitória, em 15 de Setembro de 1913, deixando viúva e os seguintes filhos: 1- Mercedes Rezende, nascida em 16 de Março de 1891. Casada com Paulo Pacheco, em 15 de fevereiro de 1912. 2- Hermano Vieira de Rezende, nascido em 17 de Abril de 1894. Casado com Dona Leonarda Moreira, em 27 de maio de 1919. 3- Osmane Vieira de Rezende, nascido em 27 de dezembro de 1900. 4- Flora Rezende de Oliveira, nascida em 26 de Maio de 1902. Casada com Hostilio Ximenes de Oliveira, no dia 22 de fevereiro de 1922 (Família Rezende)

Honorina
Recebi tua carta e fiquei muito satisfeita pela a tua chegada mas recebi hoje a tua carta e infelizmente não posso te fazer uma vizita, porque a Mercedes está passando mal com dor de Olhos, e estou com viagem marcada para Cataguazes, tem já condução lá me esperando. Segunda feira vou muito aborrecida se não puder estar contigo e te dar um apertado abraço, peço-te para vir e a Dr. Fernando para virem cá antes de eu seguir para Cataguazes, manda-me um telegrama para eu mandar te esperar na Estação. Traga a Guiomar, venha sesta ou sabbado sem falta que estou ancioza para ver-te. No mais, eu Jaime e Meninos muito te recommendamos a Dr. Fernando, teus Pais e Guiomar. Sou tua Madrinha e Amiga que muito te estima.

Elisa Dutra de Rezende
17 de Abril de 1893

NB Se tivesse recebido a tua carta logo que chegou ahi já tinha ido te vizitar, venha te pesso mais uma vez.

Foram Pais de:

1. JOAQUIM VIEIRA FERREIRA NETTO
(V. Meus Avós – Dra. Alzira Nogueira Reis)

2. ELISA ATLÂNTICA VIEIRA FERREIRA. Nascida em 2 de Maio de 1897. Falecida menina.

3. FERNANDO LÍVIO VIEIRA FERREIRA. Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Paraíba do Sul, em 26 de Agosto de 1898. Falecido nos anos 80, solteiro, com mais de 80 anos. Sem Geração.

4. JOÃO BATISTA VIEIRA FERREIRA. De apelido Ivan. Nascido em Barra Mansa, em 21 de Maio de 1900. Falecido em 8 de Abril de 1966. Casado com a Professora Márcia da Costa Santos. Com Geração.

5. THEREZA DE JESUS MARIA VIEIRA FEREIRA. Nascida em 22 de Julho de 1901, em Barra Mansa. Falecida em 2 de Fevereiro de 1966, em Niterói. Casada, em 1919, em Nova Friburgo, com o Coronel Médico Dr. Admar Morpurgo. Com Geração.

Pequena Biografia: Dr. Admar Morpurgo nasceu em 16 de Julho de 1897, no Rio de Janeiro. Faleceu em 16 de Dezembro de 1969, filho único de Dona Antonieta César Dias e do Dr. Eduardo Morpurgo.

6. MARCO TÚLIO VIEIRA FERREIRA. Nascido em Paraíba do Sul, em 25 de Outubro de 1905. Falecido em 17 de Abril de 1939.

7. MARIA DAS DORES VIEIRA FERREIRA. Tia Mary. Nascida em Paraíba do Sul, em 10 de Novembro de 1906. Falecida no Rio de Janeiro, nos anos 80. Faleceu solteira. Sem Geração.

8. BEATRIZ VIEIRA FERREIRA. De apelido Tia Ba. Nascida em 16 de Julho de 1910, na Rua Bonfim, no Rio de Janeiro. Falecida em 1999, em Curitiba. Casada, em 1931, com o Engenheiro Fernando Nascimento Silva, nascido em 10 de Janeiro de 1905 e falecido em 13 de Julho de 1967, filho do Dr. Ernesto Nascimento Silva e de Dona Alda Campos, portuguesa do Porto. Com Geração.

Pequena Biografia: Fernando era Engenheiro, nasceu em 10 de Janeiro de 1906 e faleceu em 13 de Julho de 1967, no Rio de Janeiro. Passou a infância na Rua Afonso Pena, na Tijuca. Estudou no Colégio Pedro II e cursou Engenharia na Escola Politécnica, formando-se em 1929. Dedicou-se ao magistério em diversas instituições de ensino sendo docente da cadeira de Geologia da Escola Nacional de Engenharia. Ingressou a seguir no quadro técnico do antigo Distrito Federal, tendo a oportunidade de pesquisar a formação geológica da terra da Guanabara, sua grande paixão! Responsável pela reedição do livro “Rio de Janeiro em seus 400 Anos”. Deixou numerosos trabalhos de natureza científica e literária em folhetos, revistas técnicas e periódicos diversos. Autor do Romance Histórico “O Homem que queria Matar o Vice-Rei”. Deu nome à Rua Engenheiro Fernando Nascimento Silva, em Laranjeiras. (Fernando Ernesto Nascimento Silva)

9. AFONSO JÚLIO VIEIRA FERREIRA, Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Nova Friburgo, em 12 de Março de 1913. Falecido no final dos anos 90, com mais de 80 anos. Casado com Mair Beque, funcionária dos Correios. Sem Geração.


Pesquisa
Anamaria Nunes

Fotos Antigas:
Acervo Nieta Morpurgo




sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

DE MIRANDA RAMALHO

DESCENDÊNCIA
Pais de José de Miranda Ramalho
Avós de Antonio José de Miranda
Bisavós de Affonso Júlio de Miranda
Terceiros Avós de Honorina Pereira Nunes de Miranda
Quartos Avós de Joaquim Vieira Ferreira Neto
Quintos Avós de José Bento Vieira Ferreira
Sextos Avós de Anamaria Nunes Vieira Ferreira

1. JOÃO DE MIRANDA RAMALHO. Capitão e Fazendeiro. Nascido por volta de 1732, em São Lourenço, Bispado do Porto, Portugal.

Filho de Manoel Antonio (Ramalho) e Ana Gonçalves de Miranda

Chegou ao Brasil em 1760. Em 1762 foi para Lagoa Dourada, Minas Gerais. É bastante provável que tenha vindo atraído pelo ouro das Minas Gerais.

Em 25 de Setembro de 1770 fez requerimento solicitando confirmação de sesmaria no termo da Vila de São José na Comarca do Rio das Mortes:

Requerimento de João de Miranda Ramalho, solicitando a D.José-I a mercê de lhe confirmar a doação, em sesmaria, de meia légua de terra na freguesia dos Prados, termo da Vila de São José, Comarca do Rio das Mortes.

Projeto Resgate – Documento 63280
Universidade de Brasília

João de Miranda Ramalho
25/09/1770. Registo Geral de Mercês, D.José I, liv.23, fl.469. Carta de Confirmação. Meia légua da terra no termo da Vila de S.José, Comarca do Rio das Mortes.

Torre do Tombo

Consta do Testamento de seu filho, João de Miranda Ramalho (filho), como propriedade da família, alguns campos de mineração, lavouras e água mineral.


Fazenda do Capão Seco – In Sedes de Fazendas Mineiras
de Helena Teixeira Martins

“Tudo enorme: a muralha de taipa, o muro de pedra, a casa de morada.”
Helena Teixeira Martins


Era proprietário da Fazenda do Capão Seco, Freguesia de Lagoa Dourada, termo da Vila de São José Del Rei, Minas Gerais e Comarca do Rio das Mortes.

Com base no Testamento de Domingos Teixeira de Carvalho (V. Meus 7º. Avós) sabemos que a Fazenda do Capão – assim nomeada – já pertencia à família, sendo herdada por sua filha única, Dona Maria Teixeira de Carvalho. Em 1856, a Fazenda do Capão Seco estava em poder do Major Antonio José de Miranda (V. Meus 4º Avós) o que garante a sua permanência por quatro gerações na família: Domingos Teixeira de Carvalho – Maria Teixeira de Carvalho – João de Miranda Ramalho Filho – Antonio José de Miranda.

A Fazenda do Capão Seco foi incluída no Livro “Sede de Fazendas Mineiras – Campos das Vertentes – Séculos XVIII e XIX”:

A sede da Fazenda Capão Seco foi construída numa baixada, na encosta de um morro, nas proximidades da confluência dos córregos da Contenda e da Besta com o córrego do Ribeiro. A poucos metros acima dela, a propriedade hoje é cortada pela Rodovia Br-383, que passa dentro da cidade de Lagoa Dourada, ligando São João Del Rei à rodovia Br-040, nas proximidades de Congonhas. Embora não tenha sido possível obter dados relativos à origem dessa Fazenda, presume-se que surgiu em conseqüência da afluência de mineradores que se instalaram em volta da lagoa conhecida como Lagoa Dourada, no início do século XVIII, no centro da atual cidade de Lagoa Dourada, conforme Buzatti, 1978:

“... a partir de 1761, contrabalançando o declínio acentuado de atividades mineradoras, a agropecuária desenvolveu-se rapidamente na região...”

Por outro lado, Portugal desestimulava atividades que desviassem mão-de-obra aproveitável na mineração. Os mineradores, por sua vez, enquanto o ouro estivesse afluindo a suas bateias, provavelmente não se preocupariam em atender a imperativos de produção de alimentos.

A construção da sede da Fazenda do Capão Seco, evidentemente, exigiu muita mão de obra, como se pode inferir pelo tamanho avantajado da muralha de taipa que separava o grande pátio onde se localizava a senzala, acima da lateral esquerda da casa grande, a residência do senhor, além do volumoso muro de pedra a ela perpendicular.

As grandes distâncias e as dificuldades de transporte de mercadorias exigiam a produção para a subsistência que, da mesma forma que a própria atividade de construção, requeria grande contingente de mão-de-obra.

Presume-se que a sede tenha sido construída na segunda metade do século XVIII, a julgar por seu estilo e pelos sistemas de construção utilizados. (*)

Apesar de a casa estar localizada num plano bem baixo e com alicerces também não muito altos, destaca-se no espaço por suas consideráveis dimensões, de quase 32m de fachada por 21m de profundidade. Vêem-se na frente 12 vãos: onze janelas e a porta de entrada. As esquadrias vêm com vergas curvas e alongadas, janelas providas de vidraças tipo guilhotina.

As paredes externas são em taipa de pilão com cerca de 40cm de espessura. Nos cantos, esteios lavrados sustentam os frechais. O telhado é de quatro águas na parte principal, com bifurcações para atender as irregularidades da planta, originalmente em forma de “U”: uma ala posterior, porém, foi demolida para aliviar a manutenção.
A sede compõem-se de 21 cômodos, incluindo uma ampla sala de entrada, com quatro quartos à esquerda, a capela ao fundo e a sala de visitas à direita. Ao todo são 12 quartos, sendo dois do tipo alcova, sem janelas.

Banheiro, cozinha e despensa ficam na parte posterior. A casa não tem varanda e mede cerca de 477,40m². É subdivida por paredes de pau a pique com pé direito de mais de 4,30m. O piso é assoalhado com tábuas largas e o teto é forrado com esteira de taquara, pintado de branco, destacando-se o da sala de entrada, pela cornija de madeira que o contorna.

Alguns móveis autênticos ainda estão lá, mas são de época posterior à da construção da casa. Entre eles encontra-se um conjunto de móveis austríacos – Thonet – com as palhinhas originais, várias cadeiras estilo mineirinha, além do relógio de coluna. Na sala de visitas destaca-se o lampião belga com detalhes rococó pendendo do teto. Embora adaptado à iluminação elétrica, não perdeu sua autenticidade. A capela, sob a invocação de Nossa Senhora do Carmo, acha-se atualmente desprovida de seus santos por medida de segurança, já que foi recentemente, alvo de tentativas de roubo.

Externamente sobressai a ampla escada quadrangular em granito aparelhado a picão junto à porta de entrada. A parte da frente mostra-se adornada, parcialmente, por jardim murado. Um pouco adiante existe um banco de pedra que era usado pelas mulheres para alcançarem o silhão, quando iam montar a cavalo. Agora é utilizado como púlpito, em ofícios religiosos eventualmente celebrados na Fazenda. Muitas das benfeitorias do complexo agropecuário da propriedade, construídas no passado, tais como senzala, engenho e outros não existem mais. Novas benfeitorias foram feitas para atender às necessidades atuais como estábulo, silos, cobertas para implementos agrícolas e garagem.

Não se sabe quem foi o primeiro proprietário da Fazenda Capão Seco mas, em declaração transcrita no Livro Paroquial no. 110 de Lagoa Dourada - agora no acervo do Arquivo Público Mineiro, em Belo Horizonte – e subscrita em março de 1856, Antonio José de Miranda informa que:

- Possui huma Fazenda de campos e cultura denominada Capão Seco nesta Freguesia de Lagoa Dourada cujos limites são os seguintes: pelo Noroeste com a Fazenda do R. do Pedro Ribeiro de Resende, pelo poente com a Fazenda do Cap. André Esteves dos Santos, pelo Norte com a Fazenda do Coronel Manoel Rodrigues Chaves, pelo sul com Pedro Ribeiro de Resende, levará pouco mais ou menos setecentos alqueires...

Posteriormente, essa propriedade pertenceu a Francisco Pereira Azevedo, grande latifundiário da região, ficando após a sua morte (1904), para seu filho Francisco Pereira Sigmaringa, casado em Santos Dumont (antiga Palmira) com Emília Eugênia de Miranda.

Em 1921 ou 1922, o Cel. Sigmaringa vendeu a Fazenda Capão Seco para Marcos de Oliveira Braga. Depois passou a pertencer a seu filho Vantuil Monteiro de Oliveira, casado com Jacinta Campos. Atualmente é de propriedade do casal Antonio Sebastião e Maria das Mercês Campos que nela residem. Antonio Sebastião é filho de Vantuil. Assim, há quase 70 anos essa propriedade está em mãos da família Marcos de Oliveira Braga. Os sucessores do Cel. Sigmaringa possuíam muito gado e a produção de leite na propriedade era grande. Fabricava-se manteiga com a marca “Indiana”, que era comercializada no Rio de Janeiro, em latas hermeticamente fechadas com o auxílio de uma cravadeira.

Aproveitando o soro do leite e da manteiga adicionado ao fubá, mantinha-se a criação e engorda de porcos em grande escala. A Fazenda vendia toucinho e carnes salgadas em Prados e São João Del Rei e fabricava açúcar, rapadura e aguardente. A cultura do café estendia-se até as proximidades da Fazenda do Engenho Novo. A colheita era feita por mulheres da redondeza, tantas que, para medir o café recolhido e receber a remuneração, formavam longa fila. Recebiam por balaio, unidade usada para medida de volume. O número de empregados na Fazenda era grande, tanto para atividades agropecuárias como para serviços domésticos. Jacinta, a esposa de Vantuil, era boa administradora e educadora exemplar. Comandava a casa e se preocupava em impor padrões de boas maneiras a seus filhos. A família recebia muitas visitas de parentes que passavam dias na Fazenda. A sede oferecia espaço para todos e muita hospitalidade, características comuns entre os fazendeiros de Minas.

Sede de Fazendas Mineiras
Campos das Vertentes - Séculos XVIII e XIX
Helena Teixeira Martins

Na visita que fizemos à Lagoa Dourada para conhecer a Fazenda do Capão Seco fomos recebidos com muita simpatia pelos atuais proprietários, Sr. Antônio Sebastião de Oliveira e Dona Maria das Mercês Campos.

Casado, em 1762, em Lagoa Dourada, com Dona MARIA TEIXEIRA DE CARVALHO. Nascida em 1747, em Lagoa Dourada. Falecida em 25 de Janeiro de 1822. Sepultada na Capela de Santo Antonio de Lagoa Dourada.

Filha de Domingos Teixeira de Carvalho e Luiza da Costa Ferreira. Neta paterna de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. Neta materna de João da Costa Ferreira e Domingas Teresa

Testamento com data de 18 de Outubro de 1821.

Em nome de Deus, Amém. Saibam quantos este Instrumento de Testamento virem que sendo no Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte e um, aos dezoito de outubro do dito ano nesta Fazenda do Capão Seco, da Freguesia de Prados, Termo da Vila de São José, Comarca do Rio das Mortes.

Eu, Maria Teixeira de Carvalho, enferma, mas em meu perfeito juízo, ordeno o meu Testamento na forma seguinte: Encomendo minha alma a Deus meu Criador e lhe rogo de receber na sua misericórdia.

Nomeio para meus Testamenteiros aos meus filhos em primeiro lugar a João de Miranda Ramalho; e a Joaquim de Miranda Ramalho em tudo corpo unidos para que juntos satisfaçam as minhas determinações. Em segundo lugar, meus filhos José de Miranda Ramalho e Miguel Teixeira de Carvalho na mesma forma acima. Declaro que se algum não houver de aceitar por algumas circunstâncias sempre sejam unidos os que quiserem aceitar que por serviço de Deus e me fizerem mercê lhes rogo aceitem esta minha disposição de Testamento, sejam meus benfeitores e procuradores dos meus bens com poderes gerais e especiais, e puderam dispor de alguns dos meus bens para cumprimento das minhas determinações. Deixo aos meus Testamenteiros aqueles que aceitarem o prêmio de cem mil réis a cada um e logo depois do meu falecimento começarão a dar contas das minhas determinações até findar, e para isso lhe deixo o prazo de um ano.

Meu corpo será envolto no Hábito de Nossa Senhora Mãe Santíssima do Carmo. Será sepultado na Capela ou Matriz ao pé do altar da Senhora Santa Ana. O meu enterro será à eleição de meus filhos aqueles que presente se acharem para neles confiar a fidelidade que usaram com sua mãe ou quem der cumprimento a este meu Testamento. E mandarão dizer Missas de corpo presente as que puderem e todos os clérigos que se acharem no meu enterro me dirão um oitavário de Missas pela minha alma. Se repartirão seis oitavas de esmola aos pobres na porta da Igreja onde for o meu corpo sepultado em parcela de trezentos réis a cada um.

Sou natural de Lagoa Dourada e da sobredita Freguesia de Prados, filha legítima de Domingos Teixeira de Carvalho e de Luiza da Costa Ferreira e fui casada com João de Miranda Ramalho de quem tive cinco filhos: Manoel, José, Joaquim, João e Maria, já falecida, a quem restam herdeiros.

Declaro que meu filho Miguel Teixeira de Carvalho tido no estado de viúva é igualmente herdeiro na meação com os legítimos já mencionados. Declaro que passando eu às segundas núpcias com Bento Gonçalves da Costa deste Matrimônio não tivemos filhos. Deixo que se digam seis Missas pelas Almas de meus pais e doze pela alma de meu marido João de Miranda Ramalho, seis missas pelas almas de meus escravos já falecidos. Deixo que se digam duzentas Missas pela minha alma oferecida a minha mãe santíssima do Carmo. Deixo que se digam mais dez missas pelas almas de todos os meus parentes. Deixo mais se digam mais dez missas pelas almas do Purgatório. Deixo dezesseis mil réis para ajuda de uma cortina para o altar de Santo Antonio da Capela da Lagoa Dourada.

Deixo da minha terça quatrocentos mil réis a meu filho José de Miranda em remuneração de alguns benefícios que me tem feito. Deixo a João de Resende, meu afilhado e exposto em minha casa, cento e cinqüenta mil reis para comprar uma escrava e no caso ele se incline alguma escrava da minha meação se lhe dará pela avaliação e se esta não cobrir o dito cômpito de cento e cinqüenta mil réis se lhe inteirará. Deixo que se dê a quatro filhas de meu filho José que são Maria, Joaquina, Bárbara, Constância e Gertrudes, a cada uma vinte mil réis. Deixo a minha neta Deodora vinte e cinco mil réis. A Joaquim, filho de João da Silva, dez mil réis. Às cinco filhas fêmeas do dito dez mil réis, a cada uma, declaro que estes filhos são do casal com minha neta Floriana. Declaro que já dei a minha neta Floriana para ajuda de comprar uma escrava por nome Joana oitenta mil réis o qual sairá da minha terça.

Declaro que deve meu casal a meu filho João de Miranda Ramalho o que ele disser, pois que tem assistido com dinheiro seu as despesas de vários pleitos tendentes a esta Fazenda, e o mais que tem suprido quando é necessário que tudo sairá do monte para ser despesas feitas a benefício do mesmo monte. Satisfeitos os meus legados e determinações deixo o restante de minha terça a meus filhos que são: Manoel, Joaquim, José, João e Miguel que serão iguais no restante da minha. Declaro que quando meu filho Miguel mudou-se para o Sertão lhe mandei conduzir os carros pelos meus escravos Joaquim Cabra, José Campanha, José Florentino e ainda se acham em companhia dele que os não tem mandado e são estes escravos pertencentes ao meu casal.

Por não ter mais que dispor hei por findo este meu Testamento revogando qualquer anterior e que só este tenha vigor e peço as Justiças de sua Majestade dêem força e valor façam cumprir e guarde como nele se declara havendo por expressa em meio nada qualquer cláusula precisa para sua validade e por não saber ler nem escrever pedi a Miguel Gonçalves Ribeiro que este por mim escrevesse a meu rogo se assinasse dia mês era e lugar et supra. Miguel Gonçalves Ribeiro que este escrevi e assinei a rogo de Dona Maria Teixeira de Carvalho.

Declaro que é minha última vontade coartar a minha escrava Antonica no preço de sua avaliação e lhe dar de esmola para ajuda do coartamento seis mil réis e tudo isto será a custa da minha terça e lhe dou o prazo de dois anos e paga que seja os meus Testamenteiros lhe passarão carta de liberdade ficando a dita escrava obrigada a lançar a sua carta nas notas.

Declaro mais que os meus legatários serão obrigados aceitarem as esmolas que lhe deixo e bens do meu casal ou naquilo que os meus Testamenteiros quiserem sendo isto minha vontade e por eu não saber ler nem escrever como acima disse tornei a pedir a Miguel Gonçalo Ribeiro que este por mim escrevesse e a meu rogo se assinasse dia mês era e lugar et supra. Que estas declarações também escrevi e assinei a rogo de Dona Maria Teixeira de Carvalho. Miguel Gonçalves Ribeiro.

Abertura do Testamento
Declaro que me foi apresentado este Testamento (...) Capão Seco, 25 de Janeiro de 1822.


Declaração dos Testamenteiros
Dizem o Capitão João de Miranda Ramalho e o Capitão Joaquim de Miranda Ramalho, testamenteiros de sua mãe Dona Maria Teixeira de Carvalho que legando esta em Testamento a seu filho José de Miranda Ramalho 400$000 e a quatro filhas do mesmo ainda menores (...)

Inventário com data de 25 de Janeiro de 1822.

Acervo do Museu de São João Del Rei, anos de 1822 e 1854, caixa C-05.
Inventariada: Maria Teixeira de Carvalho
Inventariante: Capitão Joaquim de Miranda Ramalho
Local: Fazenda do Capão Seco da Lagoa Dourada, Aplicação da Lagoa Dourada, Termo da Vila de São José.

Declaração: Dizem o Capitão João de Miranda Ramalho e seu irmão o Capitão Joaquim de Miranda Ramalho, testamenteiros conjuntos de sua falecida mãe, Dona Maria Teixeira de Carvalho que, sendo esta casada com Bento Gonçalves da Costa, vivendo apartados, não por discórdias, em diversas fazendas, faleceu primeiro a mãe dos suplicantes em 25 de Janeiro do presente ano de 1822. E seu marido que já era segundo, padrasto dos suplicantes, em 17 de Fevereiro deste mesmo ano, com Testamento solene, em que nomeou por testamenteiro seu filho de outro matrimônio, o Capitão Antonio Gonçalves da Costa. E como aos suplicantes compete primeiro fazer Inventário dos Bens que estavam debaixo da administração da sua falecida mãe para depois se continuar com aqueles outros que o falecido marido administrava.

Declaração: Que sua falecida mãe fora natural da Aplicação da Lagoa Dourada, filha de Domingos Teixeira de Carvalho e de sua mulher Luiza Ferreira da Costa, ambos falecidos, e que sua mãe falecera aos vinte e cinco dias do mês de Janeiro deste presente ano com seu testamento que apresentou e que fora casada com João de Miranda Ramalho, e que houve Inventário por este juízo de órfãos e que, em segundas núpcias, fora casada com Bento Gonçalves da Costa e que deste matrimônio não houveram filhos.

Bens: Escravos em número de 44.

Bens de Raiz: Uma fazenda denominada o Capão Seco, com casas de vivenda, moinho e paiol e senzalas e uma grande olaria, tudo coberto de telha com alguns muros de pedra no terreiro, quintal com alguns arvoredos com terras de planta e alguns poucos campos que de uma parte se divide com o Capitão Joaquim de Miranda Ramalho e com o Desembargador Estevão Ribeiro de Resende, e com Dona Gertrudes Joaquina da Silva - 4:800$000. - Uma morada de casas coberta de telha sita no Arraial de Lagoa Dourada com seu quintal murado - 50$000. - Uma fazenda denominada Capivara que o seu casal recebeu por pagamento de uma dívida que era devedor Bento Gonçalves Pacheco essa Fazenda é citada no Julgado do Rio das Velhas e que a títulos e documentos da mesma fazenda se achavam em poder do herdeiro José de Miranda Ramalho.

Inventariado: Bento Gonçalves da Costa
Inventariante: Antonio Gonçalves da Costa

Declaração:
Em segmento ao mesmo Inventário dos bens que ficaram por falecimento de Bento Gonçalves da Costa de quem é Inventariante seu filho o Capitão Antonio Gonçalo da Costa.

Data: 25 de Junho de 1822.
Local: Fazenda denominada das Éguas da Aplicação da Lage, do Termo da Vila de São José, Minas e Comarca do Rio das Mortes, em casas do falecido Bento Gonçalves da Costa.

Declaração: Que seu falecido pai fora natural da Vila dos Arcos, filho legítimo de Manoel Gonçalves da Costa e de Simoa da Costa, já falecidos, e que seu pai falecera aos dezessete dias do mês de Fevereiro deste presente ano, com o seu Testamento o qual apresentava e que fora casado em primeiro matrimônio com Maria Joaquina de Souza, de que houve Inventário por este Juízo de Órfãos (...) e em segundo matrimônio foi casado com Dona Maria Teixeira de Carvalho e que não houveram filhos deste matrimônio.

Filhos do 1º Matrimônio:
Ana - Casada com Felisberto Virgolino Martins Pereira, moradora no Termo de Queluz.
Antonio Gonçalves da Costa – Casado
Domingos Gonçalves de Souza – Casado
Felis Gonçalves de Souza – Casado
Joaquina - Casada com Joaquim de Miranda Ramalho.
Manoel Gonçalves de Souza - Casado
Justino Gonçalves da Costa - Demente
Manoel - Herdeiro instituído no Testamento.

Bens: Escravos em número de 27.

Bens de Raiz: Uma fazenda na Aplicação da Lage denominada o Ribeirão de Santo Antonio da Fazenda das Éguas que se compõem de casas de vivenda cobertas de telha, com paiol, moinho, tudo coberto de telha com seus currais e quintal cercado de pedras com terras de cultura de capoeiras e alguns matos virgens e uma grande porção de campo que de uma parte se divide com o Padre Francisco Pinto de Góis e Lara e de outra com os herdeiros do falecido João Vieira Lopes. 3:712$974. Um sítio denominado o Varge, com umas casas muito arruinadas e velha com portas e janelas e algumas telhas que se compõem de capoeiras e compos, que de uma parte se divide com a Fazenda de João da Mota Botelho e de outra com o Capitão Antonio Gonçalves da Costa. 315$500. Uma fazenda denominada João da Mota Botelho com a casa de vivenda coberta de telha com ruínas com terras de cultura e campos que de uma parte se divide com terras do Capitão Mor Manuel da Costa Maia e de outra com o Capitão Antonio Gonçalves da Costa. 1:120$000. Uma fazenda denominada a Boa Vista que se faz menção de alguma telha e de algumas madeiras arruinadas com seus campos e terras de culturas que se divide de uma parte com o Padre Francisco Pinto de Góis e Lara e de outra com o Capitão Antonio Ribeiro da Cruz. 1:120$000. Uma fazenda denominada o Piauí, no Termo de Tamanduá a qual não se avaliou por estar fora deste Termo.

Miguel Teixeira de Carvalho, reconhecido no Testamento de sua mãe, Dona Maria Teixeira de Carvalho, como legítimo e ainda em gestação, nascido quando ela era viúva, no seu Registro de Batismo é citado como “inocente exposto” em casa dela. Na Certidão de Casamento de Miguel Teixeira de Carvalho com Dona Ana Vicência de Jesus, em 1803, em Lagoa Dourada, é citado como “filho exposto” de Dona Maria Teixeira de Carvalho.

À página 405, do livro “Povoadores do Sertão Rio da Prata”, Dr. Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges nos informa que:

Portanto, a filiação de Miguel Teixeira de Carvalho ficou obscura e incógnita, de um lado, acreditamos que Maria Teixeira teria engravidado-se no estado de viúva, resultando-se no nascimento de Miguel e ela, envergonhada do fato, o declarou filho exposto, nos registros de batismo e casamento. E, mais tarde, em seu Testamento, datado de 18 de Outubro de 1821, ela teria reparado o erro, e reconhecendo de fato e de direito o seu filho Miguel. De outro lado, ela teria de fato legitimado seu filho exposto Miguel, por motivo de gratidão e afeição ao menino que ela o amava profundamente da mesma sorte que os demais.

Foram Pais de:

1.1 Manoel Teixeira de Carvalho. Nascido por volta de 1771. À época do Inventário de sua mãe, contava cinqüenta e cinco anos, desassisado e solteiro. Em 1831 estava com 60 anos. Em seu testamento, Dona Maria determina que fique em companhia de seu irmão, Capitão Joaquim de Miranda Ramalho, que seria o seu tutor. No Censo de 1831, é citado um Manoel de Miranda Ramalho como chefe do fogo de número 5 que acreditamos que seja o mesmo: Chefe do fogo 5 - masculino - branca - 60 - agricultor - 4 escravos (Projeto Compartilhar - Moacyr Villela)

1.2 José de Miranda Ramalho, que segue.

1.3 João de Miranda Ramalho. Capitão. Natural de Lagoa Dourada. Nascido em 1781. Falecido por volta de 1831, em Lagoa Dourada. Sepultado na Capela de Santo Antonio da Lagoa Dourada, ao lado de sua mãe. Proprietário da Fazenda Bandeirinha:

Natural de Lagoa Dourada, onde possuía a Fazenda Bandeirinha e era “senhor de várias datas de terras e águas minerais no Arraial da Lagoa Dourada”. João faleceu com testamento aberto aos 22-01-1832.

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Padrinho de Batismo do seu sobrinho Antonio José de Miranda Ramalho, filho de seu irmão José de Miranda Ramalho e de Dona Maria Rodrigues Silva.

No Censo de 1831, de Lagoa Dourada, João de Miranda Ramalho era o chefe do fogo 50:

Chefe do Fogo - masculino - branca - 50 - agricultor
Valentina Joaquina da Silva - cônjuge feminino - branca - 50
45 escravos
Maria Eufrásia - dependente feminino - parda 1
Antonio José de Miranda - dependente masculino - branca - 18 - agricultor
Crispiano

Testamento com data de 24 de Setembro de 1830.

Acervo do Museu de São João Del Rei
Ano de 1833
Caixa 109.
Testador: João de Miranda Ramalho
Testamenteira: Valentina Joaquina da Silva
Local: Vila de São José Del Rei.

(...) sou natural de batizado na Aplicação da Lagoa Dourada, Freguesia de Prados, Comarca do Rio das Mortes, filho legítimo de João Miranda Ramalho e Maria Teixeira de Carvalho, ambos já falecidos. Declaro que sou casado com Dona Valentina Joaquina da Silva, de cujo matrimônio não temos tido filho algum, e por isso me acho sem herdeiro forçado ascendentes nem descendente. Declaro que meu corpo envolto em Hábito Carmelitano de que sou Irmão Terceiro será sepultado na Capela de Santo Antonio da minha Aplicação no mesmo lugar em que foi sepultado o corpo de minha mãe e se dirão missas de corpo presente pelos clérigos que se achar até o número de vinte e as exéquias funerais serão feitas à eleição de meus testamenteiros e se repartirão pelos pobres de minha Aplicação a quantia de trinta mil réis a razão de trezentos réis a cada um deles. Sendo, porém o meu falecimento em outro lugar serei sepultado na Freguesia ou capela mais vizinha preferindo-se a em que houver o Altar de Nossa Senhora do Carmo e a distribuição de esmolas será feita aos pobres da mesma Aplicação. Declaro que meus Testamenteiros darão a João Resende de Carvalho, exposto em casa de minha falecida mãe trezentos mil réis em refem de um serviço que me prestou e por morte do mesmo passara esta deixa a seus herdeiros que será satisfeita em dinheiro ou bens. Bem certo que ainda no pensar de muitos se tem por meu filho natural o dito João de Resende de Carvalho, eu por tal não o reconheço, antes tenho justos motivos de julgar contra isso, porque nunca tive filhos e suposto tivesse tratos ilícitos com a Mãe do dito João de Resende, fazendo eu uma viagem para a Campanha quando voltei constou-me que a mesma se achava pejada devolvendo-se o prazo de onze meses desde daquela minha viagem até o tempo do parto, sem que no entanto para isso eu desse causa, finalmente pariu e continuou a parir outros filhos, tudo depois que se embaraçou com outro sujeito o que era público, e se lhe fiz o benefício de mandar ensinar a ler foi por ter sido criado em casa de minha mãe e o mesmo fiz a Bento Teixeira de Carvalho e a Miguel Teixeira, expostos na mesma casa pagando a mestres e sustentando-os sem outra alguma obrigação. Portanto, não tenho herdeiro algum necessário e instituo por minha universal herdeira a dita minha mulher Dona Valentina Joaquina da Silva, com a condição porém que por sua morte o que existir da minha meação em que me vai suceder por herança (...) por minha morte os meus escravos Tristão, pardo ..., Rebolo e sua mulher Maria Rebola e a estes dois marido e mulher quero se lhes dê oito mil réis a cada um. Declaro que ao dito meu afilhado e sobrinho Antônio José de Miranda Ramalho dei desde o batistério um crioulinho por nome Crispiniano, mas desejando fazer a este todo o bem possível quando antes da minha morte não tenha eu dado ao dito meu sobrinho outro por ele ou o seu respectivo valor qualquer dos meus testamenteiros fará para que fique gozando o dito crioulinho da liberdade que eu pelo amor de Deus lhe quero dar. Declaro que eu e o Capitão Manoel Gonçalves do Nascimento somos sócios nas duas Fazendas da Bandeirinha e Carandaí, por eu haver comprado a dita a Dona Joaquina Thomásia da Silva e seu filho Manoel Esteves dos Santos a parte que neles tinha e haver herdado o dito Capitão Manoel Gonçalves do Reverendo João Gonçalves de Moura seu irmão a parte que delas lhe tocava e este mesma sociedade já vem assim de nossos antecessores, bem certo que as terras da Fazenda de Carandaí ficam de uma e outra parte do rio deste mesmo nome e que o Reverendo João Gonçalves de Moura havia vendido uma parte da dita Fazenda do Carandaí ao falecido Coronel Severino Ribeiro como há de constar do papel de venda cuja parte deverá entrar por parte do dito meu sócio quando se fizer a divisão das ditas fazendas Bandeirinha e Carandaí. Declaro que sou senhor e possuidor da Fazenda do Capão Seco em maior parte, não só por herança, como compras feitas a outros herdeiros, e pelo que me sobreveio da herança da terça dos bens de minha mãe, o prêmio que me tocou, assim mais o valor das custas feitas nas partilhas da terça carregado nas Fazendas e eu as paguei com o meu dinheiro e consta do Inventário e assim mais a parte da terça que cabia a meu Irmão José de Miranda Ramalho noventa e tantos mil réis que também me pertence para haver assim tratado com o meu dito Irmão como consta de um requerimento em seu nome apenso ao corrente do que ele me deve de assistência que fiz à sua pessoa e família. Declaro que sou senhor e possuidor de uma porção de terras de cultura e mineração como consta do Inventário que se fez por falecimento de minha sogra Dona Gertrudes Joaquina da Silva e se acha no Juízo dos Órfãos da Vila de São José cuja cultura pela divisão amigável lhe coube (...) sobre as ditas lavras para eles tenha eu assim com ele sou concorrido com a necessária agência, mas a grande despesa que se tem feito tem saído somente de minha algibeira de que já lhe apresentei conta corrente e por isto me está devendo a sua parte ou metade dela o dito meu Irmão. Declaro que sou senhor de várias datas de terras e águas minerais no Arraial de Lagoa Dourada que as pedi de sociedade com o dito meu Irmão, mas este nunca despendeu vintém seu a respeito das mesmas e por isso delas nada lhe pode pertencer; porém se o dito meu Irmão pagar a metade de todas as despesas que tenho feito com as mesmas, e águas e com os pleitos para a conservação das mesmas terras e águas que são livres da sociedade que temos com Dona Inocência Maria de Freitas e seus filhos ficará sendo sócio. Declaro que este mesmo meu Irmão me deve por outra conta o que despendi com assistência a sua pessoa e outras necessárias a sua (...). Assim como por outra o que despendi na Fazenda do Mendonça na ocasião da compra de que vim abrir mão a favor do mesmo e de outro Irmão Miguel Teixeira de Carvalho. Todas as ditas contas apresentei a um e outro por mim assinadas ficando-me os originais. Declaro que o dito meu Irmão José achando-se no Rio de Janeiro remeti-lhe um escravo José Cabra para o vender e comprar-me outro e ele dispôs o meu por duzentos e oitenta e cinco mil réis. Também lhe mandei mais dinheiro para comprar escravos e ele apenas enviou-me dois moleques, Romão e João, que os comprou por trinta dobras de principal e do mais ainda não deu satisfação quando as despesas todas paguei ao condutor o que vendo haver do mesmo o que sobrava apenas respondia-me que havia despendido com a causa mineral em que éramos sócios sem manifestar a conta dela para saber eu a metade que lhe deve correr por conta dele e encontrar na que lhe dei de dinheiro com que lhe assisti para aquela ação mineral e tudo isto declaro para evitar dúvidas de futuro e observando eu que o dito meu Irmão se acha pensionado de família deixo liberdade a meus Testamenteiros para que possam fazer com ele alguma atenção por meu falecimento visto que mora distante. Declaro que trago vários pleitos com Dona Inocência Maria de (...) de justiça e o mesmo se fará ainda sem clareza se a pessoa que a requisitar e (...) for de inteira fé e abonação. Tudo quanto levo relatado é a minha verdade, guiado pela minha consciência por me acho muito gravemente enfermo, mas em meu perfeito juízo. Declaro que deixo para a nova Capela de Santo Antonio da Lagoa Dourada que se está fazendo cento e cinqüenta mil réis, além de cem mil réis que prometi na Mesa e alguma quantia que já dei, deve constar de assentos. Deixo para os Altares do Senhor dos Passos a Senhora do Carmo e da Senhora Santa Ana da mesma Capela para cada um seis mil réis. Deixo para a nova Capela que se está fazendo da Senhora do Rosário que se acha colocada em altar da mesma Capela de Santo Antonio vinte mil réis. Deixo a Capela do Senhor do Matosinhos do dito Arraial dez mil réis. Peço e rogo a dita minha mulher Dona Valentina Joaquina da Silva e a meu cunhado o Reverendo Vigário Antonio Rodrigues Chaves queiram ambos em só corpo e conjuntamente fazer-me a obra pia de ser meus Testamenteiros benfeitores e universais administradores de todos os meus bens com livre e geral disposição deles em juízo e fora dele e para isso o nomeio em primeiro lugar e em segundo o mesmo peço e rogo ao Coronel Giraldo Ribeiro de Resende e meu sobrinho e afilhado Antonio José de Miranda Ramalho para o serem na mesma sorte conjuntos e só no caso de haver repugnância ou outro motivo urgente por onde alguns dos primeiros nomeados se escuse suprirá um dos segundos a sua falta para que a administração recaia sempre em dois, e deixo de prêmio aos dois que aceitarem a quantia de duzentos mil réis para entre si repartirem e lhes deixo oito anos a conta. Caso porém eu satisfaça em minha vida qualquer obra pia ou legado dos aqui referidos se levará em conta a vista do Recibo. Este é o meu Testamento e disposição para depois de minha morte e por ele revogo qualquer outro e vai feito de determinação e por mim assinado nesta Fazenda da Bandeirinha aos 24 de Setembro de 1830. João de Miranda Ramalho.

Abertura do Testamento
Certifico que no dia de hoje me foi entregue este Testamento do falecido Capitão João de Miranda Ramalho (...) Aplicação da Lagoa Dourada, 22 de Janeiro de 1832.

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Casado, em 16 de Julho de 1798, na Matriz de Prados, com Valentina Joaquina da Silva, nascida em 1781, e falecida em 26 de Dezembro de 1845, filha de André Rodrigues Chaves e de Dona Gertrudes Joaquina da Silva (V. Meus 6º Avós), e irmã de sua cunhada Maria Rodrigues da Silva (V. Meus 5º Avós). Deixou Testamento. Sem Geração.

Certidão de Casamento
Prados, Minas Gerais (e capelas filiadas) - casamentos -matriz aos 16-07-1798 João de Miranda Ramalho, f.l. de João de Miranda Ramalho e Maria Teixeira de Carvalho = Valentina Joaquina da Silva, f.l. do Cap. Andre Rodrigues Chaves e D. Gertrudes Joaquina da Silva. Nts/bts nesta.

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1.4 Maria de Miranda Ramalho. Natural de Prados. À época do Inventário de sua mãe já era falecida. Casada, em 16 de Julho de 1784, em Prados, com Bento Gonçalves de Carvalho, natural de Congonhas do Campo. Com Geração.

1.5 Joaquim de Miranda Ramalho. Alferes. Curador do seu irmão mais velho, desassisado. Era credor do Tenente José Fernando de Sousa, inventariado em 1827. Casado com Dona Joaquina Plácida de Sousa, filha de seu padrasto Bento Gonçalves da Costa e de Dona Maria Joaquina de Souza, neta materna de Manoel Gonçalves da Costa e de Simoa da Costa, neta materna de Francisca Xavier. Com Geração.

1.6 Miguel Teixeira de Carvalho. Guarda Mor das Minas de Ouro. Nascido em 1782, em Lagoa Dourada, quando sua mãe já era viúva. Batizado em 6 de Junho de 1782, na Capela dos Olhos d´Água, filial da Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Prados. Foi barbaramente assassinado por dois pistoleiros vindos de Lagoa Dourada, antes de 1838, data do Inventário de sua sogra quando é citado como falecido. Miguel Teixeira de Carvalho, reconhecido no Testamento de sua mãe, Dona Maria Teixeira de Carvalho, como legítimo e ainda em gestação, nascido quando ela era viúva, no seu Registro de Batismo é citado como “inocente exposto” em casa dela. Na Certidão de Casamento de Miguel Teixeira de Carvalho com Dona Ana Vicência de Jesus, em 1803, em Lagoa Dourada, também foi citado como “filho exposto” de Dona Maria Teixeira de Carvalho. Segundo o Testamento de sua mãe, mudou-se para o Sertão com os escravos Joaquim Cabra, José Campanha, José Florentino conduzindo os carros, que eram de sua mãe, mas ficaram com ele. Segundo o Genealogista Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges, em 1818, o Guarda Mor Miguel Teixeira de Carvalho emigrou para o Sertão, aposseou-se de uma sorte de terras às margens do Rio Tijuco, no lugar denominado Paraíso, construindo ali a Ponte Miguel Teixeira. Em 1823, o Capitão José Miranda Ramalho (V. Meus 5º Avós), irmão do Guarda Mor, vindo de Lagoa Dourada, apossou-se de uma sorte de terras na “Bagagem”. Segundo Dr. Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges era rico e poderoso, possuía 66 escravos e um grande latifúndio. Proprietário da Fazenda Bagagem, no Prata. Morador no Sertão da Farinha Podre. Construtor da Ponte do Miguel Teixeira. Em 1829, foi réu em ação provocada por Caetano Alves de Magalhães:

O libelo que colocou como autor a Caetano Alves de Magalhães e como réus a Miguel Teixeira de Carvalho com seu escravo Severino foi iniciado a partir da citação da parte do réu no ano de 1829. Este se apresentou em “pública e geral audiência”, onde estavam presentes o “Doutor Francisco de Paula Monteiro de Barros, cavaleiro professo na Ordem de Cristo (...) Juiz de Fora” servindo interinamente de Ouvidor Geral e Corregedor da Comarca do Rio das Mortes, “no impedimento do próprio na forma da Lei”, acompanhado pelo advogado João Rodrigues, procurador do Guarda-mor Miguel Teixeira de Carvalho. Na audiência, com o Guarda-mor Miguel Teixeira presente, foi dito que “o mesmo residia por si e por cabeça de seu Escravo Severino pardo e se apresentava com sua primeira carta de seguro” para, naquele momento, requerer “o houvesse por apresentado e lhe mandasse passar seu contramandado para não ser preso”.17 Estes autos processuais colocaram escravos envolvidos nos processos criminais em que as partes requeriam e alcançavam carta de seguro, faziam-se presentes em audiências públicas acompanhados de seus senhores.

Tais processos evidenciam a situação do cativeiro onde uma pessoa está sob o domínio da outra e, nesse caso, sua participação como pessoa diante da justiça mostrava-se plenamente aceita judicialmente, podendo, ainda, até contar com a graça de receber a carta de seguro.

Lei, Matriz Doutrinária e Escravidão: Minas Gerais, Comarca do Rio das Mortes 1800 – 1831
Maria Lúcia Resende Chaves Teixeira

Casado com Ana Vicência de Jesus, nascida em 1791, em Lagoa Dourada, filha de João Bernardes Pacheco, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Assunção, Bispado de Andra, Açores, e de Dona Inocência Maria de Freitas, natural de Prados, Minas Gerais, que se casaram em 19 de Janeiro de 1767, em Lagoa Dourada. Neta paterna de Antonio Pacheco Borges e de Dona Maria do Rosário. Neta materna de Amaro de Freitas Almada e de Dona Teresa Maria Costa. Com Geração.

Dona Maria Teixeira de Carvalho foi casada, em 2ª Núpcias, com Bento Gonçalves da Costa, sem geração, com Testamento e Inventário.

2. JOSÉ DE MIRANDA RAMALHO. Capitão. Fundador do Prata. Nascido em 1770, em Lagoa Dourada. Falecido por volta de 1844, na Prata.

Foi em 1835 que teve este povoado a sua origem e seus fundadores foram o
Capitão José de Miranda Ramalho, José Venâncio de Sousa e o Alferes Joaquim Gomes de Lima
que, primeiramente, levantaram uma capelinha, coberta de palha de buriti, que foi erecta em freguesia quatro ou cinco anos depois.
Levantaram o Arraial de Morrinhos, hoje, cidade do Prata.

Almanaque Administrativo de Minas Gerais
1870 - Página 274

Filho de João de Miranda Ramalho e de Dona Maria Teixeira de Carvalho. Neto paterno de Manoel Antonio e de Dona Ana Gonçalves de Miranda. Neto materno de Domingos Teixeira de Carvalho e de Dona Luiza da Costa Ferreira.

Bisneto materno de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. De João Costa Ferreira e Domingas Teresa.

Viveu na Fazenda do Capão Seco, em Lagoa Dourada, até 1823. Com a morte da mãe, Dona Maria Teixeira de Carvalho, em 26 de Janeiro de 1822, José de Miranda Ramalho migrou, em 1823, para o Sertão do Rio do Prata, estabelecendo-se na Fazenda da Bagagem.

À Página 405 do livro “Povoadores do Sertão Rio da Prata”, Dr. Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges, nosso primo, nos conta que:

... José de Miranda Ramalho e sua família, no início de 1823, emigraram-se para o Sertão do Rio do Prata. Em Lagoa Dourada permaneceram três filhos: Antonio José de Miranda, José Miranda Ramalho e Rita de Miranda. Portanto, venderam seus bens e caminharam-se com carros de bois, o Capitão José de Miranda Ramalho e seus familiares, com 81 escravos, numa verdadeira epopéia, saindo de Lagoa Dourada, penetraram-se Sertão afora, direção ao sertão do Rio do Prata, onde residia seu irmão, o todo poderoso Guarda Mor Miguel Teixeira de Carvalho, que afazendera-se no Paraíso, às margens do Rio Tijuco, hoje, município do Prata, em 1818.

Após uma marcha forçada de 800 km., chegaram ao Sertão do Rio da Prata, a nova Canaã, terra que manava o leite e o mel.

O Capitão José de Miranda Ramalho, com toda sua família e escravos, com exceção de sua filha Maria Miranda e Silva, que era casada com Manoel Ferreira de Sousa, que foram afazendar-se no Bebedouro Grande, afazenderam-se na Bagagem, terras contíguas às do Major Eustáquio, em frente aos Morrinhos, onde localiza-se a cidade do Prata, Minas Gerais. Este fato ocorreu-se em 1823.

O Capitão José de Miranda Ramalho, por influência de seu irmão, o Guarda Mor Miguel Teixeira de Carvalho, entrou em contato com o Major Eustáquio lá de Uberaba, e este de posse da provisão, datada de 13 de Fevereiro de 1811, concedida pelo Príncipe Regente Dom João, para erigir uma Capela com o orago de Nossa Senhora do Monte do Carmo, no sertão do Rio do Prata, conferiu esta prerrogativa, ainda que verbal, ao Capitão José de Miranda Ramalho, que no 2º. Semestre de 1823, edificou a Capela coberta com palha de buriti, conforme consta à página 274, do Almanaque Administrativo de Minas Gerais, ano 1870, conforme citamos no Capítulo A Capela de Nossa Senhora do Carmo.

Após a morte do Capitão José de Miranda Ramalho, ocorrida por volta de 1844, a família Miranda retornou-se para Lagoa Dourada. Mas no Sertão do Rio do Prata, no Bebedouro Grande, permaneceu sua filha Maria Miranda e Silva que, depois de viúva, contraiu núpcias com o viúvo Francisco Nunes Valadão, deste 2º. Casamento não deixou descendência e Maria Miranda e Silva faleceu no ano seguinte.

Povoadores do Sertão do Rio da Prata
Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges

Em 1835, o Capitão José de Miranda Ramalho levantou a Capela com o Orago de Nossa Senhora do Carmo no Arraial de Morrinhos, hoje, cidade do Prata.

Em 1835, o Capitão José de Miranda Ramalho faz as primeiras medições das terras e é iniciada a construção das casas.

É homenageado com seu nome citado no Hino da cidade:

1ª Parte
Atingindo o Sertão do Rio da Prata
A gente do Major Eustácio para
Admirar a grandeza quase intacta
Da região por Deus feita bela e rara
Das mais de um bandeirante descuidado
Caiu no Rio um machado que faz falta
Mergulhou n'água todo apavorado
achou outro brilhando com Prata Estribilho.

Salve, Prata, vergel tão primoroso
Que Deus nos deu com máximo carinho
Berço de um povo culto e generoso
São teu cartão-postal, os dois morrinhos
Salve, Prata, Princesa do pontal
Vais se tornando cada vez maior,
No progresso e na indústria sem rival
Temos o "Prata cada vez melhor".

2ª Parte
O Capitão Ramalho edificou
À Senhora do Carmo a sua Igreja
E, como Padroeira, ela ficou
De seu filho que luta, ora e peleja
A capital do leite é conhecida
Em todo o território brasileiro
Tu és um Dom de Deus, Terra querida
Orgulho do Triângulo Mineiro.

3ª Parte
Tens Município rico e produtor
De grãos e frutas leite e derivados
Na cooprata está todo o valor
Destes teus filhos sempre dedicados
Prata, região farta do planalto
Onde se colhe todo o leite e mel
Onde o progresso já falou mais alto
Onde há gado leiteiro e de plantel.

Proprietário de uma terça da Fazenda do Capão Seco, em Lagoa Dourada, que foi vendida para seu irmão João de Miranda Ramalho.

Proprietário da Fazenda da Bagagem no Prata, Minas Gerais.

Era muito comum que os escravos tomassem o nome dos seus senhores, uma espécie de marca de propriedade. Foi assim que encontrei o Testamento de José de Miranda Ramalho, Escravo Africano:

Acervo do Museu de São João Del Rei, ano de 1868, caixa 109.
Testador: José de Miranda Ramalho
Testamenteiro: Pedro Ferreira de Santa Ana
Local: Tiradentes
Procuração Que faz: Pedro Ferreira de Santana
Data: 28 de Agosto de 1863
Local: Freguesia de Lagoa Dourada
Procurador nomeado: Romualdo Oscar de Miranda

Em nome de Deus. Amém. Eu, José de Miranda Ramalho, Africano, achando-me doente de cama, mas em meu perfeito juízo e claro entendimento, bem como senhor de minhas faculdades mentais, faço meu Testamento na forma seguinte: Declaro que sou filho da África e vim para o Brasil conduzido como escravo do Senhor Capitão Joaquim de Miranda de minha liberdade de sua morte em diante, indenisando eu os herdeiros do mesmo em dinheiro o que nos convecionemos. Declaro que deixo por meus Testamenteiros em primeiro lugar Florentino Gonçalves da Costa, em segundo lugar Pedro de Santana e em terceiro José Dias Netto e deixo de prêmio o que aceitar meu Testamento quarenta mil réis, se o testamenteiro não for herdeiro e o tempo de um ano para prestar contas em juízo e lhe concedo todos os poderes que as leis me outorgam para administrar meus bens depois de minha morte. Declaro que meu Testamenteiro mandará dizer duas Missas de corpo presente por minha alma e mais duas, a saber, uma de sétimo dia de minha morte e outro no dia trigésimo. Declaro que meu enterro será feito a eleição de meu Testamenteiro. Declaro que nunca fui casado e sempre vivi no estado de solteiro por isso não tenho ascendentes nem descendentes. Declaro que instituo por meus universais herdeiros Dona Joaquina e Maria, filhas da finada Maria Francisca, as quais moram em minha companhia, e Florentino Gonçalves da Costa, com a condição de este ter conta com as duas herdeiras, zela-las e tratar delas principalmente de Maria que é muda e doente; cujos herdeiros herdaram em igual parte depois de feitas as despesas de meu funeral. E nesta forma hei por findo meu Testamento e última vontade e peço as Justiças do Império o façam cumprir e lhe dêem toda força e vigor tanto em juízo como fora dele e por declarar não saber escrever pedi a meu escritor que a meu rogo assinasse nesta Chácara da Água Limpa aos 31 de Agosto de 1868. A rogo de José de Miranda Ramalho. Antonio Joaquim Nazaré.

Abertura do Testamento
Aos trinta dias do mês de Junho de mil oitocentos e sessenta e nove nesta Freguesia de Lagoa Dourada, Município da cidade de São José Del Rei, Comarca do Rio das Mortes em casas do Reverendo Vigário Francisco José Ferreira, foi por ele aberto este Testamento com que faleceu o Testador José de Miranda Ramalho (...)

Como Benedito de Miranda nos informa em seu livro “Povoadores do Sertão do Rio do Prata”, o Capitão se muda para o Sertão depois da morte da sua mãe, Dona Maria Teixeira de Carvalho (V. Meus 6º Avós)

É possível que, em vida, sua mãe tenha contornado problemas financeiros entre os dois filhos: José e João. Com a sua morte, o desentendimento chegou ao limite, levando o Capitão José de Miranda Ramalho a enfrentar a sua epopéia pelos sertões da Farinha Podre, levando consigo a mulher, os filhos e os escravos.
Como acreditamos que o motivo da mudança para o Sertão da Farinha Podre do Capitão José de Miranda Ramalho e família tenha sido a briga entre ele e o irmão mais velho, João de Miranda Ramalho:

Declaro que sou senhor e possuidor da Fazenda do Capão Seco em maior parte, não só por herança, como compras feitas a outros herdeiros, e pelo que me sobreveio da herança da terça dos bens de minha mãe, o prêmio que me tocou, assim mais o valor das custas feitas nas partilhas da terça carregado nas Fazendas e eu as paguei com o meu dinheiro e consta do Inventário e assim mais a parte da terça que cabia a meu Irmão José de Miranda Ramalho noventa e tantos mil réis que também me pertence para haver assim tratado com o meu dito Irmão como consta de um requerimento em seu nome apenso ao corrente do que ele me deve de assistência que fiz à sua pessoa e família.

Declaro que sou senhor e possuidor de uma porção de terras de cultura e mineração como consta do Inventário que se fez por falecimento de minha sogra Dona Gertrudes Joaquina da Silva e se acha no Juízo dos Órfãos da Vila de São José cuja cultura pela divisão amigável lhe coube (...) sobre as ditas lavras para eles tenha eu assim com ele sou concorrido com a necessária agência, mas a grande despesa que se tem feito tem saído somente de minha algibeira de que já lhe apresentei conta corrente e por isto me está devendo a sua parte ou metade dela o dito meu Irmão.

Declaro que sou senhor de várias datas de terras e águas minerais no Arraial de Lagoa Dourada que as pedi de sociedade com o dito meu Irmão, mas este nunca despendeu vintém seu a respeito das mesmas e por isso delas nada lhe pode pertencer; porém se o dito meu Irmão pagar a metade de todas as despesas que tenho feito com as mesmas, e águas e com os pleitos para a conservação das mesmas terras e águas que são livres da sociedade que temos com Dona Inocência Maria de Freitas e seus filhos ficará sendo sócio.

Declaro que este mesmo meu Irmão me deve por outra conta o que despendi com assistência a sua pessoa e outras necessárias a sua (...). Assim como por outra o que despendi na Fazenda do Mendonça na ocasião da compra de que vim abrir mão a favor do mesmo e de outro Irmão Miguel Teixeira de Carvalho. Todas as ditas contas apresentei a um e outro por mim assinadas ficando-me os originais.

Declaro que o dito meu Irmão José achando-se no Rio de Janeiro remeti-lhe um escravo José Cabra para o vender e comprar-me outro e ele dispôs o meu por duzentos e oitenta e cinco mil réis.

Também lhe mandei mais dinheiro para comprar escravos e ele apenas enviou-me dois moleques, Romão e João, que os comprou por trinta dobras de principal e do mais ainda não deu satisfação quando as despesas todas paguei ao condutor o que vendo haver do mesmo o que sobrava apenas respondia-me que havia despendido com a causa mineral em que éramos sócios sem manifestar a conta dela para saber eu a metade que lhe deve correr por conta dele e encontrar na que lhe dei de dinheiro com que lhe assisti para aquela ação mineral e tudo isto declaro para evitar dúvidas de futuro e observando eu que o dito meu Irmão se acha pensionado de família deixo liberdade a meus Testamenteiros para que possam fazer com ele alguma atenção por meu falecimento visto que mora distante.

Testamento de João de Miranda Ramalho

Casado, em 17 de Agosto de 1795, na Capela de Santo Antonio da Lagoa Dourada, com MARIA RODRIGUES DA SILVA. Nascida por volta de 1775. Natural e batizada na Freguesia de Prados.

Certidão de Casamento
Certifico que revendo o Livro de Assentamento da Freguezia dos Prados, entre os annos de 1779-1882, do Arquivo da Cúria Metropolitana de Mariana, às fls. 88 vo. Encontrei o registro do seguinte teor: Aos dezasete de Agosto de 1795, na Capella de Santo Antonio da Lagoa Doirada, filial desta Matriz dos Prados, feitas as denunciaçoens na forma do Sagrado Consilio Tridentino, e Constituição, e precendo Provizão do Muito Reverendo Doutor Pedro José Pereira de Castro, Vigário da Vara desta Comarca na minha presença, e das testemunhas abaixo assignadas o Reverendo Ignácio Correa Pamplona, e o Coronel Severino Ribeiro, se casarão por palavras de presente, e in facie Ecclesiae José de Miranda Ramalho, filho legítimo de João de Miranda Ramalho e de Maria Teixeira de Carvalho, e Maria Rodrigues da Silva, filha legítima de André Rodrigues Chaves e de Gertrudes Joaquina da Silva, ambos naturais e baptizados nesta supra dita Freguezia dos Prados, e logo lhes deu as bençoens nupciais na forma do Ritual Romano; para constar mandei fazer este assento, que assignei erat ut supra. O Vigário José Gonçalves Torres. Nada mais continua o dito assentamento que copiei fielmente. Mariana, 15 de Janeiro de 1990. In fide Vicarii Generalis. Mons. Vicente Di Cascio.

Cópia cedida por Dr. Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges

Filha do Capitão de Ordenanças André Rodrigues Chaves e de Dona Gertrudes Joaquina da Silva. Neta paterna de Domingos Chaves e Maria Rodrigues. Neta materna de Thomaz da Silva e Valentina de Mattos.

Bisneta paterna de Domingos Álvares. Bisneta materna de José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Úrsula Mendes. Terceira neta materna de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Mattos e Maria da Costa. De Manoel Mendes de Souza e Páscoa da Silva. Quarta neta materna de Domingos Cabral de Sousa e de Dona Úrsula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. Quinta neta materna de Manuel de Souza e Maria Cabral de Mello. Sexta neta materna de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. Sétima neta materna de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. Oitava neta materna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. Nona neta materna de Fuão Albernaz e... Faria. De Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues.

O Inventário se perdeu, mas existe um documento só possui uma folha com os dizeres: Certidões de Partilhas dos Inventários dos finados Dona Maria Rodrigues da Silva e o Capitão José de Miranda Ramalho. O Escrivão Souza.

Acervo do Museu de São João Del Rei, caixa 484.
Inventariado: Maria Rodrigues da Silva
Inventariante: José de Miranda Ramalho

Foram Pais de:

2.1 Maria de Miranda e Silva. Nascida em 1796, em Lagoa Dourada. Batizada em 14 de Novembro de 1802, na Capela de Lagoa Dourada, sendo padrinhos seu tio paterno Miguel Teixeira de Carvalho e Dona Valentina Joaquina da Silva, mulher de João de Miranda Ramalho. Falecida em 1845, na Fazenda Bebedouro Grande, no Prata. Dotada no Testamento do avô, André Rodrigues Chaves, com trinta oitavas. Em 1823, emigrou com o marido Manoel Ferreira de Sousa e os filhos pequenos para o Sertão do Prata em companhia de seus pais, José de Miranda Ramalho e Dona Maria Rodrigues da Silva. Eram Proprietários da Fazenda do Bebedouro Grande, no Prata. Casada com Manoel Ferreira de Sousa, nascido em 1729, na Fazenda Piauí, em Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, e falecido em 1833, na Fazenda do Bebedouro Grande, no Prata, filho de Francisco José Ferreira de Sousa e de Dona Antonia Rita de Jesus Xavier (V. Meus 7º Avós, Francisco José Ferreira de Sousa e Antonia Rita de Jesus Xavier). Com Geração.

Certidão de Casamento
Prados, Minas Gerais (e capelas filiadas) - casamentos - fls. 179 Lagoa aos 03-02-1812 Manoel Ferreira de Soiza, f.l. de Francisco Jose Ferreira de Souza e D. Antonia Rita de Jesus Xavier, n/b na freguesia de Queluz = Maria de Miranda Silva, f.l. de Jose de Miranda Ramalho e Maria Rodrigues da Silva, n/b nesta freguesia de Prados.
Regina Junqueira e Bartyra Sette
Projeto Compartilhar

2.2 Joaquim José de Miranda Ramalho. Nascido em 1797. Dotado no Testamento do avô, André Rodrigues Chaves, com vinte e cinco oitavas.

2.3 José de Miranda Ramalho (Filho) Nascido em 1798. Falecido depois de 1883, com mais de 85 anos. Dotado no Testamento do avô, André Rodrigues Chaves com quinze oitavas. Dúvida: Pelo documento a seguir, sabemos que era vivo em 1883, por volta dos 85 anos, idade avançada para ainda estar na ativa. Seria possível que tivesse um filho do mesmo nome que não tenha sido citado no Inventário materno, como ocorreu com o filho Francisco de Miranda, também omitido. Como não temos documento algum que comprove a sua existência como filho, citamos o documento como se fosse do pai:

Em Junho de 1883 assinou requerimento, pela representação dos Criadores e Condutores de Gado de Minas Gerais, pedindo explicação sobre a arrematação dos talhos e permissão para abater o próprio gado.

592 - Representação dos Criadores e Condutores do gado de Minas Gerais para abastecimento da Corte de S.M.I. pedindo que a Câmara lhes explicasse a arrematação dos talhos e lhes permitisse abater seu próprio gado, quando não o vendessem aos marchantes ainda em seus pastos. Rio de Janeiro. C. jun 1883. Assin. Por José de Miranda Ramalho e outros. Ocorre despacho. II-34, 26, 8.

Anais da Biblioteca Nacional – 1984 - Volume 104
Manuscritos sobre o Rio de Janeiro - Página 86

Proprietário da Fazenda da Ressaca, em Lagoa Dourada. Pelo Censo em Lagoa Dourada, em 1831, é arrolado como morador no Quarteirão 6, mas o nome da sua mulher é Lionarda Francisca, o que nos sugere um primeiro casamento:

4 6 José de Miranda Ramalho - chefe do fogo - masculino - branca - 31 - criador de gado
Lionarda Francisca cônjuge feminino branca 24
José Francisco de Miranda dependente masculino branca 2
3 escravos

Projeto Compartilhar
Moacyr Villela

Tiveram, pelo menos, o filho José Francisco de Miranda com 2 anos em 1829.

Casado, em 2ª Núpcias, com Dona Rita Joaquina da Silva, falecida em 18 de Outubro de 1865, que teve Inventário em 1866. (Projeto Compartilhar). Com Geração.


2.4 Anna Joaquina de Miranda Ramalho. Nascida em 1799. Segundo o Genealogista Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges, em sua obra “Povoadores do Sertão do Prata”, Dona Anna Joaquina teria nascido em 1801, contudo no Arthur Rezende consta a Certidão de Batismo com data de 1799.

Certidão de Batismo
Batizada em 20 de Abril de 1799, em Lagoa Dourada, pelo Padre Matheus José de Macenedo, sendo padrinhos José Rodrigues Chaves e Dona Valentina Joaquina da Silva, mulher do Capitão João de Miranda Ramalho.

Dotada no Testamento do avô, André Rodrigues Chaves, com trinta oitavas. Casada com João Machado de Miranda, filho de Antonio Machado de Miranda Jr. e de Dona Maria Anna de Jesus Xavier, batizado em 8 de Maio de 1797, na Capela da Lage, Freguesia de São José Del Rei pelo Padre João José de Carvalho, sendo padrinhos Matheus Gonçalves Leonardo e Maria Joaquina, solteira. Ex-Padre: Quando seu pai, Antonio Machado de Miranda Jr. faleceu, segundo seu testamento, João Machado de Miranda estava estudando para Padre. (Genealogia Mineira - Arthur Rezende) Com Geração.

2.5 Maria Joaquina de Miranda Ramalho. Nascida em 1804. Falecida em 18 de Maio de 1841. Madrinha de sua sobrinha Maria Afonsina de Miranda, filha de Antonio José de Miranda e Maria José de Cortona, (V. Meus 4º Avós) em 7 de Abril de 1851, segundo a “Genealogia Mineira”, de Arthur Rezende.

2.6 João José de Miranda. Irmão Gêmeo de Maria Joaquina. Nascido em 1804. Batizado em 18 de Novembro de 1804, na Capela de Lagoa Dourada, sendo padrinhos João de Miranda Ramalho e Dona Valentina Joaquina da Silva.

2.7 Bárbara de Miranda Ramalho. Nascida em 1806. Batizada em 30 de Setembro de 1806, na Capela de Lagoa Dourada, sendo padrinhos Bento Gonçalves da Costa, morador da Freguesia de São José e de Dona Valentina Joaquina da Silva. Acreditamos que o padrinho Bento Gonçalves da Costa tenha sido o 2º marido de sua avó paterna, Dona Maria Teixeira de Carvalho. (V. Meus 6ºAvós)

2.8 Constância de Miranda Ramalho. Nascida em 1810.

2.9 Gertrudes Joaquina da Silva. Nascida em 1811.

2.10 Estevão José de Miranda. Nascido em 1816.

2.11 Rita Miranda.

2.12 Antonio José de Miranda, que segue.

3. ANTONIO JOSÉ DE MIRANDA RAMALHO. Major e Fazendeiro. Nascido em 1813, de acordo com o Censo de 1831, em Lagoa Dourada. Falecido em 23 de Novembro de 1864, em Lagoa Dourada.

Filho de José de Miranda Ramalho e de Dona Maria Rodrigues da Silva. Neto paterno de João de Miranda Ramalho e de Dona Maria Teixeira de Carvalho. Neto materno do Capitão André Rodrigues Chaves e de Dona Gertrudes Joaquina da Silva.

Bisneto paterno de Manoel Antonio e de Dona Anna Gonçalves de Miranda. De Domingos Teixeira de Carvalho e de Dona Luisa Costa Ferreira. Bisneto materno de Domingos Chaves e de Dona Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e de Dona Valentina de Mattos. Terceiro neto paterno de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. De João Costa Ferreira e Domingas Teresa. Terceiro neto materno de Domingos Álvares. De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Úrsula Mendes. Quarto neto materno de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manoel Mendes de Sousa e Páscoa da Silva. Quinto neto materno de Domingos Cabral de Souza e Úrsula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. Sexto neto materno de Manoel de Souza e Maria Cabral de Mello. Sétimo neto materno de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. Oitavo neto materno de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. Nono neto materno de Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. Décimo neto materno de Aleixo Manuel Albernaz e Dona Francisca da Costa Homem. Décimo primeiro neto materno de Fuão Albernaz e de Dona... Faria. De Jordão Homem da Costa e de Dona Apolônia Domingues.

Afilhado e herdeiro do tio paterno João de Miranda Ramalho e da tia materna Valentina Joaquina da Silva, que eram casados, acreditamos que seja esta a explicação para que o Major Antonio José de Miranda tenha ficado em Lagoa Dourada, na Fazenda do Capão Seco, quando da partida de seus pais e irmãos para o Sertão do Rio do Prata, em 1823.

... José de Miranda Ramalho e sua família, no início de 1823, emigraram-se para o Sertão do Rio do Prata. Em Lagoa Dourada permaneceram três filhos: Antonio José de Miranda, José Miranda Ramalho e Rita de Miranda. Portanto, venderam seus bens e caminharam-se com carros de bois, o Capitão José de Miranda Ramalho e seus familiares, com 81 escravos, numa verdadeira epopéia, saindo de Lagoa Dourada, penetraram-se Sertão afora, direção ao sertão do Rio do Prata, onde residia seu irmão, o todo poderoso Guarda Mor Miguel Teixeira de Carvalho, que afazendera-se no Paraíso, às margens do Rio Tijuco, hoje, município do Prata, em 1818.

Após uma marcha forçada de 800 km., chegaram ao Sertão do Rio da Prata, a nova Canaã, terra que manava o leite e o mel.

O Capitão José de Miranda Ramalho, com toda sua família e escravos, com exceção de sua filha Maria Miranda e Silva, que era casada com Manoel Ferreira de Sousa, que foram afazendar-se no Bebedouro Grande, afazenderam-se na Bagagem, terras contíguas às do Major Eustáquio, em frente aos Morrinhos, onde localiza-se a cidade do Prata, Minas Gerais. Este fato ocorreu-se em 1823.

Antonio José ficou com os seus padrinhos João de Miranda Ramalho e Valentina Joaquina da Silva, na Fazenda do Capão Seco, fazenda que seria sua por herança:

É citado no Censo de Lagoa Dourada de 1831, como dependente dos padrinhos:

50 João de Miranda Ramalho - chefe do fogo - masculino - branca - 50 - agricultor
Valentina Joaquina da Silva - cônjuge feminino - branca - 50
45 escravos
Maria Eufrásia - dependente feminino - parda - 1
Antonio José de Miranda - dependente masculino - branca - 18 - agricultor
Crispiano

Em documento guardado no Arquivo Público Mineiro (Livro Paroquial no. 110), Lagoa Dourada, há um depoimento, com data de 1856, do Major Antonio José de Miranda, em que diz ser proprietário do Capão Seco.

Citações do Major Antonio José na Genealogia Mineira:

Antonio Carlos de Andrade, filho de Dona Umbelina Senhorinha de Resende e do Capitão-Mor José Joaquim de Andrade. Gêmeo com seu irmão José nasceu a 6 de Março de 1837 e foi batizado a 16 do mesmo mês e ano, pelo Vigário Antonio Rodrigues Chaves, sendo padrinhos o Capitão Antonio José de Miranda e Dona Valentina Joaquina da Silva (*).

(*) Dona Valentina Joaquina da Silva era tia materna e madrinha de Antonio José de Miranda

Arthur Resende, Volume III, 641, 1

Pedro Chaves de Miranda, em 22 de Outubro de 1848, com 20 anos de idade, casou-se com sua sobrinha, Dona Romualda Maria de Miranda, filha do Major Antonio José de Miranda e de Dona Joaquina Rodrigues de Miranda, sua irmã.

Arthur Resende, Volume IV, pág. 314

Romualdo Chaves de Miranda, casado em 11 de Fevereiro de 1857, na Lagoa Dourada, com sua prima, Dona Valentina Maria de Jesus, filha de João José de Miranda e de Dona Maria Antonia Rodrigues. Foram testemunhas o Major Antonio José de Miranda e o Capitão João Antonio de Campos.

Recebeu o crioulinho Crispiniano de presente do Padrinho João de Miranda Ramalho:

Declaro que ao dito meu afilhado e sobrinho Antônio José de Miranda Ramalho dei desde o batistério um crioulinho por nome Crispiniano, mas desejando fazer a este todo o bem possível quando antes da minha morte não tenha eu dado ao dito meu sobrinho outro por ele ou o seu respectivo valor qualquer dos meus testamenteiros fará para que fique gozando o dito crioulinho da liberdade que eu pelo amor de Deus lhe quero dar.

Nomeado 2º Testamenteiro do tio e padrinho:

Peço e rogo a dita minha mulher Dona Valentina Joaquina da Silva e a meu cunhado o Reverendo Vigário Antonio Rodrigues Chaves queiram ambos em só corpo e conjuntamente fazer-me a obra pia de ser meus Testamenteiros benfeitores e universais administradores de todos os meus bens com livre e geral disposição deles em juízo e fora dele e para isso o nomeio em primeiro lugar e em segundo o mesmo peço e rogo ao Coronel Giraldo Ribeiro de Resende e meu sobrinho e afilhado Antonio José de Miranda Ramalho para o serem na mesma sorte conjuntos e só no caso de haver repugnância ou outro motivo urgente por onde alguns dos primeiros nomeados se escuse suprirá um dos segundos a sua falta para que a administração recaia sempre em dois, e deixo de prêmio aos dois que aceitarem a quantia de duzentos mil réis para entre si repartirem e lhes deixo oito anos a conta.
Foi instituído herdeiro universal de sua tia e madrinha Valentina:

Não tenho, porém como já disse herdeiro algum necessário,
instituo por meu universal herdeiro a meu sobrinho e afilhado
Antonio José de Miranda que mora em minha companhia.

Valentina Joaquina da Silva
Freguesia do Capão Seco aos 8 de dezembro de 1845

Inventário com data de 1865

Museu de São João Del Rei
Data: 1865
Local: Fazenda do Capão Seco, Freguesia de Lagoa Dourada, Termo de São José Del Rei.
Inventariado: Antonio José de Miranda
Inventariante: Maria José de Cortona, a viúva.
Declaração: “... Dona Maria José de Cortona declarou que seu marido Antônio José de Miranda tinha falecido em 23 de Novembro de 1864, sem testamento, casado primeira vez com Dona Maria Joaquina Rodrigues de Miranda e a segunda com a Inventariante Dona Maria José de Cortona de Miranda, ficando-lhe do primeiro casamento dois filhos e do segundo, seis, (...)”.

Descrição dos Bens:
Trastes: Objetos de ouro, de prata, de cobre, de ferro, mobília, etc.

Auto de Partilha:
Monte Mor: 161:364$916
Líquido: 113:410$860
Meação: 56:705$430
Cada Herdeiro: 8: 088$178

Após o Auto de Partilha, outro maço documental denuncia problemas entre os Herdeiros do primeiro e do segundo casamento por causa da herança.

Escravos:
Consta em outra avaliação para reparo de problemas financeiros, a existência de escravos entre os bens do falecido.

Declaração: Diz Dona Maria José de Cortona de Miranda, viúva do Major Antonio José de Miranda e Inventariante dos Bens de seu casal que o Major Pedro Chaves de Miranda e Eliziário Antônio de Miranda foram e (...) mandaram (...) a Fazenda da suplicante de noite a horas adiantadas e dali tiraram por meio de promessas e induções, alguns escravos, (...)

Processo contra Enteados: A suplicante recorreu a libelo acusatório... Os réus recorreram declarando que no Inventário de sua falecida mãe, Dona Maria Joaquina, não foram arrolados todos os bens pertencentes ao casal.

Declaração: Dizem Dona Maria José de Cortona Miranda e Silva e seu marido Joaquim Francisco da Silva (...): (...) mandam que procedam nova Partilha no Inventário dos bens que ficaram do falecido Major Antônio José de Miranda, requerem a Vossa Senhora digne-se mandar duas cartas precatórias uma para o Rio de Janeiro para aí serem citados Pedro Chaves de Miranda e sua mulher, e outra para o Termo de Formiga (...) citado Eliziário Antônio de Miranda e sua mulher para virem ver proceder a limpação de Partilhas e a nova Partilha (...)

Procuração: Que faz o Advogado Joaquim Francisco da Silva e sua mulher Dona Maria José de Cortona e Silva, moradores da cidade de Juiz de Fora.
Data: 12 de Novembro de 1868
Local: São João Del Rei
Procurador: Doutor Joaquim Ignácio Nogueira Penido
Fins: Requerer e assistir a nova partilha

Declaração: Diz Dona Maria José de Cortona de Miranda e Silva e seu marido Francisco Joaquim Francisco da Silva (...)que não foram citados: Dona Innocência Pereira Nunes de Miranda e seu marido Afonso Júlio de Miranda, moradores na Paraíba do Sul.

Venda de Parte da Herança: À Folha 259, há uma Escritura de Compra e Venda da herança entre partes, como vendedores, Nuno Telmo da Silva Mello e sua mulher (Dona Maria Affonsina de Miranda Mello), Afonso Júlio de Miranda e sua mulher (Dona Innocência Pereira Nunes de Miranda); e comprador o Advogado Joaquim Francisco da Silva.

Segundo Auto de Partilha:
Monte Mor: 161:369$916
Líquido: 133:810$860
Meação : 66:905$136
Cada Herdeiro: 8: 363$178

Auto de Contas:
Data: 8 de Abril de 1868
Local: Cidade de São José, na casa do Barão de Itaberava
Presente: O Advogado Joaquim Francisco da Silva como marido de Dona Maria José de Cortona e Silva (Tutora dos Órfãos)
Fins: Prestar contas dos ditos órfãos.

Declaração: ... Os órfãos Anacleto, Afonso, Dona Afonsina e Dona Joana (...) já se acham casados; que os três primeiros já receberam suas legítimas (...)A órfã Dona Luíza está com a idade de dezesseis anos e que mora com a Tutora tendo sido educada em diversos colégios. (...) O órfão Antonio está com a idade de quatorze anos e que está no colégio de Congonhas educando-se (...)

Procuração: Que Fazem Nuno Telmo da Silva Mello, por cabeça de sua mulher, Dona Maria Afonsina; Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, por cabeça de sua mulher, Dona Joana Josephina; Anacleto Gustavo de Miranda e Afonso Júlio de Miranda, filhos e genros do finado Major.

Data: 6 de Novembro de 1872
Local: Cidade de Juiz de Fora
Procurador: Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins: Haver de sua mãe e padrasto os bens de seu falecido pai e sogro.

Procuração: Que faz Theophilo Dutra Chaves, por cabeça de sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Rua de São Carlos, no. 18, no Rio de Janeiro.

Data: 16 de Novembro de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Advogado Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins: Reclamar os prejuízos causados à sua mulher no tocante à herança de seu finado pai e sogro.

Declaração: Diz Dona Maria José de Cortona Miranda, viúva do Major Antonio José de Miranda e casada em segundas núpcias com Joaquim Francisco da Silva, de quem se acha separada por abandono deste (...)

Inquirição de Testemunhas:
Data: 14 de Agosto de 1873
Local: São José del Rei, em casas de morada do Tenente Coronel Manoel Antonio de Campos, Juiz Municipal e de Órfãos

Testemunha 1: Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama, natural desta Província, 46 anos, morador na cidade de Juiz de Fora, onde vive de sua profissão de Advogado, casado e proprietário na dita cidade: (...) sabe de ciência certa e por ser de notoriedade pública que Joaquim Francisco da Silva há mais de um ano abandonou sua mulher, a suplicante Dona Maria José de Cortona Miranda, deixando-a completamente sem recurso algum, depois de ter completamente esbanjado a fortuna da mesma e comprometido a própria legítima dos filhos.

Testemunha 2: Romualdo Oscar de Miranda, 34 anos, casado, vive de suas agências, natural e morador da Lagoa Dourada, disse ser parente em terceiro grau da suplicante: Sabe por informação da própria Dona Maria José de Cortona por ocasião de ter estado com ela na Côrte do Rio de Janeiro, no ano próximo passado, e também por ser público e notório que Joaquim Francisco da Silva depois de ter dissipado toda a fortuna da mesma seguramente na importância de setenta contos de réis a abandonou deixando-a à míngua e sem meio algum de subsistência e que sabe mais por informação de pessoas fidedignas que o mesmo Joaquim Francisco não tem querido dar autorização à dita sua mulher na causa em que contendem em juízo os filhos dela do primeiro casal com o falecido Major Antonio José de Miranda, (...) sendo também verdade que o Joaquim Francisco não só maltratou a meação de sua mulher como ainda comprometeu gravemente a legítima dos órfãos filhos da mesma (...)

Testemunha 3: Anacleto Gustavo de Miranda, 27 anos de idade, viúvo, natural do Distrito da Lagoa Dourada e morador em Juiz de Fora, negociante.

Procuração 3: Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, morador da cidade de Juiz de Fora, em 15 de Junho de 1868, na Cidade de Ouro Preto, nomeou como seu Procurador o Coronel Francisco Teixeira Amaral, para receber herança de sua mulher Dona Joana Josephina de Miranda Gama.

Procuração: Que faz Theóphilo Dutra Chaves e sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Corte do Rio de Janeiro.

Data: 27 de Maio de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Seu cunhado e irmão Anacleto Gustavo de Miranda
Fins: Cuidar dos bens de sua parte que lhes tocaram

Procuração: Que faz Theophilo Dutra Chaves, por cabeça de sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Rua de São Carlos, no. 18, no Rio de Janeiro.

Data: 16 de Novembro de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Advogado Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins: Reclamar os prejuízos causados à sua mulher no tocante à herança de seu finado pai e sogro.

Procuração: Segundo o Inventário de seu pai, Antonio José de Miranda Filho tinha como Tutor, o seu cunhado Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, morador na cidade de Juiz de Fora, em que 3 de Fevereiro de 1873, na Freguesia de São pedro de Alcântara, nomeou o seu pai, Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama, para representá-lo como Tutor do Órfão.

Declaração: Diz Antonio José de Miranda, filho legítimo do falecido Major Antonio José de Miranda que, não obstante achar-se emancipado por suplemento da idade, concedido pelo Meritíssimo Doutor Juiz de Órfãos deste Termo, todavia no louvável empenho de continuar seus estudos preparatórios e poder no futuro adquirir uma carreira literária qualquer para que tenha aptidão, contratou com seu parente Francisco Pereira de Azevedo (*) a venda das partes de terras que possuía na Fazenda do Capão (...).
(*) Francisco Pereira de Azevedo, referido como Parente no documento acima era casado com Dona Maria José de Magalhães Pereira e pai de Theóphilo Thiago Pereira, casado com Dona Maria José Dutra de Rezende, segundo Arthur Rezende, Volume III, Página 570, 11-A.

Declaração: Diz Antonio José de Miranda, por seu Procurador (...) que em conseqüência de ter ajustado todas as suas contas com o Procurador de seu cunhado (...) Ignácio Ernesto Nogueira da Gama. Em 1865, na Fazenda do Capão Seco, Freguesia de Lagoa Dourada, Termo de São José Del Rei.
... O órfão Antonio está com a idade de quatorze anos e que está no colégio de Congonhas educando-se (...)

Sabemos através do mesmo Inventário que Dona Maria José de Cortona, após a separação do segundo marido, mudou-se para a Corte.

Casado, em 1ª Núpcias, com sua prima irmã, Dona Maria Joaquina Rodrigues Chaves, falecida em 18 de Maio de 1841, filha do Capitão Severino Rodrigues Chaves e Anna Gonçalves de Miranda.

Inventário de Dona Maria Joaquina Rodrigues de Miranda
Museu Regional de São João Del Rei
Ano: 1842 - Caixa: 162
Inventariada: Maria Joaquina Rodrigues de Miranda
Inventariante: Cap. Antonio José de Miranda
Local: Fazenda do Capão Seco, Freguesia de Lagoa Dourada, Termo da Vila de S. José Del Rei.
Estado do documento: danificado
Transcrito por Edriana Nolasco a pedido de Anamaria Nunes Vieira Ferreira

Fls. 1: Data: 11 de Fevereiro de 1842
Local: Fazenda do Capão Seco, Freguesia da Lagoa Dourada, Termo da Vila de São José, Minas e Comarca do Rio das Mortes, em casas de aposentadoria
Presentes: o Reverendo Joaquim Gonçalves Lara, Juiz dos Órfãos; o escrivão Cesário José da Silva Lima, o viúvo inventariante Capitão Antonio José de Miranda.
Fins: Proceder ao Inventário da falecida Dona Maria Joaquina Rodrigues de Miranda.

Fls. 2: Declaração: “A Testadora falecera a dezoito de maio de 1841, e que fora casada uma única vez com ele, Inventariante, sem testamento.”

Filhos: 1. Dona Romualda. De idade de sete anos; 2. Eliziário. De idade de quatro anos; 3. Dona Maria. De seis meses, falecida.

Fls. 2v: Descrição de Bens
Animais: burros, vacas, éguas, etc.

Escravos: em número de 16

Bens de Raiz
Uma parte de terras que comprou do Capitão Severino Rodrigues Chaves na Fazenda do Capão, no lugar chamado o Engenho Velho - 500$000; - Outra parte de terras que comprou na Fazenda do Caranday - 2:100$000; - Uuma morada de casas sitas no Arraial da Lagoa Dourada na Rua Direita - 500$000.

Para proceder a partilha o viúvo fora notificado pelo Juiz, este impedido de ir à cidade faz uma carta, em anexo no Inventário:

(...), hoje recebi duas cartas suas, notificando-me para ir adir o dinheiro do Inventário do (...) e partilhas do Inventário da finada minha mulher. Eu tenho andado muito incomodado de minha saúde e muitas moléstias, na minha família, e lhe rogo esperar até que eu possa lá ir, visto não causar prejuízos a nenhum dos herdeiros. Estimo sua saúde e felicidade, e que disponha de quem é com estima.

Antonio José de Miranda
Fls. 10: Auto de Partilha
Monte Mor: 9: 348$000
Custas: 32$211
Líquido : 9: 318$789
Meação do Viúvo: 4: 657$894
Para cada Herdeiro: 2: 328$948

Fls. 14 - Declaração: Diz o Capitão Antonio José de Miranda, viúvo e inventariante dos bens da finada sua mulher Dona Maria Joaquina Rodrigues de Miranda que por falecimento desta se procedeu ao Inventário de todos os bens do seu casal, descrevendo-se igualmente os filhos que ficaram do matrimônio, Dona Romualda, Eliziário e Dona Maria, e porque faleceu antes da partilha a última filha do suplicante dita Dona Maria, e em regra se deve dar pagamento da legítima da mesma de quem o suplicante é herdeiro. (...)

Fls. 14v - Termo de Desistência
Data: 16 de Abril de 1844
Local: Vila de São José, Minas, e Comarca do Rio das Mortes, no Cartório do Escrivão Francisco Romualdo da Silva.
Presente: Rufino Lopes da Silva, Procurador de Antonio José de Miranda.
Fins: Desistir da herança que lhe compete por falecimento de sua filha Dona Maria a benefício de seus dois filhos Dona Romualda e Eliziário.

Fls. 20: Diz Antonio José de Miranda, Inventariante dos bens, que ficaram de sua primeira mulher Dona Maria Joaquina Rodrigues (...)

(...) Ouvido os herdeiros Dona Romualda Maria de Miranda, casada com Pedro Chaves de Miranda, e o herdeiro Eliziário Antonio de Miranda, maior de quatorze anos e, (...)

Foram Pais de:

3.1 Romualda de Miranda. Nascida em 1834. Falecida em 1894. Casada, em 22 de Outubro de 1848, com seu tio materno Major Pedro Chaves de Miranda, filho do Capitão Severino Rodrigues Chaves e de Dona Anna Gertrudes de Miranda, irmã do Major Antonio José de Miranda. Pequena Biografia: Pedro Chaves de Miranda. Major da Guarda Nacional na Corte e Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Com Geração.

3.2 Eliziário Antonio de Miranda. Nascido em 1837.

(...) Ouvido os herdeiros Dona Romualda Maria de Miranda, casada com Pedro Chaves de Miranda, e o herdeiro Eliziário Antonio de Miranda, maior de quatorze anos e, (...)

Casado com sua prima Dona Rosa Maria de Magalhães, filha de José Antonio de Magalhães e de Dona Maria Rita de Jesus Xavier (V. Meus 5º Avós). Residente em Formigas, Minas Gerais. Com Geração.
3.3 Luiza de Miranda. Nascida em 15 de Março de 1838. Batizada em 5 de Junho do mesmo ano sendo padrinhos o Coronel Manoel Rodrigues Chaves e Dona Valentina Joaquina da Silva. Morta antes do Inventário de seu Pai: É citada por Arthur Resende, no Volume IV, pág. 317, com as indicações acima, como filha do casal, contudo no Inventário de seu pai, Major Antonio José de Miranda, o seu nome não é citado, o que nos faz deduzir que, provavelmente terá morrido antes de 1868, sem ter se casado.

3.4 Maria de Miranda. Nascida em 1841 e falecida menina. Inventário de Dona Maria Joaquina:

Diz o Capitão Antonio José de Miranda, viúvo e inventariante dos bens da finada sua mulher Dona Maria Joaquina Rodrigues de Miranda que por falecimento desta se procedeu ao Inventário de todos os bens do seu casal, descrevendo-se igualmente os filhos que ficaram do matrimônio: Dona Romualda, Eliziário e Dona Maria, e porque faleceu antes da partilha a última filha do suplicante dita Dona Maria, e em regra se deve dar pagamento da legítima da mesma de quem o suplicante é herdeiro.

Termo de Desistência da Herança
(...) Antonio José de Miranda assinou um Termo de Desistência da Herança que lhe competia por falecimento de sua filha Dona Maria a benefício de seus dois filhos, Dona Romualda e Eliziário, no dia 16 de Abril de 1844, na Vila de São José, Minas, e Comarca do Rio das Mortes, no Cartório do Escrivão Francisco Romualdo da Silva. Estava presentes Rufino Lopes da Silva, Procurador de Antonio José de Miranda.

O Major Antonio José de Miranda foi casado, em 2ª Núpcias, por volta de 1845, com sua prima, MARIA JOSÉ DE CORTONA. Sobrinha neta de Tiradentes. Nascida por volta de 1825. Era viva em 1870.

Filha do Capitão José Antonio Magalhães e de Dona Maria Rita de Jesus Xavier. Neta paterna do Coronel José Antonio de Andrade e de Dona Valentina Thereza de Jesus. Neta materna do Capitão Joaquim Rodrigues Chaves e de Dona Rosa Maria de Jesus Xavier.

Bisneta paterna de João Crisóstomo de Magalhães e de Dona Bárbara Maria Dias. Bisneta materna de André Rodrigues Chaves e de Dona Gertrudes Joaquina da Silva. Do Capitão Francisco José Ferreira de Souza e de Dona Antonia Rita de Jesus Xavier. Terceira neta paterna de José... de Magalhães e de Dona Anna Maria de Andrade. De Mathias Álvares Negrão e de Dona Maria de Marins do Prado. Terceira neta materna de Domingos Chaves e de Dona Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e de Dona Valentina de Mattos. De Carlos Ferreira de Souza e de Dona Rosa de Azevedo. De Domingos da Silva dos Santos e de Dona Antonia da Encarnação Xavier (Pais de Tiradentes) Quarta neta materna Domingos Álvares. De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Úrsula Mendes. Quinta neta materna de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manoel Mendes de Sousa e Páscoa da Silva. Sexta neta materna de Domingos Cabral de Souza e Úrsula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. Sétima neta materna de Manoel de Souza e Maria Cabral de Mello. Oitava neta materna de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. Nona neta materna de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. Décima neta materna Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. Décima segunda neta materna de Aleixo Manuel Albernaz e Dona Francisca da Costa Homem. Décima terceira neta materna de Fuão Albernaz e de Dona... Faria. De Jordão Homem da Costa e de Dona Apolônia Domingues.

Segundo o Inventário de seu marido, os seus enteados invadiram sua fazenda:

Diz Dona Maria José de Cortona de Miranda, viúva do Major Antonio José de Miranda e Inventariante dos Bens de seu casal que o Major Pedro Chaves de Miranda e Eliziário Antônio de Miranda foram e (...) mandaram (...) a Fazenda da suplicante de noite a horas adiantadas e dali tiraram por meio de promessas e induções, alguns escravos, (...)

A reação de Dona Maria José de Cortona foi abrir um processo contra Enteados:

A suplicante recorreu a libelo acusatório... Os réus recorreram declarando que no Inventário de sua falecida mãe, Dona Maria Joaquina, não foram arrolados todos os bens pertencentes ao casal.

O resultado foi uma nova partilha:

Dizem Dona Maria José de Cortona Miranda e Silva e seu marido Joaquim Francisco da Silva (...):

(...) mandam que procedam nova Partilha no Inventário dos bens que ficaram do falecido Major Antônio José de Miranda, requerem a Vossa Senhora digne-se mandar duas cartas precatórias uma para o Rio de Janeiro para aí serem citados Pedro Chaves de Miranda e sua mulher, e outra para o Termo de Formiga (...) citado Eliziário Antônio de Miranda e sua mulher para virem ver proceder a limpação de Partilhas e a nova Partilha (...)

Segundo o Inventário de seu 1º Marido, Major Antonio José de Miranda, Dona Maria José de Cortona, residia em Juiz de Fora, em 1868, com seu 2º marido, Dr. Joaquim Francisco da Silva, com quem se casou após enviuvar. Segundo o Almanak de 1868, Província, Minas Gerais, à Página 252, o seu 2º marido era assinante do Almanak, residente em Juiz de Fora. Segundo o Almanak de 1870, à Página 324, o seu 2º marido é citado como Advogado em Juiz de Fora.

Procuração: Que faz o Advogado Joaquim Francisco da Silva e sua mulher Dona Maria José de Cortona e Silva, moradores da cidade de Juiz de Fora.

Data: 12 de Novembro de 1868
Local: São João Del Rei
Procurador: Doutor Joaquim Ignácio Nogueira Penido
Fins: Requerer e assistir a nova partilha

O que se sabe através do Inventário do Major Antonio José de Miranda é que o 2º marido de Dona Maria José, depois de lesar os herdeiros legítimos, ainda a abandonou, deixando-a na miséria:

Declaração: Diz Dona Maria José de Cortona Miranda, viúva do Major Antonio José de Miranda e casada em segundas núpcias com Joaquim Francisco da Silva, de quem se acha separada por abandono deste (...)

Inquirição de Testemunhas:
Data - 14 de Agosto de 1873
Local - São José del Rei, em casas de morada do Tenente Coronel Manoel Antonio de Campos, Juiz Municipal e de Órfãos

Testemunha 1: Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama, natural desta Província, 46 anos, morador na cidade de Juiz de Fora, onde vive de sua profissão de Advogado, casado e proprietário na dita cidade: (...) sabe de ciência certa e por ser de notoriedade pública que Joaquim Francisco da Silva há mais de um ano abandonou sua mulher, a suplicante Dona Maria José de Cortona Miranda, deixando-a completamente sem recurso algum, depois de ter completamente esbanjado a fortuna da mesma e comprometido a própria legítima dos filhos.

Testemunha 2: Romualdo Oscar de Miranda, 34 anos, casado, vive de suas agências, natural e morador da Lagoa Dourada, disse ser parente em terceiro grau da suplicante: Sabe por informação da própria Dona Maria José de Cortona por ocasião de ter estado com ela na Côrte do Rio de Janeiro, no ano próximo passado, e também por ser público e notório que Joaquim Francisco da Silva depois de ter dissipado toda a fortuna da mesma seguramente na importância de setenta contos de réis a abandonou deixando-a à míngua e sem meio algum de subsistência e que sabe mais por informação de pessoas fidedignas que o mesmo Joaquim Francisco não tem querido dar autorização à dita sua mulher na causa em que contendem em juízo os filhos dela do primeiro casal com o falecido Major Antonio José de Miranda, (...) sendo também verdade que o Joaquim Francisco não só maltratou a meação de sua mulher como ainda comprometeu gravemente a legítima dos órfãos filhos da mesma (...)

Testemunha 3: Anacleto Gustavo de Miranda, 27 anos de idade, viúvo, natural do Distrito da Lagoa Dourada e morador em Juiz de Fora, negociante.

Foi homenageada, em 1877, com Dedicatória na Tese de seu genro Dr. Emílio Luís Rodrigues Horta ("Genealogia do Cel. José Caetano Rodrigues Horta” - Vol. I - edição Preliminar - Rubens d'Almada Horta Porto)

Foram Pais de:

3.5 Valentina de Miranda. Nascida em 29 de Abril de 1845. Batizada em 18 de Junho do mesmo ano, sendo padrinhos o Tenente Coronel José Antonio de Magalhães e Dona Maria Rita de Jesus, residentes em Bambuí. Citada por Arthur Resende, na página 192, Volume IV, como sendo filha do casal, contudo, no Inventário de seu pai, Major Antonio José de Miranda, sua viúva declara ter seis filhos... E o nome de Dona Valentina, assim como o de Custódio de Miranda, também citado em Arthur Resende, não aparecem. Concluímos, portanto que Dona Valentina e o seu irmão Custódio devem ter falecido antes da data do inventário sem deixar cônjuge e geração.

3.6 Anacleto Gustavo de Miranda. Negociante. Nascido em 1846, em Lagoa Dourada. No Inventário do Major Antonio José de Miranda, seu pai, em 1873, contava 27 anos, era viúvo, e morador em Juiz de Fora.

Anacleto Gustavo de Miranda, 27 anos de idade, viúvo, natural do Distrito da Lagoa Dourada e morador em Juiz de Fora, negociante.

Procuração: Que Fazem Nuno Telmo da Silva Mello, por cabeça de sua mulher, Dona Maria Afonsina; Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, por cabeça de sua mulher, Dona Joana Josephina; Anacleto Gustavo de Miranda e Afonso Júlio de Miranda, filhos e genros do finado Major.

Foi Procurador de sua irmã Dona Luiza Adelaide

Procuração: Que faz Theóphilo Dutra Chaves e sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Corte do Rio de Janeiro.
Data: 27 de Maio de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Seu cunhado e irmão Anacleto Gustavo de Miranda
Fins: Cuidar dos bens de sua parte que lhes tocaram

Casado, em 1ª Núpcias, antes de 8 de Abril de 1868, data em que sua 1ª esposa ainda era viva.

Auto de Contas:
Data - 8 de Abril de 1868
Declaração: ... Os órfãos Anacleto, Afonso, Dona Afonsina e Dona Joana (...) já se acham casados; que os três primeiros já receberam suas legítimas (...)

3.7 Custódio de Miranda. Nascido em Dezembro de 1949. Batizado em 10 de Janeiro de 1850 pelo Vigário Francisco José Ferreira. Assim como sua irmã, Dona Valentina, Custódio é citado pelo Arthur Resende, com os dados transcritos acima, contudo, sem constar do Inventário de seu pai, Major Antonio José de Miranda. Concluímos assim que Custódio terá falecido antes de 1868, data do Inventário, sem ter casado e sem geração.

3.8 Afonso Júlio de Miranda, que segue.

3.9 Maria Afonsina de Miranda. Nascida em 30 de março de 1851. Batizada em 7 de abril do mesmo ano, sendo padrinhos o Vigário Francisco José Ferreira e Dona Maria Joaquina de Miranda.

Procuração: Que Fazem Nuno Telmo da Silva Mello, por cabeça de sua mulher, Dona Maria Afonsina (...)
Data - 8 de Abril de 1868
Local - Cidade de São José, na casa do Barão de Itaberava
Presente - O Advogado Joaquim Francisco da Silva como marido de Dona Maria José de Cortona e Silva (Tutora dos Órfãos)
Fins - Prestar contas dos ditos órfãos.
Declaração: ... Os órfãos Anacleto, Afonso, Dona Afonsina e Dona Joana (...) já se acham casados; que os três primeiros já receberam suas legítimas (...)

Casada, antes de 8 de Abril de 1868, com o Comendador Nuno Telmo da Silva Mello. Pequena Biografia: Nuno Telmo da Silva Mello, Negociante Estrangeiro, Rua 1º De Março, 104 (Almanak, 1873, Página 581) Proprietário da firma “Nuno Telmo da Silva Mello & Co.”, em Juiz de Fora (Almanak, 1868, Província, Minas Gerais, Página 302).

Família da Silva Mello: Apesar de um sobrenome com vigor na Minas Gerais de hoje, a origem mais remota que encontrei foi na Genealogia Paulistana, Volume III, Páginas de 48 a 90, do Título Raposo Góes, 2ª Parte:

Marianna Francisca das Neves casada em 1794, em Guaratinguetá com o capitão Manoel José de Mello, natural de S. João da Foz, Porto, filho de Manoel José de Jesus e de Genoveva da Silva Mello. Foram pais do: Comendador Manoel Lourenço da Silva Mello, falecido em 1870 em Guaratinguetá, que foi casado com Maria Gertrudes do Nascimento Mello, filha de ... e de Antonia de Faria (irmã do padre João Graciano de Faria) natural de S. Paulo. Teve q. d.: Marianna Francelina de Mello casada com Ulysses Alexis Perrenoud, natural da Suíça, pais do: Ulysses de Mello Perrenoud morador em Guaratinguetá.

Há que se considerar também a Família da Silva Mello, do nordeste, de minha 9ª Avó, Dona Ignácia da Silva Mello, casada com Antonio da Silva Carvalho, e o movimento migratório para as Minas Gerais em busca do ouro.

O Apelido da Geração: Deixou muitos filhos, com provável apelido, “De Miranda Mello”, como assinava Dona Maria Afonsina:

Venda de Parte da Herança:
À Folha 259, há uma Escritura de Compra e Venda da herança entre partes, como vendedores, Nuno Telmo da Silva Mello e sua mulher Dona Maria Affonsina de Miranda Mello (...)

3.10 Luíza Adelaide de Miranda. Nascida em 17 de Janeiro de 1853, em Bicas. Falecida em 1 de Maio de 1943, no Rio de Janeiro ("Genealogia do Cel. José Caetano Rodrigues Horta” - Vol. I - edição Preliminar - Rubens d'Almada Horta Porto). Inventário Paterno: Estava com 16 anos e morava com a mãe e o padrasto, tendo sido educada em diversos colégios.

Auto de Contas: Data - 8 de Abril de 1868
Local - Cidade de São José, na casa do Barão de Itaberava
Presente - O Advogado Joaquim Francisco da Silva como marido de Dona Maria José de Cortona e Silva (Tutora dos Órfãos)
Fins - Prestar contas dos ditos órfãos.
... A órfã Dona Luíza está com a idade de dezesseis anos e que mora com a Tutora tendo sido educada em diversos colégios

Casada, em 1ª Núpcias, em 12 de Maio de 1872, com seu primo Dr. Theóphilo Dutra Chaves, morador no Rio de Janeiro, filho de Antonio Dutra Nicacio e de Dona Maria Victoria de Jesus, natural e batizado em Guarulhos, em Campos, e morador na Rua de São João Baptista de Niterói.

Certidão de Casamento
Aos doze dias do mês de Maio do ano de 1872, nesta Matriz de Santo Antônio, pelas cinco horas e vinte minutos da tarde, em virtude de Provisão do Reverendíssimo Senhor Vigário Geral, depois de preenchidas todas as mais formalidades prescritas pelo Sacro Concílio de Trento, tomados os depoimentos verbais (...) receberam-se em matrimônio Theophilo Dutra Chaves e Dona Luiza Adelaide de Miranda, ele filho legítimo de Antonio Dutra Nicacio e Dona Maria Victoria de Jesus, natural e batizado em Guarulhos, em Campos, e morador na de São João Baptista de Nitteroy, e ela filha legítima do Major Antonio José de Miranda e de Dona Maria José de Cortona de Miranda, natural e batizada na Freguesia de Lagoa Dourada, no bispado de Mariana e moradora nesta Freguesia de Santo Antonio. E logo lhes dei as Bênçãos Nupciais na forma do Ritual Romano. Do que para constar lavrei este termo que assinei. O Coadjutor José Marcellino do Valle. Testemunhas: Nuno Telmo da Silva e Mello, Joaquim José do Rozário.

Família Dutra Nicacio: A Família Dutra Nicacio tem origem no casamento de José Dutra e Dona Francisca Maria do Sacramento, naturais dos Açores. José Dutra nasceu na Freguesia de Nossa Senhora da Luz da Ribeira dos Flamengos, Ilha do Faial, filho de Manoel Dutra e Maria da Silveira. Casou em Barbacena aos 11-01-1744 com Dona Francisca Maria do Sacramento, natural de Nossa Senhora da Conceição da Ilha Terceira, filha de Manoel Pereira Garcia e de Dona Teresa de Jesus e, segundo declara em seu testamento, veio para esta terra com a mãe, com 4 anos de idade. Foram Pais de Antonio Dutra Nicacio (ou Antonio Nicacio da Silveira) e de Dona Maria Joaquina de São José. (Projeto Compartilhar) Pequena Biografia: Antonio Dutra Nicacio assinou o Auto do Levantamento do Pelourinho da Vila de Barbacena, em 14 de Agosto de 1791. Em 25 de Novembro de 1813 recebeu sesmaria no sertão do Rio Pomba, no Córrego da Terra Corrida, Termo de Barbacena. - Concedida a Maria Joaquina de São José, uma sesmaria no sertão do Rio Pomba, cabeceiras do Rio Pardo, Termo de Barbacena. (http://www.cantoni.pro.br/historia/alguns.html)

Prova Documental
Data - 6 de Novembro de 1872
Local - Cidade de Juiz de Fora
Procurador - Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins - Haver de sua mãe e padrasto os bens de seu falecido pai e sogro.

Procuração: Que faz Theophilo Dutra Chaves, por cabeça de sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Rua de São Carlos, no. 18, no Rio de Janeiro.

Procuração: Que faz Theóphilo Dutra Chaves e sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Corte do Rio de Janeiro.
Data: 27 de Maio de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Seu cunhado e irmão Anacleto Gustavo de Miranda
Fins: Cuidar dos bens de sua parte que lhes tocaram

Procuração: Que faz Theophilo Dutra Chaves, por cabeça de sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Rua de São Carlos, no. 18, no Rio de Janeiro.
Data: 16 de Novembro de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Advogado Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins: Reclamar os prejuízos causados à sua mulher no tocante à herança de seu finado pai e sogro.

À época do Inventário eram moradores na Rua de São Carlos, 18, no Rio de Janeiro.

Segundo Arthur Rezende, Dr. Theóphilo Dutra Nicacio faleceu de febre amarela, pouco tempo depois de formado em Medicina. Segundo o Inventário do seu sogro, era vivo em 1872 e residente no Rio de Janeiro.

Procuração: Que faz Theóphilo Dutra Chaves e sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Corte do Rio de Janeiro.
Data: 27 de Maio de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Seu cunhado e irmão Anacleto Gustavo de Miranda
Fins: Cuidar dos bens de sua parte que lhes tocaram

Se houve geração, é possível que o apelido fosse “De Miranda Chaves”, como se assinava Dona Luiza:

Que Faz: Theophilo Dutra Chaves, por cabeça de sua mulher Dona Luiza Adelaide de Miranda Chaves, moradores na Rua de São Carlos, no. 18, no Rio de Janeiro.
Data: 16 de Novembro de 1872
Local: São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador: Advogado Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins: Reclamar os prejuízos causados à sua mulher no tocante à herança de seu finado pai e sogro.

Luiza Adelaide de Miranda se casou, em 2ª Núpcias, com Dr. Emílio Luís Rodrigues Horta. Pequena Biografia: Nascido em 15 de Dezembro de 1844, em Caeté. Falecido em 14 de Fevereiro de 1930, em Bauru. Filho de Antonio Caetano Rodrigues Horta e Flávia Bárbara de Melo Brandão. Era irmão de José Luis Rodrigues Horta, do Vigário Antonio Luís Rodrigues Horta, Pedro Luís e Maria José Rodrigues Horta. Foi casado, em 1ª Núpcias, com Maria José Pimenta e tiveram: Eusébio Pimenta Rodrigues Horta e Maria José Pimenta Horta ("Genealogia do Cel. José Caetano Rodrigues Horta”- Vol. I - edição Preliminar - Rubens d'Almada Horta Porto). Capitão Cirurgião Mor em 1885. Com Geração.

3.11 Joana Josefina de Miranda. Nascida em 29 de fevereiro de 1853, em Lagoa Dourada. Batizada em 1º de Maio do mesmo ano, sendo padrinhos o Capitão Severino Rodrigues Chaves e Dona Maria Rita de Jesus. Casada, em 14 de Setembro de 1867, aos 14 anos de idade, com o Advogado Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, filho do Dr. Ernesto Velasco Nogueira da Gama. Pequena Biografia: Ignácio Ernesto Nogueira da Gama. Major. Tabelião titular do Cartório do 2º Ofício de Órfãos da Comarca de Juiz de Fora durante 57 anos. 1º Historiador da Cidade. Falecido, em idade avançada, em 17 de Dezembro de 1919. Filho do Dr. Ernesto Velasco Nogueira da Gama (Homepage do Sapão)

Certidão de Casamento
Tiago Mendes Ribeiro, Presbytero Secular do Hábito de São Pedro, Capelão Extranumerário Cerimoniário do Solio Episcopal de Mariana, Vigário Collado da Freguesia de Santo Antonio da cidade de Juiz de Fora. Certifico que aos 14 de Setembro de 1867, nesta freguesia de Santo Antonio do Juiz de Fora, o Reverendo Cônego José de Souza e Silva (...) de licença assistiu ao Sacramento do Matrimônio dos contraentes Ignácio Ernesto Nogueira da Gama e de Dona Joana Josephina de Miranda, e lhes conferiu as Bênçãos Nupciais perante as testemunhas o Doutor José Correia e Castro, e Alferes Antonio Amalio Halfeld. O que afirmo in fide Parochi. Cidade de Juiz de Fora, 29 de Maio de 1868. O Vigário Tiago Mendes Ribeiro

Segundo o Inventário do Major Antonio José de Miranda, registrado no Museu de São João Del Rei:
(...) diz Ignácio Ernesto Nogueira da Gama que pela certidão junta mostra achar-se casado à face da Igreja com Dona Joana Josefina de Miranda, filha legítima do falecido Major Antonio José de Miranda e de Dona Maria José de Cortona de Miranda, cujo casamento foi celebrado sem a competente licença deste juízo, não por menosprezo do mesmo, mas sim por ignorância do suplicante, (...)

Inventário do Major Antonio José de Miranda
Procuração: Que Fazem Nuno Telmo da Silva Mello, por cabeça de sua mulher, Dona Maria Afonsina; Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, por cabeça de sua mulher, Dona Joana Josephina; Anacleto Gustavo de Miranda e Afonso Júlio de Miranda, filhos e genros do finado Major.

Data - 6 de Novembro de 1872
Local - Cidade de Juiz de Fora
Procurador - Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins - Haver de sua mãe e padrasto os bens de seu falecido pai e sogro.

Data - 16 de Novembro de 1872
Local - São Sebastião do Rio de Janeiro
Procurador - Advogado Ernesto Velasco Nogueira da Gama
Fins - Reclamar os prejuízos causados à sua mulher no tocante à herança de seu finado pai e sogro.

Procuração 3:
Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, morador da cidade de Juiz de Fora, em 15 de Junho de 1868, na Cidade de Ouro Preto, nomeou como seu Procurador o Coronel Francisco Teixeira Amaral, para receber herança de sua mulher Dona Joana Josephina de Miranda Gama.

Pelo documento abaixo, referente ao município de Chapéu D´Uvas, à época distrito de Juiz de Fora, presume-se que o casal aí tenha vivido: O Fiscal encaminhou a alguns dos grandes negociantes de gado da região cópias do questionário acima, obtendo respostas de veras interessantes, como a emitida pelo cidadão Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, respondendo ao primeiro quesito:

É notório que com a lei da abolição da escravidão aumentou extraordinariamente o consumo de alguns gêneros alimentísio, como sejam: açúcar, feijão, digo, açúcar, carne verde e arroz. A razão deste acontecimento funda-se em que os escravos, em geral, eram mal alimentados, mantendo-se quase que exclusivamente com feijão e angu e uma ração semanal de carne seca, no passo que hoje, alimentando-se regularmente, aumentam a procura dos gêneros indicados. O feijão e a carne seca não têm acompanhado paralelamente a alta dos demais gêneros como devia acontecer, a não dar-se o motivo indicado, que em parte diminuiu o consumo destes gêneros, em razão da variedade de alimentos que tomou parte dos consumidores em vez da quase exclusiva que tinha sob sua antiga condição.

Libertos e Proprietários Fundiários na Disputa pela Terra
Juiz de Fora - Fim dos Oitocentos e Início dos Novecentos
Elione Silva Guimarães

O mais provável apelido da Geração é “De Miranda Gama”, como assinava Dona Joana:

Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, morador da cidade de Juiz de Fora, em 15 de Junho de 1868, na Cidade de Ouro Preto, nomeou como seu Procurador o Coronel Francisco Teixeira Amaral, para receber herança de sua mulher Dona Joana Josephina de Miranda Gama.

3.12 Antonio José de Miranda Filho. Nascido em 30 de junho de 1855. Batizado em 7 de Julho de 1855, sendo padrinhos o seu tio materno Joaquim Eliziário de Magalhães e sua avó materna, Dona Maria Rita de Jesus.

Certidão de Batismo
Aos sete de Julho de 1855, batizei solenemente e pus os santos óleos a Antônio, nascido há 30 de Junho próximo passado, filho legítimo do Major Antonio José de Miranda e de Dona Maria José de Cortona Miranda. Foram padrinhos Joaquim Eliziário de Magalhães, e sua mãe, Dona Maria Rita de Jesus, avó do batizando, da Freguesia de Bambuy, ambos os mais desta mesma Freguesia. O Vigário Francisco José Ferreira. Lagoa Dourada, 9 de Abril de 1873.

Inventário Paterno: Aos 14 anos estudava no Colégio de Congonhas.

Auto de Contas:
Data - 8 de Abril de 1868
Local - Cidade de São José, na casa do Barão de Itaberava
Presente - O Advogado Joaquim Francisco da Silva como marido de Dona Maria José de Cortona e Silva (Tutora dos Órfãos)
Fins - Prestar contas dos ditos órfãos.

Declaração: Diz Antonio José de Miranda, por seu Procurador (...) que em conseqüência de ter ajustado todas as suas contas com o Procurador de seu cunhado (...) Ignácio Ernesto Nogueira da Gama. Em 1865, na Fazenda do Capão Seco, Freguesia de Lagoa Dourada, Termo de São José Del Rei: ... O órfão Antonio está com a idade de quatorze anos e que está no colégio de Congonhas educando-se (...)

Procuração: Segundo o Inventário de seu pai, Antonio José de Miranda Filho tinha como Tutor, o seu cunhado Ignácio Ernesto Nogueira da Gama, morador na cidade de Juiz de Fora, em que 3 de Fevereiro de 1873, na Freguesia de São Pedro de Alcântara, nomeou o seu pai, Doutor Ernesto Velasco Nogueira da Gama, para representá-lo como Tutor do Órfão.

Declaração: Diz Antonio José de Miranda, filho legítimo do falecido Major Antonio José de Miranda que, não obstante achar-se emancipado por suplemento da idade, concedido pelo Meritíssimo Doutor Juiz de Órfãos deste Termo, todavia no louvável empenho de continuar seus estudos preparatórios e poder no futuro adquirir uma carreira literária qualquer para que tenha aptidão, contratou com seu parente Francisco Pereira de Azevedo (*) a venda das partes de terras que possuía na Fazenda do Capão (...).

4. AFONSO JÚLIO DE MIRANDA casado com INOCENCIA PEREIRA NUNES, Patriarcas da Família Pereira Nunes de Miranda.

“Povoadores do Sertão do Prata”
Benedito Antonio Miranda Tiradentes Borges

Projeto Compartilhar
Bartyra Sette e Regina Junqueira


Genealogia Mineira
Arthur Rezende

Câmara Municipal do Prata
Câmara dos Dirigentes Lojistas de Prata

Pesquisas
Anamaria Nunes

Um comentário:

  1. Olá Anamaria. Boa noite.
    Tenho pesquisado sobre Joaquim Antônio de Miranda, estou a procura do nome de seus pais, ele foi casado com Roza Maria de Jesus, filha do Capitão José Rodrigues Chaves e Dona Maria Joseja de Jesus, eles são meus 3o. avós, pais de Francisco Machado de Miranda casado com Maria Maia meus bisavós. Rosa e Joaquim tiveram os seguintes filhos: João Machado de Miranda, Joaquim Machado de Miranda, Maria Josefa de Jesus, Pedro Machado de Miranda, Francisco Machado de Miranda (meu bisavó),Maria Carolina de Miranda, Theophilo Machado de Miranda, Rosa Maria de Jesus Xavier, Antônio de Miranda, Evaristo de Miranda e Maria Amélia.
    Você saberia me dizer o nome dos pais de Joaquim Antônio de Miranda. Se for possível me passar está informação fico imensamente agradecido.
    Atenciosamente,
    Pe. Geraldo José Maia

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